domingo, 27 de novembro de 2011

Esclarecimento precisa-se

Mas que moda é esta de fazer pedicures com peixinhos?
Eu alucinei, ou vi uma loja num centro comercial, cheia de aquários com peixes pretos para a malta mergulhar os cascos?
Estou até agora enojada e a pensar quanto teriam que me pagar para enfiar os meus próprios cascos na água cheia de peixes e peles mortas de cascos alheios.
O que é que os peixes fazem? Comem as unhas, limando-as? Trincam as peles do calcanhar? São tipo piranha, ou enguia?
Bilheque.

sábado, 26 de novembro de 2011

Em Choque Catatónico


Acabei de descobrir mais um excremento americano em forma de programa televisivo no canal TLC, na linha do Toddlers and Tiaras. Chama-se Outrageous Kid Parties (deu-me preguiça de procurar um link) e mostra-nos mais um bando de mães (de classe média) desvairadas, que planeiam festas milionárias para os seus putos.
Neste momento estou a ver uma criança que vai fazer 6 anos, a receber um tratamento de beleza, antes de a mãe desembolsar mais de 2.000 dólares por um bolo, 20.000 dólares pelo espaço para a festa e provavelmente mais uns milhares em coisa nenhuma, pois perdi o fio à meada.
Mais uma vez há um pai banana que cede à loucura da mãe tresloucada e uma criança que vai apontando para um bolo de 10 andares num catálogo de bolos e que relaxa numa sessão de tratamento de pele.
A miúda tem birras quando vê o presente que lhe deram e tem birras porque partiu uma unha e tem birras porque, no fundo, é uma criança. E não há ninguém que dê uma paulada na cabeça desta mãe-que-tenta-preencher-o-seu-passado-frustrado-através-da-vida-dos-filhos.
Enfim, americanices.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Casa das Histórias

Aqui está um sítio que já se enraizou nas minhas rotinas. Quer seja para um café na esplanada, quer seja para assistir às actividades infantis, quer seja para beber café, comer uma fatia de pão de ló e, logo de seguida, percorrer as salas preenchidas de imagens, quer seja para correr na relva atrás da Alice e do António. Adoro a forma como esta Casa das Histórias está pensada, para acolher toda a gente, sem barreiras.
Não é peneirenta, nem pedante. É sóbria, sólida, tranquila e convida o comum dos mortais a passear por entre as obras da Paula Rego e de outros autores que ela decide expor.
Confesso-vos que nunca fui grande fã da pintura dela. Apesar de reconhecer o seu talento, sempre a achei desagradavelmente rude (não a ela, mas às suas personagens), mas amo a sua Casa das Histórias e pisco-lhe sempre o olho na saída, agradecendo-lhe ter-me aberto assim as portas da sua casa e prometendo voltar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pisar merda é sinal de dinheiro? A Sério?

Se vos disser que tenho uma tipa que passeia a cavalo pela minha rua e que o cavalo decide esvaziar as entranhas em frente do meu portão.
Se vos disser que o cão da minha vizinha snobenta, que é do tamanho de um cavalo, se solta sempre no passeio em frente do meu portão.
Se vos disser que há um gato vadio qualquer que adora vir cagar ao meu relvado.
Se vos disser que outro dia o António pisou a merda do gato e que eu passei com as rodas do carro sobre a merda do cão e do cavalo, mesmo antes de penetrar com o carro na garagem. Enfim, se vos disser tudo isto, vocês, crentes da sapiência popular, dirão que em breve cagarei dólares. E eu quero acreditar que sim, que merda atrai dinheiro e não mais merda. Mas por enquanto a única coisa que tenho cagado são despesas inesperadas mais iva.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fora de Série



Sempre fui apanhada pelas séries de época da BBC, mais particularmente, por tudo o que fosse baseado em obras da minha adorada Jane Austen.
Donwton Abbey, não sendo BBC, nem baseado em coisa nenhuma, está melhor do que tudo o que já vi dentro deste género.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Tempo Levou (a minha versão)

Desde 2001, altura em que comecei a namorar com o Hugo, deixei de usar:
VHS
K7
mapas de estrada
Bilhetes de cinema que não pareçam talões de multibanco
disquetes
máquinas com rolo
sapatos de ténis brancos
t-shirts com mangas pelos cotovelos
Casacos de ganga
despertador de mesa de cabeceira
aparelhagem de som
telefones com fio
enciclopédias de papel
canetas de tinta permanente
óculos graduados
Esquentadores sem serem inteligentes
fogão e forno a gás
Levis de cintura subida, mais concretamente, até aos sovacos

