quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Estados Unidos da América


Ali a vida é fácil. Naquela casinha dos subúrbios de uma qualquer cidade americana, de relvado quadrado e perfeito, de corta relvas estacionado e vida idêntica à dos vizinhos simpáticos, a vida é fácil.
Não há tempo para pensar em ser diferente. Não há tempo para sair do padrão.
Sabemos o que vamos encontrar naquele determinado armazém comercial e o que encontrarmos ali, será exactamente a mesma coisa que encontraremos num armazém da mesma cadeia, num diferente estado a milhares de quilómetros de distância e isso dá conforto, segurança.
As ruas são simétricas e paralelas, não há merda de cão na rua e sabemos com o que podemos contar.
Não há espaço para sentir de forma diferente, pois desde o berço que as crianças são ensinadas a homenagear a bandeira na escola, de mão ao peito e lenga-lenga patriótica. O Patriotismo não se questiona, é suposto.
Ali tudo encaixa. Ali vive-se ponto.
Venho com 3 anos de atraso dizer que vi o Revolutionary Road e se, por um lado me entregou a ideia do comodismo no casamento e na vida e isso é comum em muitas partes do planeta, por outro lado, deixou-me com a estranha sensação, de que este filme só poderia passar-se naquele país.

12 comentários:

Melissa disse...

Adorei o filme. Para mim, a mensagem principal, e mais incómoda, é que bem podemos achar-nos especiais, acima da média, mas não, somos tão medíocres e cobardes como o casal da casa ao lado. Ninguém vai para Paris coisa nenhuma.
Um belo soco no estômago.

Ana C. disse...

Melissa, eu demorei ume eternidade para ver, simplesmente porque só ouvia dizer que era uma seca.
É claro que não achei seca porra nenhuma, achei sim que dava uma bela peça de teatro. Sim, essa também é uma das mensagens retiráveis. Aliás, há tantas mensagens que podes tirar...
E aquele casalinho Titanic está cinco estrelas.

Melissa disse...

É o Titanic com 10 anos de casados!

Ana C. disse...

Ahahaha, é o outro final. Se o Dicaprio se tivesse safo no naufrágio, ela suicidava-se após 10 anos de casório :)

cArLos disse...

Este filme já o via há... 3 anos?!

neste momento, retenho na memória apenas que gostei do filme, esteticamente bonito, com tenção crescente, e duas belas interpretações daqueles "dois"... é engraçado que na altura do Titanic achei que ele era demasiado rapazote para ela, mas agora não, ligam muito bem, e são óptimos actores... como sabemos :)

gralha disse...

Não gostei assim tanto, depois das expectativas criadas pelo American Beauty, que adorei.
(e nem vou começar a falar dos meandros de falsidade da vida doméstica americana, que ainda me repatriam)

Precis Almana disse...

Gralha
O American Beauty é um granda filme.
Deste não me lembro muito bem, mas lembro-me que gostei. Tudo o que enumeraste no post me repele.

Ana C. disse...

gralha gostava muito que escrevesses sobre isso, juro que gostava. Todas as pessoas que conheço que foram viver, ou viveram nessa terra, sucumbiram a um hipnotismo estranho. És talvez a única pessoa que conheço, que manteve a cabeça imparcial. Conta tudo.

Ana C. disse...

Carlos eu sempre achei o Leonardo um bebézinho imberbe, mas confesso que cada vez gosto mais dele. Cresceu muito como actor, apesar de ainda continuar com cara de bebé...

Ana C. disse...

Precis adorei o American Beauty. Este é mais denso, vive mais das representações, mas também é bom.

Rita disse...

Tenho mesmo de ver esse filme.. *

PiXie disse...

Tenho um respeito e admiração enormes por estes dois actores! Quanto ao filme... não me aqueceu nem arrefeceu. Bom script, a mensagem muito bem transmitida, mas... não sei... faltou algo... ahahah melhor que isto nem consigo explicar!? :S