sexta-feira, 31 de julho de 2009

Obrigada :)

Venho aqui (com os bofes de fora e cheia de coisas idiotas para fazer que adio até à ultima hora) para vos agradecer tantos parabéns, conselhos sobre xixis de jacto, limpeza pilória, mijar em pé, sorrisos, piadas, em suma tudo o que uma mulher barriguda e carente tem direito para se sentir mais motivada.
Desde já vos comunico também que está oficialmente aberta a época do palpite, desta vez em relação ao nome.
Já me surgiram pedidos, proibições, sugestões veladas, enfim, não é fácil gerir as emoções alheias sem ferir susceptibilidades, mas era tremendamente bom que entendessem que a escolha do nome cabe em última instância aos progenitores.
Posto isto vou de fim de semana gozar pequeno-almoço buffet num hotel modesto mas perto do mar e com a esperança de que o ar salgado me aplaque a fome cada vez mais animalesca.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Menino ou Menina? E o Vencedor é...

Finalmente ligaram-me do laboratório e recebi a notícia por uma funcionária que não conheço de lado nenhum, mas que estava maravilhada com a possibilidade de me poder dizer que eu estava à espera de um rapaz.
Quebrei o feitiço que impendia sobre a minha família, pois não nasciam homens há 5 gerações e aqui me têm, em pânico, pois nem sequer sei como se limpam pilinhas e cheia de uma nova sensação que tinha estado adormecida até agora...

De Gaja para Gaja

E agora uma pergunta inofensiva para as mulheres deste planeta:
Porque é que querem sempre para as outras mulheres uma realidade idêntica à vossa?
Porque é que bem no vosso intimo nunca aceitam a 100%, ou olham como uma espécie de aberração da natureza uma mulher que esteja solteira aos 40 anos, ou que tenha decidido que não quer ser mãe?
Eu adoraria entender, a sério que sim. Porque na minha ingénua maneira de pensar não temos que ser todas iguais, nem fazer exactamente as mesmas escolhas para sermos socialmente aceites.
Acharia tremendamente enfadonho estar enfiada na mesma sala que um bando de mães a falarem das gracinhas dos seus filhos, ou a queixarem-se da preguiça do marido, sem uma mulher por perto que me falasse das gracinhas de não ter putos, ou da sua vida de solteira.
Por isso senhoras que bombardeiam outras senhoras com perguntas como:
E para quando o casamento? E para quando um puto? E para quando uma bufa da cor da minha? Pensem sempre que cada uma terá as suas motivações, impedimentos, escolhas de vida que nem sempre passam por vidas fotocopiadas das vossas.
E não é bom sermos todos diferentes?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Até Breve!


Sempre quis fazer um inter rail. Não precisava de ser com uma mochila às costas e duas peças de roupa, podia ser com uma mala de rodinhas e uma muda de roupa por dia.
Há qualquer coisa mágica nas estações de comboios que não se compara a nenhum outro ponto de despedida, de reencontro. As mãos que acenam às janelas, o cheiro, o ruído do comboio a arrancar, a sensação de caminho que se trilha.
Não há isso num aeroporto, nem dentro de um avião, onde as milhas se cortam sem que passemos por elas.
A leitura de um livro que nos prenda, um jantar na carruagem restaurante, os olhos vidrados na paisagem que nos enche e nos vai acalmando por dentro.
Por isso adoro comboios. É um daqueles fascínios que não se explicam. Adoro comboios miniatura que passam sobre os pequenos carris de fingir, adoro grandes estações, apeadeiros no meio do nada. Adoro o barulho, o balançar, a cumplicidade que se cria com quem viaja connosco, ou a simples viagem solitária que não incomoda.
Quando tinha cerca de 18 anos tentei organizar um inter-rail com uma amiga, mas os preços não compensavam de forma nenhuma, por isso fui adiando, trocando o barulho do comboio pela turbulência aterrorizadora do avião, fui pensando que um dia o faria e acabei por nunca o fazer.
Agora sou mãe e partir em viagem por um mês é virtualmente impossível, mas sei que um dia, quando os filhos estiverem crescidos e eu uma mulher madura, hei de acenar-lhes da janela do comboio e dizer-lhes até breve!

terça-feira, 28 de julho de 2009

E Agora as Séries






Tal como os filmes marcaram muito intensamente a minha adolescência, também as séries de televisão se gravaram cheias de força na minha cassete de memória.
Lembro-me de desligar o meu Walkmen amarelo da Sony e de me sentar no chão, bem em frente da única televisão lá de casa com a minha irmã para assistirmos às nossas séries de culto.
Houve tantas, mas tantas séries importantes, por isso foi tão complicado fazer uma compilação decente. Não pus fotografias do Duarte e Companhia, do Alf, do Modelo e Detective, nem do Justiceiro a chamar o Kitt pelo relógio, simplesmente porque dá muito trabalho carregar tantas imagens, mas eles também estão aqui bem vivos dentro de mim :)
O incontornável Verão Azul faz-me sempre lembrar um episódio em que os amigos para não se desbroncarem com um segredo passaram o tempo inteiro a responder a tudo: "Talvez" e eu e a minha irmã decidimos imitá-los, passando dias a fio a responder "talvez" a tudo e todos.
Quem Sai Aos Seus com o Alex e a Mallory. Como eu gostava de ter uma casa como a deles e uns pais tão porreiros.
o Dempsey and Makepeace, essa dupla apaixonante de detectives que se envolvia nas mais emocionantes aventuras.
O MacGyver sempre pronto a sair de um bunker ao mesmo tempo que desmontava uma bomba, apenas com um canivete suíço e muita saliva.
A Bela e o Monstro. Como aquele Monstro que vivia nos esgotos era querido e medonho ao mesmo tempo e como fazia tudo para salvar a sua amada de todos os males.
Não é incrível como podemos passar a nossa vida toda a pente fino só através das músicas, filmes e séries de televisão?
Só de falar nisto tudo bateu-me uma profunda nostalgia...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Palpita-me Que...

Rebolo-me a rir, sim literalmente rebolo-me, quando oiço os palpites científicos sobre o sexo do bebé.
Lembro-me das vozes que se ergueram quando estava à espera da Alice. Era a forma da barriga, a minha cara, se andava mais para a esquerda, ou para a direita, se usava os sapatos cor de mel, ou cor de bosta. Tudo valia para o chamado palpite com 50% de hipótese de estar certo.
Quanto maior a convicção conferida na projecção do palpite, maior a glória futura se vier a provar que estava certa. Digo certa no feminino, pois este tipo de projecção futura vem exclusivamente do sexo feminino. Das chamadas entendidas na matéria que sabem sempre mais do que os médicos, do que as ecografias, do que as análises. Elas sabem absoluta e rigorosamente tudo o que há para saber da gravidez. Tocam-nos no ventre com uma intimidade desconcertante, esfregam a mão sobre a nossa barriga como se isso fosse a coisa mais natural do mundo e nós ali, impotentes, rezando para que estejam erradas, só para contrariar o peito cheio de quem sabe tudo.
Mas se pensam que o pior é na gravidez, aguardem até o pós-parto em que tudo é pretexto para o palpite. Palpite sobre dar de mamar, palpite sobre como adormecer, palpite sobre como acalmar, palpite sobre como ser a melhor mãe do universo que não estamos a ser.
Ai que mundo maravilhoso este feminino, que saudades do palpite não solicitado, da sabedoria maternal que não a minha. Que saudades da coragem de mandar tudo àquela parte enquanto proíbo as visitas de entrarem até as hormonas voltarem ao lugar...

domingo, 26 de julho de 2009

É só Por Aqui que Acontece?

