quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O Teu Presente de Natal


Esta cozinha foi O (The One) Presente de Natal.
Tu adoraste (e eu também)

Austrália Nunca Mais



Uma convenientemente enviuvada Nicole Kidman viaja até à Austrália onde se depara com uma cena de porrada num salloon e dá de caras com um galã suado e valente que a vai conduzir até casa. Ai como ela o odeia, ai como ele é tão brutamontes. (onde é que eu já vi isto? Talvez em mais de um milhão de filmes)
Depois há uma manada que tem que ser conduzida. Quem poderá conduzi-la? E eis que passa a galope no seu cavalo esse galã suado e valente de dentes a reluzir ao sol. Depois de muitas e convenientes dificuldades, ele lá cede e acompanha a bela Nicole nessa épica condução de vacas pela Austrália.
Há um nativo que aparece sempre em posição de Yoga (tem que ser um aborígene, porque na Austrália não são Índios) e uma bela criança mestiça cheia de frases enigmáticas e de ensinamentos. Ai que comoção.
Depois o amor, Nicole boca de botox e Galã suado amam-se e trocam juras de amor, mas ele foi magoado no passado e não suporta a ideia de poder voltar a sofrer no presente, por isso parte em direcção ao sol posto com as suas vacas. Nicole chora, mas é valente.
No final, ele julga-a morta pelos malvados japoneses, mas não. Ela vive!!! Aleluia!! Que lindo.
Vou passar a explicar porque é que cada vez que vou ao cinema para ver um mau filme, fico lixada.
É que eu hoje em dia vou muito pouco ao cinema e gostava de acertar em cheio de cada vez que vou.

E depois o cartaz do filme, claramente uma cópia de E Tudo o Vento Levou. Por favor, que ofensa!

Passagem de Ano Como Quero



Consegui! O telefone não tocou com nenhum convite de última hora. Vamos passar o ano em casa. E para que não me acusem de ser totalmente desprovida de sentimentos festivos,decidi fazer fondue para o jantar, acompanhado de um bom vinho tinto.
Há mais de 2 anos que não como fondue. Mais precisamente, desde que a Alice nasceu. Não é uma refeição muito amiga das crianças. Mas chegou a hora de ela se iniciar nestes pequenos prazeres da vida.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Família

Tive mais de 20 pessoas cá em casa a passar o Natal e depois das resmunguices, da desarrumação, da confusão de papéis de embrulho espalhados, das crianças aos gritos numa correria desenfreada, do vinho entornado no chão. Consegui um momento para me sentar e olhar para a nossa família. Longe de ser perfeita, cheia de pessoas normais com os seus defeitos, as suas neuras, os seus conflitos. Mas era a nossa família, minha e do Hugo, ali toda junta a partilhar conversas, afectos. E senti-me cheia, não só de doces e de vinho , mas de amor, de muito amor.
E pensei, meu Deus se isto não é felicidade, então não sei o que é que possa ser.
Claro que este sentimento desapareceu no momento em que entrei na cozinha para começar a arrumar. Mas a felicidade é feita de momentos, apenas momentos e eu tive o meu momento neste Natal.

Passar o Ano Sem Passar

Porque é que não podemos passar o ano simplesmente a dormir? Porquê a obrigação de festejar uma coisa que não sabemos bem o que é.
Sim, entramos no ano novo e celebramos aquilo que aí vem. E se o que aí vem é mau?
Celebramos o ano que passou? Mas não podemos fazer isso todos os dias à nossa maneira?
As flutes, as passas, as badaladas, os gritos, os tachos, subir para cima da cadeira, o fogo de artifício. Eu bem tento sentir alguma coisa, faço muita força mesmo, mas nada. Zero, sinto apenas vontade que aquilo termine depressa para poder ir descansar da noitada.
Já gostei sim da farra, da bebedeira obrigatória. Mas mesmo aí acho que não celebrava nada, era apenas mais uma noite de borga.
Será que isto é só comigo e eu estou um tremendo bicho do mato?

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Eles Andam Aí

É só comigo, ou em cada entrada de hipermercado, em cada corredor de Shopping encontramos peditórios, campanhas de marketing, vendas de produtos, vendas de créditos. Não podemos dar um passo sem sermos abordados pela Ajuda de Berço, Banco Alimentar, Associação de Crianças Desaparecidas, Associação dos Amigos do Rato Mickey com problemas pulmonares, Campanha de recolha do que tens e do que não tens... Até umas mulheres com sotaque que nos pedem para mostrarmos as mãos aos gritos, na tentativa de nos venderem produtos de manicure.
Eu já desenvolvi uma arma secreta para evitar estas abordagens agressivas: Nunca estabelecer contacto visual. Procurar qualquer coisa na carteira, fingir que se manda um sms no telemóvel, até olhar o infinito com ar abstraído. Vale tudo para lhes fugir.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Calma, Deixar o Espírito de Natal Penetrar



Com a aproximação do Natal, apercebo-me que vou ter 20 e tal pessoas cá em casa para jantar e que tenho o frigorífico avariado. Apercebo-me de que isto da véspera de Natal não é para toda a gente, nem para todas as donas de casa.
É exactamente assim que me sinto. Aliás, esta(s) podia ser eu num destes dias.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Love Actually



Depois de um típico domingo em toda a acepção da palavra domingo. Consegui aterrar no sofá, entre o final do trabalho e a sesta da Alice e num zapping desenfreado, daqueles que só uma mulher em busca do esvaziamento cerebral é capaz. Apanhei o Love Actually na minha cena preferida.
Alguma coisa tinha que correr bem no meu domingo.
Aqui fica mais um filme brilhante em todos os sentidos.
"As coisas são claras para mim, não preciso de provas"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A Mais Bonita História de Amor