Inspirada neste post

domingo, 20 de novembro de 2011

croc made in china, loja do china

Farta de gastar dinheiro em sapatos que lhes servem apenas por uns meses, principalmente se esses sapatos forem feitos na china, como as crocs, decidi investigar junto de quem conhece o meio chino-loja, se por lá haveria "crocs" de inverno made in china e de facto vendidas na pequena china portuguesa. Tendo tido um sim como resposta, incursionei por um desses estabelecimentos dentro. Desci à secção do calçado, movida pela determinação de não sair dali de mãos a abanar (como sempre acontece).
Mas o cheiro a alcatrão e a borracha queimada que exalava daquele magnífico calçado, penetrou com tamanha intensidade nas minhas narinas, que passado uns minutos rodeada de todo o tipo de solas de superior qualidade, quase padeci, vítima de intoxicação fedorenta.
Tenho o nariz dormente até agora e não encontrei porra de crocs nenhumas, só Louboutins de plástico, Fly Chinoise e galochas que cheiravam a cola.
Acho que há males que chegam por bem, pois estou desconfiada que se tivesse encontrado, teria que encomendar sacadas de máscaras de oxigénio para sobreviver ao pivete.
De que merda pestilenta são feitos aqueles calcantes, alguém sabe?

sábado, 19 de novembro de 2011

il pimba divo



Poder tentar, podia. Podia de facto fazer um forcing para abrir a minha mente e o meu espírito a estes senhores. Afinal de contas eles levam a música clássica a toda a gente e retiram-na daquele pedestal elitista. Mas não consigo. Olho para a cara deles e imagino-os a pentearem-se com laca antes de abrirem a boca e a pulverizarem a amígdala com spray de menta. Imagino-os a escolherem o sapato que jogue com a enxarpe e a meterem creme de rosto, antes de subirem ao palco. Imagino-os numa casa cheia de carpetes tigradas e espelhos por todas as divisões e desisto de tentar aceitá-los.
Sou uma cabra snobe, sim. Mas só no que toca à música a atirar para o clássico.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Nuna Marklina que há em mim

Lembro-me, como se fosse hoje, da nossa primeira aparelhagem a sério. Um trambolho, cheio de tijolos sobrepostos da Pioneer, preta opaca. Com dois decks para as cassetes e um leitor desses mágicos e reluzentes Cd's, que para mim permaneciam um mistério. Para os que tinham uma certa relutância em largar o vinil, tinha ainda um fofinho gira-discos sobre este prédio de som. Por isso eu poderia continuar a ouvir o Born In The USA, do Bruce Springsteen, o vergonhoso álbum do Jason Donovan, o Heaven Is a Place On Earth da Belinda Carlisle e todas as brasileiradas que polulavam na cultura daquele 4ºDtº de um prédio no Lumiar.
As colunas daquela Pioneer, meu Deus, as colunas eram brutais e quando o volume estava no máximo (o que acontecia sempre que me apanhava sozinha em casa), faziam as janelas vibrar, tensas e contidas.
Naquela altura, ao contrário do que sucede hoje em dia, as aparelhagens eram para serem vistas. Quanto maiores, mais estilosas.
Como só tinha Lp's e Singles em vinil e queria, porque queria estrear aquele leitor de cd's, pedi dinheiro à minha mãe e saí em direcção ao Centro Comercial do Lumiar, a fim de comprar o meu primeiro Cd. Tinha uma capa preta e a tromba do meu querido Phil Collins. Foi provavelmente o Cd ao som do qual mais choraminguei, mais slows dancei e mais suspirei.
Depois os Pink Floyd, como é que eu ouvia aquela merda vezes e vezes sem conta? Aquelas músicas que não terminavam nunca (e cuja única parte que eu verdadeiramente curtia era os primeiros 2 minutos), mas que eu tinha que gostar, só porque era cool gostar. Abria as janelas, rodava o volume até ao limite e punha-me ali no parapeito a olhar o infinito e a mandar umas baforadas num cigarro, a curtir o som, armada em boa, só para que as cabeças se virassem para cima, ao som do Whish you Where Here e sorrissem com o meu bom gosto musical...
Olhando para trás, eu também fui o Nuno Markl. É por isso que aquele caixa de óculos, que usa os seus defeitos em seu proveito, tem tanto sucesso com os seus cromos. Há-de haver sempre alguém, como eu, que esteve lá, onde ele esteve :)





segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Estou Tramada

Nunca acreditei no Pai Natal e, antes de ser mãe, sempre defendi que não se devia dar corda ao mítico velhote nas mentes infantis.
Só que, como a maternidade é feita da arte de deglutir sapos uns atrás dos outros e perante a credulidade fofinha da minha filha, nunca tive coragem de lhe negar a existência do barbudo. E pior, mil vezes pior (e por isto me chibato cem vezes em cada omoplata), o meu tio tem-se mascarado para os putos todos os santos Natais. Vem pela rua com um sino e lá entra cá em casa com um saco com prendas, perante a estupefacção generalizada da criançada.´
Ultimamente a Alice tem-me perguntado se o Pai Natal sabe quem ela é, se ainda se lembra onde mora e se ele adivinha mesmo o que as crianças todas querem. No meio de tantas perguntas começa a custar-me à brava ter que inventar as respostas. Sinto que minto descaradamente. Eu, que tantas vezes lhe digo que não se deve mentir.
Só por causa disso já tratei de lhe dizer que a Fadinha dos Dentes não deixa presentes debaixo da almofada coisa nenhuma. Quem o faz são os pais.
Como é que saio desta sem parecer que a enganei este tempo todo?
É o drama, o horror e vem de trenó puxado por renas.

O Choque da Minha Vida

Não, não foram as minhas galochas da moda (que não tenho, pois são cultura-de-fungos-friend) que se derreteram.
Não, não choveu sobre o meu cabelo esticado, nem encolhi a minha melhor camisola de caxemira.
Não, não deprimi porque ainda não começaram os saldos.

Arrastei a máquina de lavar a loiça, a fim de limpar o bedum escondido e ainda estou a hiper-ventilar.
Opção número 1:
Voltar a arrastar a máquina e fingir que não aconteceu nada, tomando vários copos de vinho.
Opção número 2:
Tentar limpar (pelo menos as teias de aranha), ver que fica tudo na mesma e entrar em depressão.
Opção número 3:
Escrever ao Querido Mudei a Casa, pedindo uma cozinha nova e ficcionar a minha história de vida.

A sério, a minha cozinha está podre. Aquele bolor em redor da ficha que liga a máquina da loiça à prostituta da Edp, está à beira de um curto-circuito.

domingo, 13 de novembro de 2011

Confiem em Mim

Numa época em que se liga a televisão e se transmite à humanidade, via facebook, a série que se está a ver naquele instante.
Numa época em que existe uma cena chamada Twitter que permite a alguém actualizar o status, de cada vez que dá um peido de consistência nova dentro do elevador de um prédio em Odivelas.
Numa época em que se partilha o jantar que acabou de ser servido no restaurante, para que se possa, enfim, actualizar os 23412 amigos on-line.
Numa época de Ipad's, Iphones e o diabo a sete mais uma maçã trincada.
Numa época em que o mais merdoso dos filmes há-de ser exibido em 3D, mesmo que seja um monólogo com um personagem sentado em frente ao espelho.
Numa época de emoções que não se sentem, enquanto não forem partilhadas com a comunidade virtual.
Numa época de velocidade furiosa em rigorosamente tudo o que existe.
Digo-vos:
Não revejam o Bambi e o Dumbo. Deixem-nos lá ficar no vosso imaginário. Vão ter uma grande decepção.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Os Grandes Amores


Lembro-me da cassete que ele me gravou quando terminámos tudo, a fim de irmos viver a vida, fosse lá isso o que fosse. Essa mítica cassete continha apenas os pedaços importantes de letras das nossas músicas :
"Since The Last Goodbye, you and i came a long way"
"Little girl i wanna marry you, oh yeah, little girl i wanna marry you, yes i do"
"I Tell myself that i can't hold on forever" "You give my life directon"

E assim continuavam trechos e trechos de letras tremendamente românticas, retiradas do contexto, ou não, só para me transmitir, através das músicas que costumávamos ouvir, o quanto eu era de facto estupidamente importante para ele. Aquela cassete de 60 minutos, gravada dos dois lados e com uma capa personalizada, resistiu à passagem dos anos e dos namorados, dentro do fundo de uma gaveta.
Tinha quinze anos e pensei que jamais voltaria a gostar assim, de manhã à noite, a cada instante de segundo, a cada golfada de ar inspirada e expirada. Chorei, ri, sofri, deixei de sofrer. Afoguei mágoas e renasci finalmente para outro grandessíssimo amor qualquer.
Vários grandes e pequenos amores chegaram e partiram da tal vida que queria viver e a cassete continuou no fundo da gaveta, mesmo quando já não existiam leitores de cassetes em lugar algum.
Cansada dos amores pequenos, tremendos e assim-assim, fiquei sozinha durante o que me pareceu outra vida inteira. Não por escolha própria, mas porque assim foi.
Sozinha estava serena, sem palpitações cardíacas, interpretações de olhares, tons de voz, atitudes a analisar e escrutinar. Enfim, todas essas tretas que cansam o músculo cardíaco até à exaustão.
Sozinha era bom.
Até que sozinha deixou de ser bom.
Então veio aquele que seria o meu maior amor. Aquele que seria o princípio da minha família e eu cresci. Deixei de olhar tanto para trás, de inventar para a frente e comecei a olhar mais para o meu lado.
Abri aquela gaveta, tirei a cassete para fora e puxei pela fita velhinha, até deixar um esqueleto vazio no lugar da cassete transparente cheia de 60 minutos de palavras de amor.
Esse foi, então, o princípio do resto da minha vida.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Chef que tem dentro de si