Vocês que dividem a vida e a residência com alguém digam-me se é só por aqui que acontece:
1 - Abrirem o frigorífico para encherem um copo com leite e encontrarem dia sim, dia não, o pacote de leite com uma pinga no seu interior porque dá menos trabalho voltar a guardá-lo no frigorífico do que espalmar o pacote e deitá-lo fora.
Neste aspecto aprendi a fazer exactamente o mesmo por pura vingança e adoro ouvi-lo vociferar de cada vez que se depara com o pacotinho cheio de ar.
2 - Entrarem na casa de banho e verem o rolo do papel higiénico com a última meia folha colada, como se aquela merda desse para limpar alguma coisa.
3 - Aquele sabonete raquítico e esmifrado na saboneteira que nunca é posto na liberdade do lixo. É sim esmigalhado pelo sabonete novo que repousa sobre ele alegremente.

sábado, 25 de julho de 2009

Beatices, ou Nem Por Isso

Penso que os presentes mais inúteis de toda a classe de presentes, são as oferendas de baptismo.
Ocupam toda uma gama de parvoíce que vai desde argolas de guardanapo, a talherzinhos de prata, daqueles cuja única utilidade nos tempos que correm é servir de adorno ao fundo de uma gaveta até à eternidade, ou então, servirão no futuro, para quando as crianças crescerem mandarem derreter para ajudar numa viagem a Londres.
Depois temos a escolha do padrinho. Há quem escolha o padrinho por cerimónia, por favor, por respeito, tal como se fazia nas berças com os patrões das criadas.
Depois há os que escolhem o padrinho pelo poder de compra, pensando já em todos os presentes que receberão de futuro, mesmo que o dito padrinho não ponha a vista em cima do afilhado a vida inteira, há de mandar um cheque, ou uma contribuição generosa.
Depois temos ainda toda uma dose de estupidez daqueles que escolhem um padrinho teso, pensado que ele tem a obrigação católica de encher o afilhado de dinheiro, mesmo que isso implique endividar-se.
Enfim, tudo opções muito beatas, de quem entende até ao âmago o que significa ser padrinho nessa coisa chamada Baptismo.
Eu que não sou católica praticante nos rituais, sinto apesar de tudo necessidade de ritualizar esta passagem. Bem sei que é estúpido e tudo o que queiram dizer. Mas fica feito e acho que ouvi mais jovens a queixarem-se por não terem sido baptizados, do que o contrário.
Chamem-me excêntrica e diferente, mas nesta minha ingenuidade, penso que já que o vou fazer, faço-o em toda a vertente espiritual, jamais me passando pela cabeça escolher um padrinho pelos motivos menos católicos do mundo.
Se não puder dar presentes endinheirados ao longo da vida inteira não tem que dar. O importante é que esteja presente na vida do seu afilhado. Mas isto é uma pessoa pouco beata que fala e o que sei eu das razões profundas de quem diz Avé Maria de manhã, à tarde e à noite...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Desabafo Sincero

Nas alturas em que não estou a pensar como é fascinante ter um pequeno ser a crescer dentro de mim, qual Alien o 8º passageiro, estou a pensar em como me sinto aterrorizada com tudo isto de voltar a ser mãe.
Sim, a minha filha mostrou-me o que é que significa a palavra amor e, em muitos sentidos, eu não seria esta Ana sem aquilo que ela me dá todos os dias.
Mas ter um filho também retira bastante, principalmente nos primeiros tempos, em que tudo é adaptação e reajustamento de cada ponteiro da nossa vida.
Ter um filho é a prova de fogo por excelência na vida de qualquer pessoa, de qualquer casal e eu ainda me sinto um bocadinho a arder, uma vez que me dediquei a tempo inteiro nos últimos 3 anos e meio da nossa vida a esta relação chamada maternidade.
Não sou daquelas mulheres que tem não sei quantos filhos de empreitada para despachar a coisa, sendo que a coisa, são crianças exigentes. Gosto de me dedicar a cem por cento, com calma, ao meu próprio ritmo. Por isso invejo imenso aquelas mães com um puto na anca esquerda, outro na anca direita, outro agarrado à perna, enquanto dão a comida a um quarto que berra em plenos pulmões.
E chego sempre à mesma conclusão. Há mulheres que nasceram para lamber as crias todas em simultâneo, há outras que nasceram com a capacidade de lamberem apenas uma de cada vez. Eu faço parte do último grupo.
E depois estou a curtir muito mais esta fase da Alice do que qualquer outra. Ela é a verdadeira companheira de viagem. Falamos, rimos, cantamos, ouvimos música. Nada a ver com a fase do berreiro e dos biberons em que tantas vezes me senti perdida, em busca daquele sentimento pleno que tanto falavam as outras mães.
Enfim, sei que quando chegar a altura me vou adaptar e não vai ser tão drástico como estou a pintar nesta fase hormonalmente sensível, mas neste momento, quando fecho a porta do quarto da Alice à noite e me deixo cair na cama em silêncio, só o pânico puro e simples me invade...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O Que Mais Gosto em Alguém

Se me perguntarem qual a característica que prezo mais num amigo, ou companheiro de viagem (além do incontornável Bom Carácter e todas essas santidades) eu teria que dizer que é o sentido de humor.
Há coisa pior do que mandarem uma boca qualquer na direcção de uma pessoa ao vosso lado e em troca levarem com um olhar fulminante de quem não sentiu absolutamente mais nada além da ofensa?
Há coisa pior do que verem uma pindérica com unhas de gel nos pés, mamas até ao infinito, t-shirt tigrada e calções no rego e não poderem trocar um olhar cúmplice de gozo com o parceiro do lado?
Há coisa pior do que alguém que não sabe rir-se de si próprio, ou achar em si defeitos dignos de gozo popular?
Provavelmente foi uma das coisas que me levou a escolher o Hugo como companheiro de vida. Quantos de vocês não se importariam de estar num restaurante chinês e ouvirem o vosso par pedir para o empregado:
- Pol Favole, quelo um clepe e um polco doce, sem balatas.
Ou ainda estarem num jantar romântico à luz de velas num restaurante podre de caro à beira mar e quando o empregado traz o vinho para ser provado, o vosso pretendente, em vez de se fingir um entendido na matéria dos vinhos, dá um valente gorgolejo, como se estivesse a lavar a garganta com Tantum Verde e diz com ar sério para o empregado estupefacto:
- Ai que bela pinga!
Pois, provavelmente, muitos de vocês escavariam um buraco até ao subsolo e desapareceriam para sempre, mas eu sempre gostei de rir e se há coisa que fazemos bem os dois é dar uma bela gargalhada.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Sogra e a Mãe

