Há um determinado grupo de pessoas que mexe algures com aquilo que mais comichões me faz nas bochechas do rabo e noutras partes similares que são chatas de coçar em público.
Essas pessoas intitulam-se defensoras de alguma coisa. Dos direitos dos animais, do ambiente, de um certo país, de uma religião, de um partido, do que quer que seja.
Essas pessoas de que falo, não conhecem a palavra equilíbrio, ignoram o que seja um meio termo e cospem de cinco em cinco segundos leis da sua própria legislação interna.
São pessoas intolerantes, que não admitem brechas, que aderiram à moda das palas nos olhos, que ignoram opiniões diferentes e que deturpam situações a todo o instante.
São pessoas que nunca erram e que detêm uma verdade irritantemente universal, recusando-se a escutar argumentos alheios, que de alguma forma não encaixem no seu fanatismo.
Estas pessoas, mal imaginando que o fazem, dão elas próprias mau nome àquilo que tão ferozmente defendem.
Dão-me vontade de pegar fogo a uma árvore e fazer a dança da chuva à volta dela. Dão-me vontade de ir assistir a uma tourada, dão-me vontade de cuspir na bandeira de um país só para os ver tripar, dão-me vontade de os contrariar.
Estas pessoas irritam-me à brava.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
13 comentários:
Acho que depende. Há coisas que, nos tempos que correm, já são, ou deviam ser, conceitos absolutos, como a igualdade entre os homens. Por isso, acho bem que que não haja meio termo para se julgar alguns homens melhores do que outros por motivo de raça, credo, opção sexual. Pessoas, portanto.
Mas odeio com paixão os doidos que elevam cães e árvores à altura das pessoas (embora sejam, por vezes, divertidas).
Dos religiosos - religião organizada, digo - tenho uma certa peninha e uma certa inveja.
Melissona, a questão é a forma de defesa e não aquilo que defendem, entendes?
Não é que os direitos dos animais e a natureza não tenham dignidade para serem defendidos, é claro que têm. Mas, alguns dos fanáticos que levam a cabo a sua defesa, estragam o conceito todo. Não têm jeito para a coisa, o que é que se há de fazer.
Bem acho que tenho as chamadas palas nos olhos numa situação, as touradas. Abomino, é que não há outra palavra. Não saio para a rua a gritar isso aos sete ventos, nem ando com tal coisa escrita na testa ou estampada em t-shirts mas repudio as touradas.Atenção, não condeno quem goste, tenho mais é que respeitar como é óbvio, mas é aquele tipo de coisa em que a minha opinião não muda aconteça o que acontecer. Depois existem mais algumas causas que apoio como os direitos dos animais ou a defesa do ambiente (lógico sou bióloga)mas nenhuma sem ser radical. Embora muitas vezes veja coisas que me causam enormes comichões do tipo ver pessoal a atirar porcarias para o chão quando têm um caixote do lixo 5 metros à frente. Enfim coisinhas pequenas mas que me fazem querer espancar a pessoa em questão. :)
E tens toda a razão!!!
Ass: Um acérrimo defensor do que escreves no blog. :)
Sílvia, não sujar as ruas é uma questão de civismo vs javardice, também me faz comichão no rabo ver a javardice que pulula por aí. Merda de cão nos passeios também faz de mim uma extremista radical :)
Falo de gente que se deixa enlouquecer pelas próprias causas e perde totalmente a razão e a perspectiva. Pessoas que se tornam pura e simplesmente, irritantes...
Disse, só há um género de fanáticos que tolero: Os fanáticos pela minha pessoa, ehehehe :)
Já alguma vez estiveste um jantar inteiro a levar com vegetarianos a falar da maneira atroz como a tua refeição foi morta, a triste vivência que experimentou enquanto palmilhou a crosta terrestre (i.e., a pouca parte que pode palmilhar), e dos filhinhos que não pode ver crescer e medrar (e, quiçá, acabar a faculdade)?
É tão bom, não é?
Nessas alturas tenho pena de não apreciar bifes em sangue.
Ana, tal como tu, não aprecio ortodoxos e fanáticos, apesar de cada vez mais, vivermos rodeados po eles. São os vegetarianos, são os anti-touradas, são os magricelas, são os ecologistas, são os xenófobos...
Se eu sou contra tudo o que indiquei? Não. Mas acho que sei dosear convenientemente as minhas opções.
Bom post!
Deve ser tão bom viver com tantas certezas absolutas e ter os dilemas todos resolvidos. Não te irrites com eles, venera-os! :P
I., melhor que um bife em sangue, é bife tártaro mesmo :)
Eles não comem, nem deixam comer!!!
Manuela, é uma praga. Os maus defensores de uma causa estragam essa mesma causa, cada vez tenho menos dúvidas disto...
gralha, vou passar a venerá-los, mas só se eles me venerarem a mim também, que sou uma gaja com elevados níveis de egocentrismo :)
Concordo tanto, tanto, mas tanto!
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