Sei que já falei nisto, mas à medida que o excesso de peso se torna uma tragédia fora de moda, tal como o vício do tabaco, ironicamente, entram na moda os programas culinários e os livros lançados por toda a malta que saiba estrelar um ovo e meter uma erva aromática sobre a gema.
Parece que a mulher do Seinfeld lançou um livro de culinária.
E perguntam vocês (e bem): Quem é a mulher do Seinfeld?
Isso mesmo, acertaram, é a mulher do Seinfeld e ensinou a fazer frango assado no programa da Oprah. Fiquei catatónica com tamanha sapiência culinária.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Não digam nada a ninguém,

mas daquilo que já li, de tantos livros comprados, emprestados, devorados pela noite fora, pela tarde dentro, ou pelas manhãs solteiras de domingo. De tanto escritor merdoso, assim-assim, bom, ou genial. Americano, russo, inglês, japonês, brasileiro, italiano e de nacionalidade irrelevante, na relevância da escrita. De tanto homem petulante, ou humilde, de letras escritas com lenta paciência e estudo, ou arrancadas das entranhas num rápido parto.
De todos os escritores que já conheci através do que decidiram escrever, o Eça continua a ser o justo alvo da minha paixão.
Lembro-me ainda das lamurias e queixumes de colegas que tinham que lê-lo e foi por isso com o fraco ânimo de adolescente, que me debrucei sobre Os Maias.
Foi a minha primeira paixão literária e, agora que olho para trás, continua a ser a maior.

domingo, 6 de novembro de 2011

Tragam os violinos



Bem sei que já venho tarde e a más horas falar desta mítica e mais do que romântica união, mas depois de ouvir pela enésima vez que a Duquesa-Pteronodonte de Alba é maravilhosa e que o amor não escolhe idades e que ela é que sabe o que é vida e que ela esteve lindamente a dançar no seu casamento, qual múmia ressuscitada do sarcófago, prestes a desfazer-se em cinzas, não deu mais para controlar a gargalhada.
Sim, ela tem dinheiro e tem direito a ser feliz, é um facto. Se não tivesse dinheiro, apesar de ter o direito a ser feliz, não encontraria um neto que a ressuscitasse com o seu beijo molhado e que a fizesse de feliz dessa forma amorosa. Teria que ser feliz de outra forma qualquer.
Agora para os mais românticos e para aqueles que apregoam (e bem, claro) que o amor não escolhe idades, tenho uma novidade chocante:
Não, ele não está perdidamente apaixonado por ela. A menos que tenha aquela tara de pinar com cadáveres em decomposição.
Atirem calhaus ao meu coração de gelo, mas aqui há amor ao pilim. Ele gosta do pilim dela, ela tenta segurar o pilim dele e vai morrer a tentar.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Oiçam o Karson


E não é que ontem, no programa da Oprah, esta querida e espalhafatosa bichona deu o conselho fashionista do século?
Da sua boca botoxizada saiu um advice que partilho convosco, minhas vítimas ensandecidas da moda:
- As Leggings não são calças! Não são para serem usadas como calças. E eu verguei-me perante a sua sapiência. Ando a dizer isto há séculos.
Agora que terminou o meu minuto de futilidade, vou ali e já venho.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O caixote do lixo em que me transformei

Os meus filhos, além de verem em mim um poço de ternura, amor fofinho e todas as lamechices inerentes ao estatuto que nos traz a maternidade, gostam de me ver como o seu ecoponto privado.
Lenços ranhosos depositados na minha mão, bolachas cuspidas, papéis rasgados, embalagens vazias. Enfim, eu sou um caixote do lixo com olhos.
Às vezes, o cansaço é tanto, que me limito a comer as bolachas cuspidas, só para não ter que levantar de novo a peida em direcção ao caixote do lixo.
Sim, sou triste.