A minha sogra cozinha tão bem e tão descomplexadamente que alguns dos filhos de barba rija ainda vão almoçar a casa da mãe. A minha mãe cozinha uma vez por mês a comida que compra já feita, mas convida-nos muitas vezes para almoçarmos fora.
A minha sogra se fizer anos faz o próprio bolo e banquete. A minha mãe diz que não faz anos.
A minha sogra prepara a comida do neto com quem fica todos os dias e ainda lhe faz a sopinha para a mãe levar para casa no fim do dia. A minha mãe nunca fez sopa para a Alice, mas a neta tem uma verdadeira adoração por ela e diz que a avó é uma boa cozinheira sempre que come ovos mexidos em casa dela.
A minha sogra diz a toda a hora que é mãe de cinco, não se importava de ter sido mãe de doze, é avó de cinco e gostava de ter mais vinte netos. A minha mãe está sempre a apregoar às quatro filhas que não tenham pressa em ter filhos, eles dão muita dor de cabeça.
A minha sogra é uma fada do lar e não mexe nos caixotes empilhados que os filhos guardam no quarto desarrumado. A minha mãe deitava-nos os brinquedos velhos fora sem pré-aviso (e já sabem que deitou o meu vestido de noiva para o lixo).
A minha sogra ouve os filhos com um interesse quase hipnótico durante horas. A minha mãe, quando as filhas estão a falar, principalmente as mais novas, interrompe-as para dizer: Olha para o teu cabelo, parece que saíste do cano esgoto.
A minha mãe em conversa com a minha sogra que partilhava com ela as receitas da Bimby, virou-se para ela e disse-lhe:
- Isabel, sabes que livro de receitas é que vou comprar?
- Diz-me qual é que também quero (ingénua ainda não percebeu que a veia culinária da minha mãe é inexistente).
- O do Panda Cozinha.
E com esta termino, adiantando-vos apenas que o Livro do Panda Cozinha já repousa nas prateleiras da cozinha asséptica da minha mãe, mas ainda não foi posto a uso :)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Adeus Frank

Hoje fiquei um bocadinho mais triste depois de ler isto, pois morreu um homem que me marcou muito pela sua história de vida relatada nos livros As "Cinzas de Ângela" e "Esta é a Minha Terra".
Sei que nem sempre os escritores que amamos são grandes homens, ou têm vidas fascinantes, tal como nem sempre os homens que admiramos pelos seus feitos são grandes escritores. Mas o Frank McCourt ofereceu-nos o que de melhor alguém nos pode dar. A sua vida rica, cheia de tudo o que importa, contada de uma maneira despretenciosa, límpida, clara, humilde em forma de livro.
Por muito tempo que passe nunca hei-de esquecer as páginas desta história que me agarrou desde a primeira página e que se entranhou bem fundo na minha memória.
Adeus Frank, mas acho que pudeste dizer no final que tiveste uma vida plena. Obrigada por a teres partilhado connosco.

Cães, Donos, ou Bom Senso?


E porque senti que não havia espaço nos comentários para a resposta que queria dar aqui fica uma reflexão mais profunda sobre aquilo que penso acerca dos cães e seus donos.
Se eu quero um carro que consuma pouco não vou comprar um ferrari.
Se eu sou amante da velocidade não vou comprar um Pão de Forma em segunda mão.
Se eu preciso de um carro espaçoso, não vou comprar um Mini.
E tal como os carros podem dizer algumas coisas sobre os seus donos, também os cães dizem muito acerca de quem os tem.
Se há coisa que me comove é ver um cão-guia a ajudar um invisual, ou um cão pisteiro a ajudar na busca de uma criança desaparecida.
Homem e animal juntos, o segundo ajudando o primeiro como foi desde o princípio dos tempos, em que os S.Bernardos procuravam pessoas perdidas nos Alpes, os Terra-Nova resgatavam pessoas do mar, os Husquies puxavam trenós.
Tempos em que o animal servia um propósito específico que não o de fazer companhia, ou preencher carências ao homem e era feliz assim.
Hoje em dia vemos S.Bernardos fechados em varandas de apartamentos, ou Husquies que sucumbem ao calor de verão nas praias. Tudo para satisfação pessoal do capricho do homem que se diz defensor e amante dos animais. Que ao invés de comprar um cão criado para fazer companhia, com temperamento que a isso se preste insiste nas raças mais inapropriadas à vida que leva.
Ninguém no seu perfeito juízo que tenha crianças pequenas e viva num apartamento deveria comprar um cão com o temperamento (e já agora as mandíbulas de tubarão )do Pit-Bull.
Mas já alguém que tenha uma propriedade que necessite de um cão de guarda ágil, bem treinado, que se exercite todos os dias, poderá ponderar a hipótese.
É uma questão de bom senso que, infelizmente, o homem tem vindo a perder às catadupas.
Se eu tivesse que escolher um cão jamais me passaria pela cabeça escolhê-lo pela sua beleza e porte, não levando em conta o temperamento do animal, pois acho isso de uma profunda inconsciência e estupidez.
Tal como existem pessoas com diferentes temperamentos, também os cães são diferentes entre si. Por muita volta que dêem ao discurso, culpando os donos, a realidade é que há cães mais agressivos que outros e isto é incontestável.
Eu também posso domar um leão com pulso de ferro, mas não posso querer fazer dele um pacato animal de companhia que se enrosque aos meus pés no final do dia e que brinque com os meus filhos.

A Mulher de 30 Anos


Aqui está, na minha modesta e simplória opinião, a melhor actriz da geração dos 30, que personifica o melhor que a faixa dos 30 tem para oferecer.
Apesar da indestronável Meryl Streep continuar no primeiro lugar eterno que lhe atribuí, a Kate Winslet corre o sério risco de ocupar o segundo lugar no pódio.
Tudo o que ela faz é bem feito, transforma-se, modifica-se, entrega-se ao papel com tudo o que tem e o que não tem.
Kate filha continua assim, quanto mais não seja para deleitares esta tua fã tuga por muitos e longos anos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ódios de Estimação: Desabafo número perdi a conta....

Donos de cães que não limpam as bostas dos respectivos, donos de cães que os deixam mijar para cima de todos os carros do estacionamento, donos de cães que abrem a porta de casa e os deixam à solta para não terem que lhes pôr a vista em cima todo o dia (como os meus vizinhos), donos de cães perigosos que não lhes colocam açaime. Aliás donos de cães perigosos ponto, pois não consigo entender qual é o fascínio de comprar Pit-Bulls, ou semelhantes. Alguém me explica como é que, sabendo que uma raça é extremamente agressiva, se compra um cão dessa mesma raça, muitas vezes com crianças em casa? Está para além da minha compreensão.
Sim, já sei que "são muito meiguinhos, nunca fizeram mal a ninguém".
ATÉ AO DIA...

domingo, 19 de julho de 2009

Casal Insólito


Sim eu sei, este não é um blogue cor de rosa, nem de má língua, quer dizer, pelo menos sempre. Só algumas vezes, como hoje...
É que por muita barba que este menino deixe crescer ocorre-me sempre a mesma frase de cada vez que o vejo com o seu par romântico:
- Vem à mamã!
Sou só eu que acho este casalinho assim, digamos que... Estranho?

sábado, 18 de julho de 2009

O Único Neurónio que Resta

A Alice dorme a sesta. Sento-me no sofá da sala e pego no comando da televisão, aponto-o e pressiono o botãozinho do On. Nada. Mudo a posição do comando, reviro-o, volto-o ao contrário. Nada. Tudo é preferível a levantar a peida do sofá, por isso faço mais uns malabarismos braçais. Nada.
Decido abrir a tampinha das pilhas para as mudar de posição e aproveitar os últimos gases moribundos, às vezes resulta. Mas onde é que está a tampa das pilhas, o que é que se passa com este comando? Ai mas que raiva!
Percebo então que seguro o telemóvel na mão.
Eu sei que a gravidez chupa neurónios da mãe na ajuda ao desenvolvimento do baby, mas eu ainda estou no primeiro trimestre.
No final dos 9 meses devo estar a ver televisão no micro-ondas.