Há uns tempos atrás num programa de televisão ouvi uma história que me tocou bem fundo. Como não podia deixar de ser: Uma história de amor. Tenho que a deixar registada em algum lugar, por isso aqui vai:
Na Segunda Guerra Mundial, um jovem prisioneiro Judeu que tinha perdido a família, a esperança e a vontade de viver. Decidiu que ia deixar de lutar. Ia-se entregar nos braços seguros da morte, a única que lhe traria algum conforto no meio daquele inferno em que se transformara a sua vida.
Na mesma noite em que decidiu desistir, a mãe dele apareceu-lhe num sonho e disse-lhe para não ter mais medo, porque lhe enviaria um anjo para tomar conta dele.
No dia seguinte ele acorda com uma sensação estranha de conforto e numa das suas voltas pelo campo de concentração, junto à vedação vê uma jovem que o chama e lhe pergunta o que é que pode fazer por ele. A resposta dele é simples, pouco poética, mas muito real: Tenho tanta fome. E ela estendeu-lhe um pedaço de pão.
Depois desse dia, a jovem passou a levar-lhe um pedaço de comida todos os dias e tornou-se no único ponto de luz na vida daquele rapaz. Ele vivia para aqueles minutos em que esperava por ela junto da vedação e a via chegar.
Perto do final da Guerra, ele recebe a notícia que vai ser transferido para outro campo e é com a maior amargura do mundo que o comunica à jovem mulher. Dizem adeus, pois sabem que o mais certo é nunca mais se verem. Quando ele vira costas chora. Chora por a deixar para trás e, no fundo, por tudo aquilo que perdeu com o Holocausto.
Passados anos, já terminada a Guerra, este jovem polaco prossegue a sua vida nos EUA. E, cedendo à pressão de um amigo, lá aceita sair num Blind Date, orquestrado por ele. Quando aparece no encontro um pouco contrariado percebe que a mulher que, passados tantos anos, estava ali bem à sua frente, era a jovem do campo de concentração. O seu coração parou, o dela também. Apesar do tempo que tinha passado e de ele estar quase irreconhecível fisicamente, reconheceram-se quase imediatamente.
São casados até hoje.
Digam-me por favor se esta não é a história de amor de todos os tempos?
Isto dava um livro, isto dava um filme...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mais Uma Vez Tu

Sonho ver-te crescer e assistir à pessoa em quem te vais transformar. Tento não colocar nenhuma das minhas expectativas nos teus desejos e vontades, tento não me colocar à frente dos teus horizontes. Espero ter sempre a força para recuar quando quiseres avançar e para avançar apenas quando chamares por mim.
És agora parte da minha vida de uma forma que nunca pensei ser possível e isso traz-me um conforto sereno e doce. Uma certeza que já ninguém me pode tirar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Playing By Heart



Hoje apetecia-me rever todos os filmes que nunca consegui esquecer. Por isso os vou deixando aqui a conta gotas, para me poder lembrar vezes sem conta da emoção que se sente ao sair do cinema depois de se ter visto um filme a sério...
Porque é que há tanto tempo que não vejo nada que me encha as medidas?

Before Sunrise



Para que nunca me esqueça de como se escreve um bom guião e de como uma história simples com duas personagens apenas pode ser tão brilhante e profunda.
Este filme em muitos sentidos completa-me.

Nem Sempre é Fácil

Acordar e tentar esquecer-me de mim só para poder entrar dentro da vida dos outros. Daqueles que existem apenas no papel e na minha cabeça.
Pensar neles, viver com eles, encontrar palavras para as conversas, acção para as cenas agitadas, amor para as cenas de paixão, maldade para as cenas do vilão.
Tenho dias assim. Em que simplesmente custa demais despegar-me da minha pele, desfazer-me da minha rotina para me colar na pele deles quase por osmose.
Hoje foi difícil e ponto final.

sábado, 13 de dezembro de 2008

A Soft Place To Fall



Hoje quero ir ao Montana

Saudade

Apaguem o sol, tragam as nuvens cinzentas uma por uma e façam-nas chover.
Tirem o verde das árvores e dispam-nas de folhas só para que não possa vê-las florescer.
Calem todos os ruídos que não são necessários, as vozes dos que falam ao longe, porque hoje choro. Hoje quero apenas sentir a tua falta, o teu vazio dentro da minha vida irremediavelmente sem ti.
Nada hoje aqui habita em mim. Nada para além da saudade que deixaste.

