domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pessoas que Viram (e veneraram) a Cisna Negra

Respondam a esta pequena de cérebro que vos escreve:
- Além do toc-toc-toc das sapatilhas de ballet no soalho, do ruf-ruf-ruf dos tecidos a rasparem, da interpretação da Natália-Homem-do-Porto, que nos transportam para dentro dos corpos dos que dançam com grande realismo, que grande cena viram vocês neste filme já mítico na blogosfera?
Tinha ouvido dizer coisas como:
-É a isto que leva a ambição, ou as coisas que alguém é capaz de fazer para singrar, mas não vi nada disso, só alguém perturbado e com alucinações.
Por momentos ainda tive esperança que a "rival que não era rival" estivesse a meter-lhe ácidos no leitinho e era ela a portadora da tal ambição desmedida, mas não, nem isso, ela já era esquizo antes de ter sido escolhida para cisna e a coisa foi escalando.
Aqui não há ambição, mas loucura, só isso.
É um filme bom sim, mas a minha medida não encheu.
E agora atirem ovos a esta pobre de espírito que nada entende de nada.

18 comentários:

Melissa disse...

Melissinha AMÔ.

AMÔ a Nova Iorque sombria, de subsolos, cheia de corredores estranhos, escura e granulada, amou as dores todas, os ossos a partir, as sapatilhas a arranhar, tudo de câmara ao ombro, amou a mãe da Branca de Neve, amou a Metamorfose, amou a confusão entre a protagonista e a nemésis, amou a loucura toda da coisa.

Cris disse...

A fronteira para a loucura está mt mais proxima de nós , do que achamos... é isso, e já senti...

C* disse...

Estou na mesma...gostei da interpretação da Natalie e dos restantes actores,mas saí da sala de cinema com um vazio. Não sei explicar mas foi o que senti. Há muita coisa que gostava que fosse "esmiuçada" como a parte final em que ela supostamente mata a Lilly.

Não é um filme que eu aconselhe.

Melissa disse...

Já disse que amei o uso dos espelhos, a desdobrar a Nina? AMEI.

Melissa disse...

E sobre a ambição: mais do que a perfeição no ballet (para viver o sonho da mãe, talvez), acho que a grande ambição da Nina era mesmo ser a Lily: acho que é a Lily o cisne negro em que ela se metamorfoseia, é o que ela quer ser, sem mãe, sem rédeas, sem tabus.


Aiiii amei o filme. Seria capaz de escrever aqui uns 300 comentários, mas vou dormir.

gralha disse...

Também achei que as descrições que li não corresponderam ao que vi mas gostei muito do filme. Já agora, gostei ainda mais do King's Speech, obrigada pela recomendação!

Ana C. disse...

Por falar em mãe da Branca de Neve, puta que pariu, a Leena Olin está um pesadelo, o que fez ela à cara??? Meu Deus.
Quanto ao resto de que falas Melão, quanto a mim, a cena de uma história inteira não ter passado do patamar da imaginação da protagonista, lixa-me bem lixada.
Ela só é a Lily na imaginação, entendes? Nada daquilo foi real e tudo isso me enervou um bocado. Tivesse ela dupla personalidade mesmo e a coisa teria mudado de figura.

Ana C. disse...

Cris, o que me chateou à brava neste filme foi o facto de ela já ser louca antes, ela já se arranhava etc. A coisa só escalou com a exigência do papel Cisne Negro/Branco, mas ela já era liru.

Ana C. disse...

C, ela imaginou tudo o tempo inteiro, por acaso não senti falta de mais explicações, porque a loucura dela ficou explicada quando percebemos que afinal ela se mutilou a si mesma e não à Lily...
Mas estou como tu, não saí de medidas cheias...

Ana C. disse...

gralha, é sem dúvida um bom filme, mas às vezes irmos cheias das leituras dos outros e das opiniões dos outros para a sala de cinema, mete tudo a uma expectativa que depois não é correspondida.
Por exemplo, o filme não me assustou nem um bocadinho. Tem cenas que impressionam sim, mas não mete o tal medo de que tanto ouvi falar.

Melissa disse...

Sim, é tudo (ou boa parte) na cabeça dela, AMO. Se um dia escrever um filme, macacos me mordam se não ponho toda a gente a pensar se aquilo aconteceu mesmo ou se foi a loucura de alguém. Tipo Drácula, tipo quase tudo de Poe. LOVE! Não me lixa mesmo nada.

O que me lixa em filmes são batotas, twists sem pistas anteriores, merdas assim.

Cat disse...

Mais do que um bom filme é sim uma boa interpretação de Natalie Portman. Quanto ao mundo do ballet foi retratado como sempre, o cliché, ainda que aborde uma realidade que também existe neste mundo, o da obsessão e da paranóia . Não é um grande filme nem de perto nem de longe.

Ana. disse...

A mim também não me encheu as medidas, não consta do meu top5, mas gostei de ver como a busca pela perfeição nos pode aproximar da loucura. A linha entre a loucura e a realidade é demasiado ténue e isso julgo que o filme retrata na perfeição.
A minha cena favorita é sem dúvida quando, em plena actuação, lhe começam a nascer as penas pretas e acaba com aquela pose magnífica de cisne! Amei!
O resto... gostei, ma non troppo!

_ba_ disse...

Tendo em conta que a Natália Homem do Porto esteve 1 ano a ensaiar 15/16 horas por dia para este papel estou com curiosidade e sei que é bem psicótico pois o thrailler não engana ninguém :-)
Mas no Sábado fui ver o Discurso do Rei e vim de lá de "barriga cheia": se levar o Óscar será bem merecido :-)

Brisa disse...

Diria que este é um caso em que a piada está na soma das partes e não no todo. Gostei muito dos detalhes, das viagens ao interior da mente, do mundo do ballet, o desempenho da actriz é soberbo. Contudo, não é filme que entre para a minha lista de Top 10.

Precis Almana disse...

Não vi o filme e não quero ver, detesto histórias que andem à volta da loucura e do pifanço da cabeça - acho que é porque é tão importante na minha vida e no meu trabalho, que quero confrontar-me o menos possível com os factos de que a dita cuja existe.
Mas outra das razões também é a colocação de filmes em pedestais e referências como "o melhor que vi" ou "um dos melhores que vi", precisamente pelo que tu dizes. É que depois estamos lá a pensar: é isto? Leio o menos possível sobre os filmes, vou pelos actores ou histórias ou realizadores e gosto de ler depois - para confrontar o que achei.
Tenho alguns filmes (até agora) indestronáveis na minha lista e alguns dos mais comentados por aí nunca vi e nunca verei.

Precis Almana disse...

Tenho que engolir parcialmente o que escrevi aqui porque "tive" que ir ver o filme. Mas concordo plenamente contigo e ainda diria pior - nem gostei especialmente da interpretação dela.

B. disse...

Acho que é um filme muito interessante do ponto de vista da psicologia, na medida em que nos permite ver a "realidade" paralela de uma pessoa doente. Nada mais do que isso. Não amei, mas não detestei. achei interessante e muito bem interpretado.