Pura e Dura da Descriminação

Enquanto ouvia a decisão do Ministério da Justiça ontem no telejornal o jantar que mastigava saltou-me goela fora (também quem me manda jantar e ouvir notícias em simultâneo).
Eu que sou uma pessoa anti-confusões, anti-excessos, anti barracada gritei com todas as forças do gasganete: Revoltem-se agora Gays Homens, dêem-lhe com força, gritem, esperneiem em frente ao Ministério, na Assembleia da República, mostrem o rabo no Largo do Rato!!! Qual casamento Gay qual carapuça, isto sim é descriminação pura e dura.
Qualquer perneta de cérebro percebe que aqui não há rigorosamente mais nada além da palavra descriminação, ah e da palavra estupidez claro.
Então os homossexuais homens não podem dar sangue porque têm comportamentos de risco?
Ora bem meninos do Ministério da Saúde detesto ser eu a dar-vos esta notícia chocante, mas até eu, uma leiga na matéria, sei que comportamentos de risco há em todas as vertentes e inclinações sexuais, basta que sejam sexuais :)
A não ser que julguem que homens hetero não se arriscam porque copulam com mulheres e mulheres não podem ser portadoras de HIV. Mas se pensam realmente assim, se não alucinei ao ouvir a notícia, fico seriamente preocupada convosco. É que o Papa a apregoar aos sete ventos que o preservativo é mau, é uma gracinha de crianças perto da vossa demonstração de profunda sapiência...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Na minha Adolescência



Olhando para trás e lembrando todas as idas ao cinema ao longo da minha vida, concluí que as mais emocionantes foram na minha adolescência.
Quando saía da sala de cinema com as amigas, o coração aos saltos, completamente apaixonada, disposta a rever o filme no dia seguinte, decorando as falas, comprando os LP's com a banda sonora e decorando as músicas, suspirando pelo actor principal, cheia de esperança de um dia o vir a conhecer, mais do que convencida que aquilo que sentia era verdadeira paixão.
Não havia realmente maior emoção do que uma ida ao cinema na adolescência. Por isso, depois de muito vasculhar nas gavetas da memória e de lá ter encontrado dezenas e dezenas de filmes, estes dois foram os que mais marcaram a fase das hormonas.
Que rapariga da minha geração não sonhou ir para uma estância de férias no verão e aprender a dançar com o Patrick Swayze?
Ou que rapariga não sonhou andar à pendura na mota do Tom Cruise agarrada ao seu blusão da Força Aérea?
Para a próxima falo das séries de televisão, ando a pensar muito nelas...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Profissão Mais Dura do Mundo...

Morando tão perto da praia e não soprando uma réstia de vento para os lados do Guincho (coisa rara) arranquei a preguiça dos ossos e fui muito cedo com a Alice para o nosso primeiro dia de praia, neste caso manhã.
Fomos as primeiras a chegar ao areal e, como já esperava, não consegui estar 5 minutos com a peida na areia, pois uma mãozinha pequena e fofinha puxava-me:
- Vamos ao mar mãe?
- Grrrrr está bem vamos lá molhar os pés.
E lá fui eu congelar os ossos no mar do Guincho, onde fiquei praticamente o tempo inteiro até ser acometida de dores reumáticas tal era a temperatura da água.
Tudo isto para vos dizer que cheguei a uma conclusão neste primeiro dia de praia. Enquanto subia de volta para o carro por aquela duna que mais parecia uma montanha, ou deverei dizer, enquanto escalava aquela duna, de saco às costas, brinquedos a caírem, a voz da Alice que gritava:
- A areia está quente mãe, podes levar-me ao colo?
A minha barriga que já incomoda um bocadinho, o cansaço, o calor, pensei (sim, também me dá para pensar de vez em quando):
A profissão mais dura do mundo não é a dos pescadores de caranguejo no Mar do Norte, nem dos Madeireiros que correm o risco de levar com uma árvore no couro.
A profissão mais dura do mundo é ser mãe solteira. Sem um pai para dividir o peso de tudo, desde o peso dos sacos, ao peso das brincadeiras, das noites em claro, até ao peso da educação.
Que falta que fez o Hugo hoje de manhã e que falta faz um pai na vida de uma mãe e de um filho.
Mães solteiras deste mundo vocês não imaginam como vos admiro, do fundo do coração.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

34 e um Sonho


Sempre sonhei ter estes três a cantar esta música para mim no dia do meu aniversário, completamente apaixonados pela minha pessoa e a lacrimejarem enquanto me dedicavam o refrão, lutando entre si pela minha atenção. Sendo que o Plácido Domingo lacrimejaria mais do que os outros.
Como o sonho, pelo menos com os 3 tenores, já não vai ser possível de concretizar, deixo o vídeo do concerto a que gostava de ter ido e vou ficar a imaginar que me dedicam a música neste dia em que celebro 34 anos...
Parabéns para mim e não chorem mais tenores que a Anita também vos adora.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Da-se! Vão P'ró LOLOL Que Vos Parta

Sei que estou velha rezinga quando, ao ler textos, mensagens, conversas no messenger que não contêm uma única palavra completa (sendo que todas estas foram substituídas por abreviaturas, linguagem informático-adolescente, pontinhos, carinhas, flores) me dá uma fúria que vai dos ossos até aos cabelos:
"ké k faxes oje? Da-se, lololololol, xinhos"
Mas que merda é esta?!!! Sim, eu sei que são os novos tempos em que cada letra tem que ser comida e poupada para teclar a palavra seguinte. Os tempos em que já não se conversa, tecla-se a uma velocidade furiosa, mas poupem-me aos 25 lolol, seguidos de uma joca.
Porque penso sempre que estou a falar com alguém desprovido de cérebro do outro lado da "linha".
E depois, posso ser tremendamente burra, mas não entendo o que é que escrever faxes, em vez de fazes poupa em letras.
Tenho duas irmãs mais novas que me presenteiam muitas vezes com estas pérolas gramaticais e a minha vontade é correr atrás delas com um chinelo e bater-lhes até que voltem a falar português.
Dias em que se ler mais um lolol, um dahhh, um xinho me convenço seriamente que eu é que estou errada num mundo em que só se comunica assim, por símbolos, por grunhidos, por abreviaturas sem sentido.
lololololol, dahhhhhhhh :) :() :( xinhos!!!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dilemas de Gestante