A Nossa História

Porque não falar da nossa história? Porque não deixar escrito em algum lugar como é que conheci o teu pai?
Acreditas mesmo se te disser que nos conhecemos quando eu tinha 13 anos?
Quando penso no assunto, nem eu mesma acredito que nos conhecemos já há 20 anos!
Não, não foi um namoro daqueles que nunca mais acaba, simplesmente, éramos grandes amigos, os nossos prédios em Lisboa era colados um no outro e nós assim ficámos também.
O teu pai tinha uma frase que, mesmo depois de nos separarmos pela distância, ficou para sempre gravada na minha memória. Entre as gargalhadas com que polvilhava cada piada descarada, enfiava o que ficou conhecida como a sua frase clássica: Just Kiding. Podia dizer as maiores barbaridades, que logo de seguida se desculpava com estas duas palavras em inglês.
Não havia quem não ficasse contagiado com o seu bom humor e por esse motivo, um grupo de pessoas parecia sempre levitar à sua volta.
Aos 16 anos mudei-me para Cascais e fomos perdendo o contacto. Nunca, mas mesmo nunca esqueci o Just Kiding e muitas vezes dava por mim a dizer essa frase em voz alta, como se ao dizê-la os meus tempos loucos de Lisboa voltassem nesse mesmo instante e juntamente com eles, o teu pai e o nosso grupo de amigos.
Já menina bem comportada e estudante de Direito, há uma tarde em que decido faltar a uma aula e ir matar saudades com a D. para a Av. de Roma. Foi um impulso, completamente fora do normal, que nos levou ao baldanço culpabilizado. Mas lá fomos e, sentadas na esplanada da Gelataria Roma, vimos passar o teu tio Filipe, irmão do teu pai.
Não queria acreditar, chamei-o e foi como se o tempo não tivesse passado. Senti que por muito tempo que passasse, havia cumplicidades que teimavam em não se perder. Trocámos números de telefone.
Passado um tempo o teu pai mandou-me uma mensagem.
Não conhecia o número, perguntei quem era. A resposta foi simples e esclarecedora: Se te disser Just Kiding, lembras-te?
Daí para a frente uma amizade antiga transformou-se num novo amor e eu, que estava sozinha há tanto tempo, acreditei que tinha ficado assim na mais completa secura, só para poder valorizar um grande amor quando ele surgisse.
Não foi fácil entrar na vida do teu pai. Ele tinha saído magoado de uma relação e não se entregava com essa facilidade toda. Mas a amizade que tínhamos serviu para não nos deixarmos fugir um do outro.
Se algum dia te vierem com a história de que não existe essa coisa do destino. Lembra-te de mim e do teu pai. Conhecemo-nos em miúdos, separámo-nos jovens, reencontrámo-nos diferentes e tivemos-te a ti como prova de que tínhamos mesmo que acontecer.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Estou Aqui

Entro no quarto escurecido pela noite e sem fazer barulho debruço-me sobre a tua cama. A tua respiração tranquila acalma-me sempre, passo os dedos pelos teus cabelos e afago-os com todo o carinho que consigo pôr naquele gesto. Mexes-te porque sentes que estou ali e isso conforta-te. Por isso acordas apenas o suficiente para me sentires entrar no teu quarto todas as noites, para sentires que te guardo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sway



Todos nós temos uma música que nos transporta a um momento qualquer nas nossas vidas. É uma sensação tão intensa que por vezes evitamos ouvi-la só para não nos lembrarmos. Ou fazemos questão da a pôr a tocar para recordarmos.
Esta é a minha música e do Hugo.
Foi uma das coisas que me fez apaixonar por ele. Gravou-me um cd com músicas cujas letras pareciam todas escritas para mim (porque é que nunca mais fizeste isso?). Entre elas estava esta. Tocaram-na no nosso casamento e hei-de pô-la sempre que as coisas à minha volta estiverem menos boas. Pois assim que a oiço, aquela emoção dos primeiros tempos volta e tudo fica de novo luminoso.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

The Bridges Of Madison County



Posso já ter visto este filme um milhão de vezes, mas tenho a certeza de que vou continuar a chorar de cada vez que puser os olhos nesta cena.
É uma grande história de amor. E uma grande actriz.
"Este tipo de certeza só chega uma vez na vida"

A Partida

O comboio embalava cada um dos meus pensamentos com aquela cadência cheia do mesmo ritmo.
Os meus olhos estavam fixos nas costas da pessoa à minha frente, como se não conseguisse olhar para nenhum outro lugar. A paisagem que passava colorida ao meu lado não importava, pois apenas aqueles ombros à minha frente me prendiam todos os sentidos. Os ombros sacudiam-se ao de leve, como que albergando uma espécie de choro silencioso.
Depois veio uma voz, suave, quase doce que falava baixinho, como se rezasse a uma qualquer entidade. Como se pedisse por qualquer coisa que tinha perdido, como se sentisse que estava perdida na sua viagem. Apenas ouvi a palavra Saudade e também eu a senti bem cravada no fundo da pele.
Sabia o que havia deixado para trás e como tudo isso era difícil demais.
Decidi pousar uma mão sobre o seu ombro. Tocar-lhe apenas. Dizer-lhe que também estava ali com ela naquela viagem.
A sua mão pousou sobre a minha, como um sopro e apertou-a em agradecimento.
Tínhamos partido em simultâneo e tive então a certeza de que chegaríamos juntas.
E isso estranhamente consolou-me.

O Cheiro do Café


O cheiro das tarefas de todos os dias começa por entrar dentro de mim através do cheiro do café que faço de manhã cedo.
Não troco a minha máquina de café velha e gasta por nenhuma Nespresso da vida. O cheiro das cápsulas coloridas dá-me arrepios. É como se fosse um comprimido de café e eu odeio tudo o que seja comprimido em termos de tamanho.
Adoro encher uma das minhas canecas enormes e bebericar enquanto vejo as notícias da manhã. Adoro sentir o fumo quente a embaciar-me os óculos e principalmente, adoro a forma subtil como vou começando a acordar depois de cada trago.
Os dias deviam começar assim para toda a gente, ao sabor do café.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Quero ir à Irlanda




Esta música põe-me sempre tão bem disposta, porque é que será?

António Alçada Baptista


Quando alguém que sempre viveu connosco através dos livros parte fica um vazio muito grande.
Resta apenas o consolo de poder regressar aos seus livros e recordar, reviver, reler as vezes que forem precisas até que ele renasça.
E não é esta a forma mais nobre de alguém conseguir perpetuar-se no mundo?

domingo, 7 de dezembro de 2008

Frida


Adoro os quadros dela e a vida dela, como se os dois se pudessem separar...

