segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Deolinda, ou como é chato não vermos graça em nós próprios

Ando ligeiramente farta da falta de sentido de humor, da inexistência de poder de encaixe e egocentrismo generalizado que leva a que pensem que tudo é pessoalmente ofensivo.
Tudo se melindra muito, tudo anda muito comichoso, ora porque a Maité Proença faz (mau) humor com os tugas, ora porque os Deolinda falam na escravatura e inércia da juventude, ora porque alguém decide falar acerca de pontos frágeis que provocam azias.
Porque se ofendem tanto os portugueses?
Outro dia, nessa comovente rede social chamada Facebook, dei por mim a ser constantemente aniquilada de uma certa caixa de comentários, só por fazer humor (provavelmente mau, não sei). Às tantas percebi que tudo o que dizia que não revestisse concordância, era apagado pura e simplesmente. Ali só havia lugar a comentários elogiosos, bem dizentes. Ali tudo tinha que reflectir a luz que irradiava da pessoa em questão e fiquei fodida.
É muito mais fácil o traço vermelho da censura por cima do que não se quer escutar, do que fazer cair por terra um argumento, argumentando também.
Já não se sabe conversar com alguém que não tenha a nossa opinião, essa é que é essa.
E agora vou ali ouvir Deolinda e já volto.

8 comentários:

I. disse...

Ai, concordo tanto contigo! Tens toda a razão, e ainda por cima és gira e bouuua.

(não me apagues. não me apagues. eu tenho poucos amigos, por favor, deixa-me ficar.)

Ana C. disse...

I. eu amo-te, continua a concordar que vais no bom caminho, ou melhor, no meu caminho :)

Irina A. disse...

No meu facebook só os resistentes continuam de pé, mas já vários tombaram (aqueles mais sensíveis), e os que não querem tombar eu deleto-os, mas eu sou fofinha e mando mensagem a dizer que os vou deletar.

Melissa disse...

:)
Olha, aquela cena super incómoda que pus no Bu também fala nessa perda de poder de encaixe que as pessoas andam a sofrer no mundo virtual. TUDO tem de ser perfeitinho.

Mas isso é gente chata e facilitista. E burrinha.

Naná disse...

Infelizmente quem tem cabecinha para pensar por si e dar a sua opinião acaba por ser apontado, enquanto alguns que nem sabem pôr os neurónios a trabalhar e são autênticos "yes man/woman" é que se safam e ficam bem na foto...
que se vai fazer?

Rute disse...

Pois, está na moda ser hipócrita. Vivemos numa liberdade de expressão um bocadinho fingida e acho que as pessoas têm medo, pelo menos é a impressão com que fico em conversas que tenho... e às vezes não sei se não haverá mesmo razão para esse medo de ser prejudicado por isto ou aquilo que diz...há por aí umas "histórias"...

Dedinho disse...

Kiducha não seja trágica, lá pelo facto de só saber dizer asneira, não significa que eu não seja capaz de a ouvir durante um minuto...

Dedinho disse...

olhe que eu sou muiiiiiiiiiiito humana e romântica!