Uma grávida, além de muitas outras coisas idílicas, urina, correcção, urina muito. Fazer xixi torna-se uma rotina incontornável na vida de uma gestante. Daí a importância de um ambiente que a isso se preste.
Por isso se não querem ter que urinar atrás de uma moita, ou de um calhau, não convém fazerem um piquenique na Serra de Sintra. Também são desaconselháveis longas viagens de carro por estradas secundárias. Usar sempre uma auto-estrada, daquelas que têm bombas de gasolina de 40 em 40 quilómetros.
Não beberem muita água antes de dormirem também é um truque fantástico, para quem o consegue seguir é claro. Pois aqui a gestante desregrada, quando começa a imaginar que não deve beber água umas duas horas antes da caminha, começa a ingerir litros daquele líquido purificante. Dá-me sempre uma sede estúpida de cada vez que sei que vou ficar sem beber água. Então bebo e bebo e bebo com aquele nervoso miudinho de quem vai entrar no deserto.
A consequência lógica desta atitude de camelo que armazena comida e líquidos para uma semana, é o passar toda a noite na casa de banho, qual doente de próstata em estado avançado.
Mas o pior são as horas que temos que passar no interior dos lavabos públicos. As mulheres sabem ser muito badalhocas no que toca a espaços partilhados com outras. Não sei se por maldade feminina, ciúme, marcação de território cor de rosa. Mijam no chão, nos rebordos, até nas paredes (não me perguntem como).
Mas porquê gajas? Porque é que fazem isto? Não sabem que mesmo urinando de pé dá para acertar dentro da sanita? Não sabem que termos que levar um par de galochas para o WC, ou termos que arregaçar as calças até ao joelho, como se fossemos à pesca do mexilhão, é deveras cansativo? Principalmente para uma grávida que tem que o fazer não sei quantas vezes no mesmo dia?!!!
É que já estive mais longe de me sentar calmamente no lavatório a fazer o meu xixi enquanto vocês olham com cara de parvas. Ah e ainda vos digo mais, depois peço-vos para accionarem o secador de mãos, só para não ter que usar o papel higiénico e sentir rabinho fresco.

domingo, 12 de julho de 2009

Todos os Nomes

Há nomes que carregam com eles toda uma tradição, mas cujo portador se sente vergado sob tamanho peso.
Há nomes que comportam uma fama menos boa e cujo dono com determinação se dispõe a mudar o rumo das coisas.
Há nomes que dizem tanto com tão poucas letras, outros há que querem dizer tudo e não conseguem passar nada.
Há nomes colocados por piada, outros por homenagem a alguém que já não está presente.
Há nomes inspirados em personagens literários. Há nomes que transmitem força. Outros vaidade, pretensão de querer ser algo mais. Há nomes pomposos, nomes da moda, nomes antigos, nomes novos, nomes que se reportam a coisas, nomes que se reportam a nada. Há nomes que associamos a alguém que detestamos, outros que colamos a alguém que adoramos.
Jamais usaria um filho meu para prestar homenagem a um Inácio Tancredo. Aliás, penso que jamais usaria um filho para homenagear quem quer que fosse, pois um nome é uma homenagem ao seu portador e nada mais.
Terei sempre como critério a simplicidade, pois é uma característica muito minha, alguém que sabe que a beleza reside nas coisas mais simples da vida.
Também sei que um nome é aquilo que fazemos dele e acabará por nos reflectir, mais cedo, ou mais tarde. Daí a responsabilidade da escolha...

sábado, 11 de julho de 2009

Erotico Cómico

Penso que não há coisa pior num livro do que cenas de fazer o amor, ou descrições físicas foleiras.
Estou em crer que é das artes mais difíceis de dominar na escrita. A fronteira entre o sensual e o cómico é muito ténue e muitas vezes quebrada por tantos e tantos escritores que se aventuram na descrição romântico-erótica quando deviam era ficar quietinhos e limitarem-se a descrever a natureza.
Mas o que ultrapassa todos os limites do meu gosto literário (duvidoso bem sei) são mesmo as descrições físicas pseudo sensuais em redor de um homem. Senão vejamos:
Os músculos bem torneados retesaram-se quando ele pegou naquele maço de ferro. A sua força viríl era mais do que evidente e as pernas musculadas, bem definidias pelos calções de licra (ah ah ah) subiam e desciam os degraus com uma agilidade que a fez estremecer por dentro. O frémito do amor percorreu-lhe a espinha, enquanto olhava aquele homem bem proporcionado e um pouco transpirado à sua frente. AH AH AH AH AH
Há coisa mais ridícula?!!! Não a sério, tentar fazer uma descrição masculina, como se de uma mulher se tratasse é do piorio. Diria mesmo que é o caixote do lixo da literatura. Estraga qualquer história interessante, transformando-a num momento cómico, para não dizer hilariante e de ir às lágrimas.
Por isso aqui deixo o apelo escritores deste mundo: Chega de descrições masculinas foleiras. Para bem da minha sanidade mental, ainda que me faça bem demais rir até ao desmaio, parem de descrever o corpo dos homens desta forma, sim?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Rapaz ou Rapariga

Sou terrivelmente curiosa. Não acho piada nenhuma ao suspense de não saber se vai ser rapaz, ou rapariga.
Há quem consiga ficar até ao nascimento sem saber. Há quem ache mágico esse mistério do antigamente em que não se sabia rigorosamente nada até ter o bebé cá fora.
Eu sou dos tempos modernos. Quero saber tudo e o mais possível acerca deste pequeno ser que cresce dentro de mim, imaginar-lhe um nome, um rosto, um cheiro. No fundo antecipando a surpresa como uma criança que não consegue esperar para abrir o presente de aniversário e vai sempre rasgar um bocadinho do embrulho para espreitar lá para dentro.
Por isso, se existe uma análise a partir das 8 semanas que me diz se anda algum cromossoma y a boiar no meu sistema, para quê esperar até aos 5 meses de gestação?
Como não nasce um rapaz na minha família há 4 gerações, a minha fé no cromossoma y é à partida muito reduzida, mas tudo é possível neste jogo de sorte.
Confesso que me é absolutamente indiferente, apesar de correr o risco de uma frase feita, eu quero mesmo é que esteja tudo bem com o bebé, rapaz, ou rapariga...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Momento de Lucidez Materna

Hoje quando tirei as calças de grávida daquela caixa bem guardada no topo do armário sentei e chorei (tal como o livro do Paulo Coelho).
Se chorei de alegria, de êxtase materno, de comoção por este estado de graça precioso?
Não. Chorei ao constatar que no rabo das calças cabiam perfeitamente cinco rabos dos meus e que em cada perna podiam dormir enroscadinhos no seu interior dez jogadores de basquete.
Mas como? Pois se só engordei 11 quilos quando transportava a Alice neste aquário chamado útero?!!!
Voltarei eu a caber ali dentro algum dia? Não é possível, claro que não.
O pior é que sei perfeitamente a resposta a esta pergunta. Eu e o prato de massa com carne guisada à minha frente...

Já pensaram que...