Tudo É Ainda Possível

Vou para longe, para perto do final do caminho. Mas o caminho não acaba, reparte-se por estreitos caminhos sem rumo. Olho em volta sem saber por onde seguir. Não há indicações, não há linhas direitas. Apenas percursos sinuosos que me conduzem a lugar nenhum.
Depois acordo, e naquele segundo em que ainda não sei se estou acordada, ou a dormir, penso que tudo é ainda possível.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Um Dia Não

Às vezes acordo cansada. É como se dormir já não bastasse para me recompor do dia anterior. As noites acabam muito cedo para a quantidade de sono que precisa de penetrar no meu sistema.
Ainda assim tive que escrever de manhã e cada palavra, cada letra saiu como se me tivessem assaltado a alma e roubado a inspiração durante a noite.
Depois da tortura do teclado só me apetecia olhar o vazio e esvaziar-me de tudo a pouco e pouco, sem falar, sem me mexer, sem fazer qualquer movimento que desperdiçasse a energia que recuperava devagar.
Mas já não posso ficar assim. O tempo a sós é um luxo que já não tenho há muito tempo.
E contra tudo o que o meu corpo pedia, dei por mim em excursão familiar até à árvore da Zon em Lisboa.
Nem se diz árvore de Natal, é mesmo árvore da Zon (tv cabo). E que no fundo é uma coisa imensa em metal, cheia de efeitos luminosos.
Será assim tão complicado fazer uma árvore de Natal que pelo menos pareça um pinheiro verdadeiro?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Tudo o Que Está Perto Parece Distante

Toda a aprendizagem é um tempo de clausura. O amor não consiste nisto de um ser se entregar ao outro logo que se dá o encontro. O amor é a ocasião única de amadurecer, de tomar forma, de nos tornarmos um mundo para o ser amado.
Renuncie a que o compreendam. Creia somente nesse amor que lhe pertence como um bem de raíz. Tenha a certeza de que há nesse amor uma força, uma benção que podem acompanhá-lo tão longe quanto os seus passos o levarem.

O Prazer da Leitura

"Se ainda hoje nos acontece folhear esses livros de outrora, é apenas como sendo os únicos calendários que guardámos dos dias passados, e com a esperança de vermos reflectidas nas suas páginas as casas e os lagos que já não existem" (...)
E não é verdade?

A Minha Inspiração


Uma mulher que pegou no seu sofrimento interior e o transformou num dos livros da minha vida: Paula.
Depois encheu-se de coragem e voltou a transformar a própria vida num livro mágico, levando-me através da Soma dos Dias (dos seus dias) fazendo-me sentir sua cúmplice a cada página, a cada passagem.
Porque é que depois de um livro assim, fica um vazio tão difícil de preencher? Uma saudade que mais nenhuma história leva embora.

Jane Austen


A minha heroína, a minha escritora de eleição.
Ainda hoje suspiro pelo Mr. Darcy...
Apetecia-me reler Orgulho e Preconceito, mas tenho sempre medo de voltar aos livros que adorei, de tocar novamente nos personagens que deixei quando fechei o livro.
E se descubro que o Mr. Darcy e a Lizzie são agora apenas mais um casal igual a tantos outros? Com excesso de peso e discussões constantes?
Não, definitivamente, prefiro não voltar a abrir as páginas desse livro, é mais seguro continuar a imaginá-los felizes para sempre.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Adivinha O Que Eu Não Digo

Porque é que desejamos sempre que eles adivinhem os nossos desejos sem nós termos que proferir uma palavra, ou pior, quando dizemos o contrário daquilo que sentimos, na esperança de que eles nos leiam as entrelinhas e façam o que não dissemos.
Vou passar a dar um exemplo:
- Ficas aborrecida se for sair?
- Sem mim?
- Não demoro, mas como não podemos sair os dois, ia só eu...
- Eu importar-me? Claro que não, vai à vontade (por dentro gritamos: Vais-me deixar aqui em casa sozinha? Tens coragem?) Mas por fora somos a compreensão em pessoa.
Mais tarde quando ele chega a casa encarregamo-nos de o fazer pagar em lume brando...
Isto será a ordem natural das espécies?
Algum dia poderá ser diferente?

A Árvore Do Ano Inteiro



Pronto já está, já fiz a árvore de Natal. Ou melhor, já fizemos, eu e a Alice. Sei que é só no dia 8 de Dezembro que se decora a árvore, mas eu tenho uma criança em casa, ou melhor duas. Eu e a minha filha e nós nunca tivemos grande jeito para esperar.

Não é por nada, mas esta árvore devia estar em casa durante todo o ano. Porquê apenas no Natal? É como os presentes, devíamos recebê-los em suaves prestações mensais...

Olhar para a árvore iluminada à noite dá-me (como diria o Paulo Bento) tranquilidade, muita tranquilidade.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mamma Mia Mas Que Bela Porcaria

Tens que ir ver! Não podes perder! É fantástico, vais adorar!
Mas porque é que eu ainda dou ouvidos a estes conselhos? Só servem para não acharmos nunca tão bom como nos disseram, ou então para nos atrair para um filme única e exclusivamente pelas opiniões alheias.
Tirando a Música no Coração e My Fair Lady, nunca consegui gostar de nenhum musical transformado em filme.
Ver a Meryl Streep aos pulinhos em cima de um telhado a cantar, ou o ex James Bond a saltitar apaixonado enquanto cacareja com uma voz de agente- ao- serviço- de- sua- majestade-castrado-por-um-espião-maléfico, não definitivamente não é para mim.
E quando os actores estão a meio de um qualquer diálogo e subitamente essa conversa se transforma numa canção e os personagens, correm, pulam, dançam, eu penso: Esperem lá, mas isto é ficção! E eu detesto perceber que estou a ver um filme.
Quando um filme é mesmo bom tem que me fazer abstrair do facto de ser tudo a fingir e aqui é sempre tudo tão a fingir...
O que salva um bocadinho (mesmo só um bocadinho) esta situação caótica numa ilha grega, é precisamente a ilha grega e as músicas dos Abba.
É caso para dizer Mamma Mia, tirem-me deste filme!

domingo, 30 de novembro de 2008

Telescópio

Não faço força nenhuma para gostares mais de uns brinquedos do que dos outros. Sempre tentei mostrar-te um pouco de tudo. Mas por enquanto, não és dada a bonecas.
Andas sempre com uns binóculos do imaginarium pendurados ao pescoço e adoras olhar para tudo com os binóculos ao contrário, vês tudo muito ao longe, em vez de veres tudo muito perto.
Sempre que vamos à Fnac corres para um telescópio gigante que eles têm à entrada e vais espreitar toda excitada. Depois gritas: Olha, estou a ver a avó! (ucha para ti, é assim que a tratas).
Por isso o teu pai decidiu aparecer ontem com um telescópio. Não é daqueles profissionais. É um telescópio pequeno para crianças.
Ainda não o largaste. E mais uma vez gostas de o espreitar ao contrário...

sábado, 29 de novembro de 2008

MADAGÁSCAR NO ATLÂNTIDA CINE

Sim, hoje foste pela primeira vez na vida ao cinema. Como é que correu?
Melhor do que estava à espera. Aguentaste 40 minutos vidrada no colo do teu pai. Não abriste a boca, só os teus olhos estavam maiores do que nunca fixos no ecrã gigante.
Um pouco antes do intervalo esgotaste a tua capacidade de concentração e fugiste para o chão, ficaste de pé, encostada à cadeira da frente e perguntaste: Quando isto acabar vamos para casa?
Pronto, percebi que tinha chegado a hora de irmos embora, para grande desgosto do teu pai que estava a adorar e tinha gasto 15 Euros nos bilhetes.
O balanço foi positivo e não vou desistir de tentar incutir-te o gosto pelo cinema desde cedo...
Lembro-me que o meu pai, depois do divórcio, arrastava-me a mim e à minha irmã vezes sem conta ao cinema. Éramos pequenas e acho que ele não sabia bem o que fazer connosco nos fins de semana. Por isso decidia levar-nos a ver os filmes que ele queria ver. Resultado da coisa: Criou em nós uma verdadeira adoração por filmes e uma ginástica mental para percebermos quase tudo aquilo que viamos. Não havia enredo que nos desafiasse. Nem filmes para M16 em que não entrassemos com 10 anos.
Acho que no fundo, ele sabia que se nos "atirasse" com alguma informação, alguma coisa havia de ficar cá dentro e o que é certo é que ficou mesmo...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tenho Saudades

Tenho saudades de quando tudo era mais leve. As responsabilidades, as noites mal dormidas, os quilos a menos e não a mais, os risos a todo o instante, o achar graça às mais pequenas coisas.
Tenho saudades das amigas que agora cresceram e casaram, construindo as suas próprias vidas e que agora pouco tempo têm para passar horas numa esplanada a conversar sobre coisa nenhuma.
Tenho saudades dos almoços na Mexicana em que se conversava sobre amor e perspectivávamos o nosso futuro ao lado de alguém que ainda não existia. Almoços esses seguidos de uma sessão de cinema no King. Por falar nisso, tenho saudades dos cinemas de Lisboa, fora dos centros comerciais.
Tenho saudades das viagens programadas em cima da hora.
Tenho saudades do Miguel Esteves Cardoso e da Causa das Coisas. Dos GNR de antigamente, quando as letras sem sentido do Rui Reininho pareciam a melhor música do mundo.
Tenho saudades do Bananas e da música Hard Rock. Das matinés no Crazy Nights em que se dançavam slows ao sim da Tracy Chapman, do Phil Collins, do Bryan Adams e tudo aquilo era emocionante demais.
Tenho saudades do Dartacão, do Verão Azul, do Duarte e Companhia, do Alf, do Quem Sai aos Seus, da Dinastia. Das séries de quando havia poucas séries, de quando a televisão não era o principal passatempo...
Tenho saudades de andar de bicicleta na rua com as minhas amigas, de ficar sentada nas escadas da rua do meu prédio em Lisboa a ver as pessoas passarem e a falar sobre um mundo de coisas.
Tenho saudades de saltar no jogo do elástico, do jogo do mundo.
Tenho saudades do S.João de Brito e de voltar a pé para casa com as minhas colegas depois das aulas.
Tenho saudades de escrever no meu diário (se bem que agora escrevo aqui, mas o computador não tem as folhas perfumadas nem um cadeado com uma mini chave). Tenho saudades de começar a frase por: "Meu Querido Diário, hoje..." E a coisa mais emocionante era descrever a minha ida à praia.
Tenho saudades das escapadelas à noite para namorar, dos beijos roubados à porta de casa, de andar de metro e de autocarro, do Bairro Alto, do Tacão Grande, das imperiais, dos pontapés na c*** do Arroz Doce. Do Perfil. Tenho saudades de não medir consequências, de agir por puro impulso só porque sim.
Tenho saudades de tudo o que já fui. Mas sei que aquilo que sou tem tudo isso cá dentro, por isso continuo a sorrir.


*Já tinha publicado este texto muito no princípio, mas hoje voltei a sentir-me asim.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Natal Tal Como Pessoa o Sentia

Este mandou-me a Rita...

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Stou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

o Tecido do Natal

De que tecido é feito o Natal? Do tecido da neura que dá gastar dinheiro em presentes para quem não precisa deles, ou do stress do shopping apinhado e mal cheiroso pelo suor dos que, tal como eu, suam para encontrarem o presente perfeito?
Será feito do tecido daqueles que compram os presentes com meses de antecedência e que dizem com o maior dos orgulhos que despacharam as compras natalícias no verão? (porque é que eu nunca consigo?).
Para aqueles que apenas estão com a família no Natal e discutem com ela o ano inteiro o Natal é feito de quê? De hipocrisia?
Para aqueles que perderam alguém que lhes era querido, o Natal é feito de quê? De saudade? De nostalgia?
Para aqueles que simplesmente não têm família, o Natal é feito de quê? De nada?
O Natal, ou é muito bom, ou muito mau. E por algum motivo, todos os anos, parece cada vez menos Natal, é como se ficasse mais e mais deturpado a cada ano que passa. O seu espírito vai-se esfumando até sobrar apenas o presente aos pés da árvore...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Solidão Interior

É tão bom ficar calada. Não dizer nada, esperar que nos adivinhem as palavras sem termos que as proferir. Perdermo-nos num bom pensamento, numa boa recordação, daquelas que nos fazem sorrir suavemente.
Depois respirar fundo e voltar à vida real. Às tarefas do quotidiano que nos consomem as horas.
No final do dia podemos dizer que tivemos aquele momento íntimo, em que mais ninguém nos leu a não ser nós próprios.
Por vezes a solidão interior traz-me alguma paz...