Já pensaram que quando estamos em Itália não temos que dizer que vamos jantar a um restaurante italiano? Basta-nos dizer: Vamos comer.
Ou quando estamos na China não dizemos que vamos jantar ao chinês. Vamos simplesmente jantar e comer cão, ou peixe gato com bigodes na melhor das hipóteses.

Mais Uma Pérola Justa

Eu estudei Direito e, apesar de não ter seguido a carreira das leis, sei o suficiente para poder dizer que a culpa destas alarvidades não reside no legislador, como muitas pessoas insistem.
Lembro-me do crime de Infanticídio e de como representa um tipo de culpa atenuada, por a mãe se encontrar sob um estado de espírito perturbado logo a seguir ao parto. Mas a escolha de encaixar, ou não, um determinado comportamento na moldura legal cabe ao interprete da lei, a quem julga. E mais uma vez falta uma coisinha importante na mente do interprete, um detalhe insignificante: BOM SENSO.
4 anos de pena suspensa para uma mulher que matou o filho à nascença, estrangulando-o e e escondendo o corpo numa arca frigorífica é absolutamente estonteante.
A dita mulher alega em sua defesa não ter condições económicas para mais um filho. Ora ela não sabia disto antes? Não é evidente que esperou o termo da gravidez para levar a cabo um acto que já deveria ter bem pensadinho na sua cabeça de génio? E o requinte frio e maquievélico de esconder o corpo dentro de um congelador para mim diz tudo. Mas isto sou eu que sou leiga. Que nada sei dos contornos do caso e das nuances psicológicas da mulher. Isto sou eu, uma comum cidadã, que entende que uma gaja destas (ainda por cima com mais dois filhos que qualquer dia levam o mesmo destino quando faltar dinheiro para a sopa) devia ser condenada por homicídio qualificado.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

No Teu Deserto - Miguel Sousa Tavares


Comprei-o hoje à hora de almoço. Virei a última página duas horas depois.
Leio o Miguel Sousa Tavares há muitos anos e dele sei apenas o que uma leitora pode saber sobre quem escreve. Sei da parte que ele mostra através das letras, da parte que ele nos deixa saber, da parte que ele nos oferece generosamente quando se expõe nas palavras que nos tocam.
Jamais presumiria dizer que o sei de cor, de trás para a frente, pois ninguém conhece ninguém de verdade. Há no entanto uma relação intima, muito além do físico, que nasce quando gostamos do que alguém escreve e nesse sentido sinto-me tremendamente próxima dele, pois idenfico-me. E não é bom quando descobrimos que não estamos sozinhos naquele pensamento em particular? Naquele sentimento que julgávamos único?
Quando segurei o exemplar do meu livro na mão pela primeira vez. Duas cópias seguiram para duas pessoas da escrita que sempre admirei. Uma foi o António Alçada Baptista, outra foi o Miguel Sousa Tavares.
O António Alçada Baptista escreveu-me poucos dias depois, um postal que guardo até hoje como uma relíquia e que fui reler no dia em que soube da sua morte.
O Miguel Sousa Tavares provavelmente atirou-o para o fundo de um caixote na melhor das hipóteses, mas não me arrependo nem por um segundo de o ter feito, pois devemos sempre dizer a quem admiramos o quanto o admiramos.
E aqui fica mais um tributo a alguém que sabe pôr tudo quanto é naquilo que escreve e que sabe que só assim faz sentido escrever.

Porque é que...

Porque é que quando pedimos um galão morno ele vem sempre a escaldar?
Porque é que quando pedimos uma torrada com pouca manteiga, ela vem sempre a pingar, a desfazer-se em gordura? (Escorrendo depois pelo queixo abaixo)
Porque é que quando pedimos para não aquecerem muito a sopa ela vem capaz de nos derreter o sistema digestivo inteiro?
Porque é que quando pedimos um café sem acrescentar mais nada, nos perguntam: Mal cheio? Ao que respondemos: Normal. E ele vem a transbordar.
Porque é que quando queremos pedir a conta nunca mais aparece ninguém e porque é que simplesmente não nos levantamos e saímos?
Porque é que quando pedimos um bife médio (nem muito, nem mal passado) ele vem sempre bem passado, ou em sangue?
Porque é que quando pedimos uma tosta mista só com queijo ficam a olhar para nós com cara de gozo? Ah eu já não me posso enganar, não é?!!!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Cresteane Filhe Olha Que Linde

A minha alma continua a emparvecer diante de manifestações de bom jornalismo. Por isso emparveci hoje à hora de almoço quando um jornalista da Sic Notícias em directo da loja do Real Madrid e com uma T-Shirt do Cresteane Ronalde na manápula dissertava:
"Enfim, podemos ver que tem o número 9. A do Cacá já esgotou, por isso vou já levar uma antes que esta esgote também - depois de arrancar uma do cabide, como se pegasse numa relíquia sagrada continua a verborreia jornalística - Olhando para a camisola do craque podemos ler que é 100% Polyester e que é recomendável lavá-la do avesso".
Não, eu não estava a sonhar. O importantíssimo directo durou uns bons 10 minutos. 10 minutos inteiros em redor de uma camisola do CR9 e antes da notícia sobre os massacres na China, perfeitamente secundária face à recepção no estádio do barnabé, ou barnabeu, ou o diabo que o carregue.
Neste festival de pobreza de espírito só uma coisa me deu verdadeiro gozo. Imaginar o trabalho todo que ele e respectiva família vão ter a substituir tudo o que é puxador de armário, cinto, estampado na roupa, de CR7 para CR9. Mas com os foguetes que têm metidos no recto, até isso deve ser um prazer.

Quando o Tédio Mói e Mata

Uma das vantagens de ter 33, ser mãe e condutora de uma carrinha tremendamente familiar é não fazer fretes.
Não fico num filme que não gosto até ao fim só porque paguei bilhete. Não vou a um jantar aborrecido só porque me convidaram. Não perco tempo com pessoas chatas só para ser socialmente aceite. Não vou a festas até às 3 da tarde do outro dia só para mostrar que ainda sei curtir a noite.
A minha última extravagância foi um concerto da Maria João Pires no CCB. Comprei os bilhetes e arranjei quem ficasse com a Alice com um mês de antecedência. Ainda por cima tocava Beethoven. Eu queria lá saber que peças do compositor é que ela tinha escolhido (parva Ana). Ia ver a Maria João Pires e ponto. Lá, Lá, Lá. Aí vamos nós, Lá, Lá, Lá.
Sentámo-nos e o mau pressentimento começou quando li numa folhinha sobre o assento:
É favor não bater palmas, pois perturba a concentração dos artistas.
Comecei com as comichões por mim acima: Mas que raio? Ela quer o quê, tomates na tromba em vez de palmas? Devemos ser pouco eruditos e tem medo que batamos palmas fora do timing.
A segunda parte do mau pressentimento começou quando percebi que no palco estava uma mesinha com água e cadeirinhas, onde, de cada vez que um dos músicos (eram 3 a contar com ela) terminavam a interpretação se iam sentar a contemplar o colega que tocava em pose intelectual.
- Ai o caraças, isto cheira-me a esturro Hugo. Eu cheiro uma seca a quilómetros de distância.
- Calma, eles ainda nem começaram a tocar.
Mas eu nunca me engano e os primeiros 15 minutos foram de pura e dolorosa tortura. As peças escolhidas eram do mais angustiantemente secante que possa no mundo existir e eu já chorava, enquanto falava entre-dentes:
- Uma noite livre para isto? Aiiiiii que vou adormecer!!!!!! Aiiiii tirem-me daqui!!!!
Pelas vergonhas do Hugo, aguentei-me 45 minutos. Minutos de pura dor e era geral, pois dava para ver pela forma como as pessoas se remexiam nas cadeiras, que estavam a tentar não dormir.
Com uma espécie de mola no rabo levantei-me em plena interpretação da nossa auto-renegada portuguesa e comecei a furar pelas pernas das pessoas, seguida pelo meu envergonhado marido.
- Com licença, Com licença.
A porta tão longe e tão perto. Vem a mim Saída, ar puro, liberdade!!!!!!!
Perante olhares invejosos lá saímos aos tropeções e com um tremendo ataque de riso.
Toma lá Maria João. Não tiveste palmas, mas tiveste a nossa saída triunfal só para te desconcentrar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Jogos Sem Mamocas