Piu Piu e Pó Pó

Porque é que assim que as mulheres têm filhos decidem que o único tema de conversa possível é mesmo esse: Os filhos. As frases dos meninos, as birras, os fatinhos, as gracinhas, o comportamento, as brincadeiras, as palavras que eles já palram, as escolas que frequentam.
Parece que o cérebro delas se encolhe até ficar proporcionalmente equivalente ao das crianças. Albergando única e exclusivamente informação infantil.
Tenho pavor que isso me aconteça. Quero conseguir continuar a falar sobre tudo, mas principalmente quero continuar a falar em português com a minha filha sem palavras distorcidas pela debilidade cerebral. Carro não é pó pó, Pássaro não é Piu Piu. Chamemos as coisas pelos nomes que têm por favor mães deste país.

Mais Duas Frases Memoráveis

Oh não mãe, eu não posso acreditar, é escandaloso! Esqueci-me do meu coelhinho lá em baixo.
Adoras cantar, mas mais ninguém te pode acompanhar, sempre que tento erguer a minha maravilhosa voz dizes: Mãe agora não, esta música é minha.
Confesso que esta me tira um bocado do sério...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Uma Noite Descansada

Sempre que te vou deitar despeço-me com um beijo e digo-te: Amo-te muito. A tua resposta é sempre a mesma, quer te deites de tarde, ou de noite: Também te amo muito, uma noite descansada mãe.
Fecho a porta do teu quarto e penso que a vida não podia ser mais perfeita.

Frio de Inverno

Confesso que já sentia falta dos dias frios. Cheguei a pensar que o Inverno nunca mais vinha. Será possível que tenha chegado tão tarde? Falaram de uma vaga de frio e, estranhamente a ideia agradou-me.
Hoje até escrevi melhor...

domingo, 23 de novembro de 2008

Oceanário


Hoje fomos ao Oceanário e adorámos!!!!

Não é Justo

Decidi passar a anotar as tuas frases mais memoráveis, pois sei que se não o fizer o passar do tempo encarrega-se de me fazer esquecer e tu nunca mais as repetes:
A mais memorável dos últimos dias: Não é justo! Vocês são crescidos e eu sou pequenina!
Outro dia andava louca à procura de alguma coisa e ela prontamente se ofereceu para me ajudar na procura. Olhava por debaixo da mesa, para os sítios mais óbvios, como o próprio chão e acabou por me dizer: Se calhar está aqui algures...

Apetecia-me Viajar


Apetecia-me viajar, partir para um lugar qualquer onde tivesse que embarcar num meio de transporte, de preferência um comboio. Ouvir as vozes em alvoroço dos que se reencontram, dos que se despedem, dos que partem, dos que ficam.
Apetecia-me ir, acenar, gritar que vou ter saudades e seguir para longe de tudo.
Depois olhava pela janela, observando a paisagem cada vez mais acelerada e começava a esvaziar-me, a ficar só com a saudade boa e quente que me reconfortava.
Um livro daqueles que nos prende, um café na carruagem-bar e muita, muita paisagem a entrar rapidamente dentro dos meus olhos.
Não pensar em nada, a não ser na distância que me separava dos que ficavam à partida e do tempo que faltava para chegar ao meu destino...

Pequenos Muito Grandes

Acabei de ler na Sábado uma reportagem sobre os melhores hospitais do país. Mas assim que comecei a ler percebi que era muito mais do que isso.
Eram linhas cheias de emoção. Das emoções dos que tratam, dos que são tratados, dos que acompanham aqueles que colocam as vidas nas mãos dos médicos.
E não. Não li apenas coisas más acerca dos médicos e enfermeiros.
Ali perguntavam a quem chegava como gostaria que o tratassem, ali tinham o cuidado de afagar os cabelos de uma criança que adormecia sob a anestesia. Ali condoíam-se, comoviam-se, preocupavam-se, sorriam e choravam.
Pais que depositam os filhos nas mãos destas pessoas e que apenas podem desejar e pedir o melhor para eles, fazem com que o trabalho destas pessoas seja de uma grandeza imensurável. Crianças já vergadas pelo sofrimento de anos a serem sujeitas a picadas, intervenções, sondas e que demonstram uma capacidade de aceitação muitas vezes tão superior à dos adultos.
Sim, isto foi o que me tocou mais. Como tantas vezes são os filhos doentes que acabam por dar força aos pais. Pais que apenas desejavam poder trocar com eles de lugar.
Depois de vermos como existem vidas tão cheias de dramas a sério temos a obrigação de dar mais valor a tudo à nossa volta. Pararmos com as pequenas queixas diárias. Agradecermos, aceitarmos e seguirmos em frente, agradecidos por tudo...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Escola