Sim o conceito até é leve e engraçado, a fazer lembrar os velhinhos Jogos Sem Fronteiras. Sim, a Alice delirou com as quedas dentro e fora de água e com o ambiente um bocadinho sem regras dos desafios.
Mas porquê aquele decote Carolina? Porquê o vale Abraão entre um implante e outro? O que é que se passa ali no meio?
É que de tantos grandes planos que te fizeram ao decote eu nem consegui olhar para mais lado nenhum. O meu olhar ficou colado no espaço entre um e outro.
E a forma pretensamente elegante com que cruzavas a perna, numa espécie de contorcionismo de circo, deixou-me apoplética.
É que tens carinha de bebé, bronzeado de leitãozinho no esturro e o resto. Bem, o resto não joga a bota com a perdigota.
*A propósito do programa de ontem na Sic apresentado pela saia da Carolina.

Um Mundo Inteiro

Desde muito nova que tenho o vício de olhar.
Olhar as pessoas, olhar em volta, olhar para dentro, olhar para fora. Olhar e ponto.
Sou capaz de passar tempos infinitos sentada numa esplanada a olhar, a apreender tudo o que passa por mim, sem precisar de um livro, ou revista que disfarce o facto de estar sentada a sós comigo mesma, pois o que vejo é a minha companhia.
Gosto de adivinhar a vida dos outros, estudar os gestos, decifrar conversas que apanho no ar e tecer à sua volta histórias que imagino. Observar a escolha de um livro numa livraria, de um disco.
Observar casais cheios de afecto silencioso, outros que põem todo o veneno que conseguem numa grande conversa.
Adoro ver o que pedem nos restaurantes, o que bebem, como se tocam, como falam aos empregados.
Posso bem ter errado na profissão, pois detective privada podia pefeitamente encaixar neste feitio compulsivamente observador. Mas muito deste material já me tem ajudado na escrita de ficção.
Penso que alguém fechado ao mundo nunca terá aquela mala interior repleta de sensações que a vida dos outros pode provocar em nós...

domingo, 5 de julho de 2009

Do Lombo

Nunca fui uma pessoa muito sofisticada no que toca à comida. Agora então com este apetite devorador que me consome, estou menos sofisticada do que nunca.
Sempre achei que o verdadeiro prazer residia nas coisas mais simples. Mergulhar um pedaço de pão na gema de um ovo bem estrelado e estaladiço.
Um bom e suculento bife grelhado sem mais nada que o tempere além do sal.
E no topo da minha lista dos pequenos e singelos prazeres. Uma sanduiche de lombo de porco. Sim, pode levar uma folha de alface, um ovo cozido. Mas também pode não levar mais nada além da carne.
Dêem-me uma sanduiche de lombo com pão acabado de sair do forno a lenha e eu sou uma mulher feliz, realizada. Não peço mais nada da vida.
Acabei de perceber que este blogue corre o sério risco de se transformar num site culinário e acabei de ser atingida por uma certeza incontestável: Aquele pedaço de lombo que tenho no congelador vai direitinho para o forno. Já sei qual vai ser o nosso jantar :)

Na Saúde e na Doença


No mesmo dia em que morria Michael Jackson, alegadamente de overdose de um qualquer medicamento para o adormecer, deixava também o mundo dos vivos Farah Fawcett.
O primeiro com uma morte indolor e provocada, a segunda com uma morte sofrida e evitada.
Só ontem, quando tentei ver o documentário que ela gravou sobre os seus últimos anos, me apercebi mais uma vez de como a luta contra um cancro agressivo é das batalhas mais duras, mais atormentadas. Tão cheias de avanços seguidos de retrocessos, de dor física e espiritual, de esperança que se esfuma, que volta a nascer, para logo de seguida ser derrubada mais uma vez.
Chorei baba e ranho de cada vez que via a expressão de Ryan O'Neil, o seu companheiro de 30 anos, a tentar sorrir para ela, estar lá por ela, dizer o que ela precisava de ouvir. Quando bem no fundo do seu olhar se via que ele não tinha esperança nenhuma.
De cada vez que se apanhava sozinho quebrava e chorava, para logo de seguida rasgar um sorriso na presença da mulher que adorava.
Ele tinha a certeza de que ia perdê-la, ela estava segura que iria viver.
Penso que esta esperança que toma conta do coração de quem está terrivelmente doente é o motor que os faz sobreviver mais do que o esperado, mesmo que isso implique sofrimento, tratamentos agressivos, envenenamento do próprio corpo. Ninguém quer partir sem dar luta, sem ganhar mais um dia junto daqueles que ama, mesmo quando estes definham perante o sofrimento e se sentem o ser mais impotente do mundo...
Vi aqui o significado da frase: Na saúde e na doença e relativizei mais uma vez todos os meus problemas, pequenas queixas diárias, luxos que só quem tem saúde pode sentir.

sábado, 4 de julho de 2009

Batalha Nocturna

A coisa pior que me pode acontecer durante a noite é ter o quarto invadido pelo pelotão aero-transportado, que é como quem diz, pelas melgas.
Começa tudo como se estivesse a sonhar. Primeiro muito ao longe oiço o que me parece um avião a rasgar os céus, depois, à medida que vou tomando consciência, percebo que o avião deixou de furar as nuvens lá fora e arranjou maneira de entrar no quarto. Como? Ah está bem, estou a sonhar, não há problema, é só um sonho.
Mas eis que surge a comichão, a princípio um ardor, mais tarde a comichão dos infernos. Ou me coço até fazer sangue, ou morro.
Neste ponto já estou acordada e percebo que não era um sonho, antes um pesadelo. Mas um pesadelo bem real. Levanto-me aos tropeções e procuro o Fenistil para a pequena bolha transparente que antes do amanhecer já estará uma baba arroxeada e quente de tão envenenada.
O Fenistil parece aliviar e podre de sono tapo-me até aos olhos. Quase consigo sentir o vento que produz à sua passagem. O som das asinhas torna-se ensurdecedor. Mas enquanto estiver debaixo dos lençois ela não me chega.
Passados uns minutos o calor torna-se insuportável, não aguento mais, não consigo mais estar tapada, vou sufocar, destilar, desfazer-me em água. Acabo por atirar os lençóis pelo ar num gesto impaciente e fico ali, à espera. Consigo senti-la no escuro, vejo os seus olhinhos amarelos, pronta a atacar a qualquer instante.
Neste ponto da situação estou disposta a tudo, pego na havaiana, numa revista, num livro, no que estiver mais à mão e começo a caçada. Só vou descansar quando a desfizer num banho de sangue, neste caso, do meu próprio sangue. E depois de várias tentativas falhadas, acerto-lhe em cheio e respiro de alívio. Desligo as luzes e suspiro feliz.
Mas é sol de pouca dura, pois a prostitutazinha trouxe a família inteira para a batalha.
Se é guerra que querem, guerra terão. E assim se passa uma noite sem dormir...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Menino Da Lágrima


Ao longo da minha vida já me deparei com este símbolo nacional nos locais mais insólitos. O último dos quais num retiro familiar que fizemos no Norte, ficando instalados numa residência de padres (não me façam perguntas). E enquanto eram rezadas as missas e eu me arrastava pelos corredores em penitência, dando chicotadas no lombo, ali estava ele. Atento, lacrimejante, suspirando. De cada vez que me aproximava do quadro apressava o passo, borrada de medo. Não do menino, mas de mim própria que me comovia com tanta tristeza. Morrendo de pânico de me lançar aos seus pés, implorando-lhe que não chorasse mais, que a mãezinha estava a chegar com as codeas de pão para lhe dar ao jantar.
Se há obra de arte que resume a alma portuguesa na sua essência. O fadinho, o desgraçadinho, a lágrima que escorre pela face deprimida. Essa obra é indubitavelmente esta pintura.
Os brasileiros têm a pintura Naif colorida e alegre, nós temos o menino da lágrima.

Muuuuuuuuu


Manuel Pinho filho. Mas o que é isto? Menino feio Nelito! E logo na Assembleia da República, onde apenas insultos velados são permitidos e sempre precedidos por "Exmo. Senhor Deputado". Passo a exemplificar: O Exmo. Sr. Deputado fazia o favor de se auto fecundar mais o seu digníssimo projecto-lei? Enquanto por debaixo da mesa gestos obscenos com o dedo do meio são produzidos.
Agora corninhos assim a imitar um touro a investir contra o capote? Ainda por cima demitires-te por causa disso?
Já que era para te demitires pelo menos agarravas nas partes íntimas, qual Michael Jackson acometido pela febre da dança (ou dos chatos) e gritavas para a bancada do PCP, ou melhor, para o Presidente da AR e Primeiro Ministro: Montem-se neste!
Ora isso sim teria sido uma saída em grande.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Citação Curta porque sim

"Chega-se a um ponto da vida em que as coisas boas que ficaram para trás são muito marcantes, e nós percebemos que a única maneira de não as sepultar de vez é trazê-las à superfície"
Miguel Sousa Tavares
*Entrevista à revista Visão acerca do seu novo romance No teu Deserto

Hoje Apetecia-me estar Só


Tenho dias em que me apetece solidão. Não daquelas solidões impostas, mas procuradas, precisadas.
Ouvir apenas a chuva a bater na janela enquanto penso em nada e olho o fogo que arde na lareira.
Enterrada num sofá, ou encostada numa cama suave e confortável que apoie apenas o pensamento de mim, enquanto o meu corpo se esquece.
Porque todos precisamos de nos pensar de vez em quando, sem medo do que encontraremos pelo caminho. Porque a distância de nós é o que nos afasta dos outros e eu quero-me.
Por hoje apenas queria pegar no carro e conduzir até esta pequena ilha de conforto, onde ficaria a olhar-me de dentro para fora e de fora para dentro sem choros, sem risos, sem emoção que não a de ficar ali, perdida dentro de mim a rever-me mais uma vez...

Coça-me as Costas que eu Coço-te as Tuas

Sempre fui tremendamente romântica. Talvez por isso se tivesse sido eu a escrever a história da Cinderela a coisa resultasse um bocadinho diferente.
Quando o príncipe diz que casa com a dona do sapatinho de cristal eu acrescentaria:
"Se a dona do sapatinho me souber coçar as costas".
Riscou-se o disco? Acham estranho? Não, pensem lá bem. Sabem quando têm uma comichão tão, mas tão violenta no lombo que se não lhe deitarem a mão simplesmente morrem? E sabem como é quando a vossa mãozinha treinada para o sucesso não chega à zona da comichão? Vocês contorcem-se, torcem membros, tentam com os pés e nada?
Depois em desespero de causa pedem a alguém que vos ajude, que vos coce ali, naquele sítio e esse alguém nunca acerta? Mais para a esquerda, não aí no meio, mais para a direita, para baixo!
Pois é, o nosso príncipe, ou princesa encantada deveriam passar neste teste do radar. O homem, ou mulher que acertasse à primeira na zona comichosa levava-nos ao altar.
E agora digam lá que eu não sou uma rapariga de poucas ambições, que é como quem diz, pouco comichosa...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A Cegonha, ou De onde Chegou Este Bebé

Cansada da história da cegonha que veio a voar e deixou cair um recém nascido na nossa casa, descobri um livro alemão que ilustra de forma ternurenta, carinhosa e discreta de onde vêm os bebés.
Quando a Alice decidir perguntar-me como é que o bebé que tenho na barriga lá foi parar, tenho o problema resolvido: Folheio com ela esta obra prima da subtileza infantil antes dela adormecer. Tenho a certeza que a calarei para sempre, aliás, vou deixá-la muda.




Os Portugueses São Estúpidos - Confirma-se


Os Portugueses não se importam de tomar banho num rio que tenha avisos a dizer: "POLUÍDO NÃO TOMAR BANHO!"
Os portugueses não se importam de tomar banho na maresia, mesmo quando uma maré de merda invade as praias (como aconteceu há uns anos no Algarve), ou seja, não se importam de mergulhar na merdesia.
Os portugueses quando pensam que que vem aí um tsunami (como também aconteceu há uns anos em algumas praias) ficam todos a olhar o fenómeno a uma distância segura de 50 metros.
Os portugueses adoram travar a fundo para verem com atenção os corpos mutilados num acidente de viação, mesmo que o resto dos carros circulem a 140 na Auto-estrada.
Os portugueses adoram viajar com os bebés ao colo no carro, pensando sempre que não vai acontecer nada e que o menino chora na cadeirinha.
Os portugueses julgam-se feitos de um material resistente a tudo, até às doenças. Por isso é vê-los felizes da vida a marcarem férias para o México e tudo quanto é ilha espanhola, levando os filhos consigo, mesmo sabendo que correm o risco de contrair a Gripe A e pior, de a trazerem de volta para o nosso país e contaminarem grávidas com o sistema imunitário perigosamente em baixo, como é o caso de todas as grávidas, logo, eu.
Os portugueses não deixam de aproveitar uma promoção hotel com tudo incluído + avião, mesmo que o tudo incluído seja uma possível doença.
Façam-me um favor filhos. Viagem à vontade, mas não voltem sim?