Ainda me lembro do meu primeiro dia na escola. Com 3 anos, levei tudo o que tinha de mais precioso dentro de uma pequena mochila. As minhas pernas tremiam, o meu coração batia descompassado, estava prestes a deixar o conforto de uma vida despreocupada e entrar no mundo dos grandes...Um mundo que só largaria depois da faculdade...
Lembro-me de ficar sem a minha mãe, sem o cheiro, a voz, sem tudo aquilo que já se tinha entranhado bem dentro de mim nos meus primeiros anos de vida.
Hoje sou eu a mãe e oiço vezes sem conta as outras mulheres que me dizem que as crianças estão bem nas escolas, melhor do que em casa. Têm outras crianças para brincar, as professoras que fazem os jogos que elas precisam para o desenvolvimento perfeito das suas capacidades. Para quê ficarem em casa, quando estão tão bem longe de casa?
É inevitável pensar se estarei no caminho certo, ao desejar que a minha filha passe os primeiros anos da sua vida junto de mim. Olho-a e penso se será assim tão diferente dos outros...
Depois sorrio e continuo firme e serena naquilo que sinto ser o melhor para ela.
Quando decidi que queria ser mãe foi para tentar ao máximo imbuir a minha filha de tudo o que fosse possível, enquanto fosse possível. Do meu amor, dos meus valores, da minha voz, do meu cheiro, das suas rotinas caseiras.
Fazê-la sentir vontade de regressar a casa, encontrar em nós o seu porto seguro. Saber que aqui vai sempre poder regressar mesmo no meio dos maiores temporais da sua vida.
Se não o fizesse agora, quando o faria? Quando é que encheria os sentidos, a razão dela de tudo o que ela precisará no futuro?
Delegar esta tarefa nos outros, despejar a minha filha apenas porque não me convinha o desconforto de ficar com ela, de brincar com ela, de me rir com ela, de a ouvir chorar, implicar, rezingar. Enfim, de ser criança. Delegar tudo isto numa instituição não seria para mim ser mãe.
Há quem ponha os filhos mais cedo na escola porque não tem alternativa. Hoje em dia cada vez mais mulheres não se podem dar ao luxo de ficar com os filhos, porque a vida as obriga a enfrentar o mundo de trabalho com a mesma coragem, garra e determinação de qualquer homem.
Mas não me façam sentir mal por achar que posso fazer a diferença na vida de uma pessoa e que essa pessoa seja a minha filha...
Deixem-me fazer parte da vida dela enquanto posso. A escola do amor, a escola do carinho, a escola da vida, essa só um pai e uma mãe podem dar...

Amigas

Para o serem com todas as letras têm que ficar genuinamente felizes pela nossa felicidade. Têm que querer partilhar as nossas vitórias , desejá-las para nós como as desejam para si, nem mais, nem menos.
Será fácil encontrarmos mulheres que sorriam na plateia da nossa vida?
E nós, sorriremos quando as virmos vencer?
Penso que os momentos luminosos são mais difíceis de partilhar do que os escuros. Talvez por aquela secreta, quase muda inveja que as mulheres têm na felicidade das outras mulheres.
Quero acreditar que comigo não é assim. Que aplaudo as vitórias, choro nas tristezas sem reservas, sem amarras, sem entraves.
Desejo apenas para elas aquilo que desejo para mim.
Quero estar à altura dessa palavra funda, cheia de tudo o que importa.
Quero ser amiga, irmã na alma e no espírito.
São os amigos que nos definem, é através dos olhos deles que tantas vezes nos vemos e revemos. Que tantas vezes vemos o que não queremos. Porque nada é mais sincero do que a amizade verdadeira.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Equador e Miguel S. Tavares

As ilhas são lugares de solidão e isso nunca é tão nítido como quando partem os que apenas vieram de passagem e ficam no cais, a despedir-se, os que vão permanecer. Na hora da despedida, é quase sempre mais triste ficar do que partir." in Equador

É por estas frases que vale a pena ler...
Para não nos sentirmos tão sós.

Pai e Filha

Quando vocês estão juntos tudo pára dentro de mim. Sinto que todos os passos que dei ao longo da minha vida serviram apenas para chegar aqui, junto de vocês...Como ela já foge dos teus beijos barulhentos, dos teus abraços apertados. Como ela já não é aquele bebé que adormecia na tua barriga, com uma entrega incondicional.Sei que te custa perder esse pedacinho da tua filha, vê-la crescer e afastar-se sempre um bocadinho mais.Por isso te digo que agarres cada momento destes, em que a vossa troca de olhares diz que nunca se vão perder um do outro...

A Seguir a Ti...

Eu não venho antes de tudo, primeiro vens tu. As prioridades inverteram-se drasticamente e tudo mudou de sítio na minha vida.
Onde era eu agora és tu, onde era ele e eu agora somos nós.
O que era importante deixou de ser e o que era grave agora supera-se com uma gargalhada despreocupada.
Nada é realmente dramático quando te temos aqui neste nosso círculo de amor que tudo relativiza.
Tornaste-me uma pessoa melhor.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Quando Vês a Lua


Quando vamos no carro e reparas que a lua já espreita no céu os teus olhos abrem-se muito e esticas o dedo, tentando alcançar bem alto, gritando: É a lua mãe, olha, ela vem atrás de nós.
E não é que vem mesmo? Conseguimos vê-la de todo o lado, é óbvio que a lua nos persegue e tu adoras.

domingo, 16 de novembro de 2008

Lua de Mel

Que saudades desse dia frio, dessa viagem em que estávamos no começo de tudo e em que todos os dias pareciam feitos de magia.
Olhando para trás, para todos os sítios que conhecemos juntos, é a esta imagem que me apetece sempre regressar...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Podia Acabar o Mundo

Passei a manhã toda a escrever. No final, uma sensação de profundo cansaço interior. Sinto que esgotei o tema, que me esvaziei, no entanto, amanhã vou ter que voltar a recriar-me.
Mas não é bom ganharmos a vida a fazermos aquilo que nascemos para fazer?
Adoro reencontrar-me todos os dias com as personagens que deixei no dia anterior. À noite vê-las ganhar vida e invadirem os meus olhos e os meus ouvidos com aquilo que imaginei para elas...
Obrigada a quem está a velar pelos meus passos. Pois tenho tudo aquilo que me faz feliz.
Chega de queixas.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Livros

A Soma dos Dias - Isabel Allende. Já tinha saudades desta Isabel, cheguei a perder as esperanças depois de tantas histórias juvenis. Mas ela voltou com este livro e confesso que me fez muita companhia...

Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert. Pensei que fosse mais um daqueles livros típicos de mulheres. Mas assim que entrei nas aventuras interiores desta mulher, também me perdi e me reencontrei juntamente com ela...
É daqueles livros que nos fazem sorrir de cumplicidade.

Os Pilares da Terra - Ken Follet. Se disser que se lê de um fôlego não estou a exagerar nem um bocadinho. Comecei e só consegui largá-lo na última página. Deixou saudades...Já estava habituada àquela companhia nocturna.

Marley e Eu - John Grogan. Foi preciso muita insistência para que eu o comprasse sequer. Jamais me passaria pela cabeça aderir àqueles sucessos de escaparate de que toda a gente fala. Mas este livro apanhou-me mesmo de surpresa. Enternecedor, encantador, doce, escrito de forma despretensiosa....
Rendi-me ao Marley e à sua família. Toda a gente devia lê-lo.

Gaveta de Memórias

Hoje adormeceste de manhã na nossa cama. O teu sono tranquilo e despreocupado, faz-me acreditar que todos nascemos donos da mais pura das inocências. É o mundo, no seu girar constante que nos deturpa, não tenho dúvidas...
Gostava de poder guardar estes momentos para sempre e tirá-los da minha gaveta de memórias sempre que me sentisse duvidar.
Gostava de ficar com a tua imagem adormecida e trazê-la de volta sempre que precisasse de me acalmar da subida e descida da maré.
És a minha constância.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Encontra-me


Apetece-me gritar, pedir-te que pares. Mas da minha boca apenas sai baixinho que continues.

Porquê dizer sempre o contrário do que se sente. Porquê sempre esta troca de sentidos de dentro para fora?

Só te peço que me leias como eu me leio. Que me entendas sem que me explique, pois perco-me sempre algures a meio e preciso tanto que me encontres.

Sentir Tudo de Todas as Maneiras

Sentir tudo de todas as maneiras, ter todas as opiniões, ser sincero contradizendo-se a cada minuto, desagradar a si próprio pela plena liberalidade de espírito e amar as coisas como Deus.

A. Campos

Ricardo Reis

A ser grande, sê inteiro: Nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.

Alberto Campos

Trago dentro do meu coração, como num cofre que se não pode fechar de cheio, todos os lugares onde estive, todos os portos a que cheguei, todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias, ou de tombadilhos, sonhando. E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

O teu Olhar

Esse teu olhar fundo como o mais fundo que há. Um olhar que fala connosco, que nos diz tudo o que queremos ouvir. Que sorri, que chora, que me toca todos os dias.Pareces-te com quem? Acho que não devemos procurar pedaços de nós fora e dentro de ti, pois tu és parecida contigo própria e é essa a magia de existires.

Pablo Neruda

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro ao invés do branco e os pingos nos iis a um redemoinho de emoções, exactamente o que resgata o brilho nos olhos, o sorriso nos lábios e o coração aos tropeços.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.
Morre lentamente quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, ouvir conselhos sensatos, quem passa os dias queixando-se da má sorte, ou da chuva incessante. Quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem abandona um projecto antes de o começar, nunca pergunta sobre um assunto que desconhece e nem responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em suaves porções, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples ar que respiramos.
Somente com infinita paciência conseguiremos a verdadeira felicidade.

Filha

A luz do dia já não me acorda. És tu quem me desperta com a tua voz todas as manhãs. É ao teu lado, abraçada ao teu corpo pequeno e quente, que retiro camada a camada de mim, até restar só o que importa.
No fim do dia sobra a certeza inabalável de que existes, de que estás mesmo aqui na minha vida.
Tremo só de pensar que te posso perder, mas não é esse o destino de todas as mães? Saberem deixar-vos ir no momento certo. Saberem ficar na sombra quando muitas vezes o seu maior desejo é imporem-se como um brilhante sol na vossa vida?
Prometo que vou tentar ser a sombra súbtil que te refresca num dia de calor, o vento morno do fim de tarde que te acaricia o rosto cansado. Vou tentar ser apenas a medida certa.Ajuda-me a ser sensata minha filha...

A Partida


Das viagens guardo o que têm de melhor, as memórias, os cheiros, as cores que ficam muito depois de termos regressado a casa.

Da partida guardo o aperto de te ter deixado para trás, mas a certeza de que vou voltar para te abraçar. E não é essa a magia de todas as partidas?

Isabel Allende

Aceita as crianças como se aceitam as árvores, com gratidão, porque são uma benção, mas sem expectactivas ou desejos: Não esperamos que uma árvore seja diferente do que é; amamo-la tal como é. Não tentes protegê-los da vida...

Liberdade Provisória

Porque é que assim que nos libertamos de algo, fica sempre o vazio, a saudade daquilo que não vai voltar. Quando te tinha aqui dentro desejava ter-te cá fora, agora que estás aqui comigo, sinto muitas vezes vontade que regresses para dentro de mim.
O que será que nos leva a desejar sempre o que está no avesso de tudo?

Alice

Hoje olhaste para mim com aquele olhar que me diz tudo e não precisámos de falar. Limitaste-te a sorrir. Soube que nos tinhamos entendido na perfeição, que tinhamos alcançado aquele ponto perfeito em que as palavras são mera perda de tempo.
Por algum motivo me sinto tão bem perto de ti Alice.