quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ouvir com os olhos (Em Construção)

"Tu ouves-me de verdade. Quando eu estou a falar, tu estás mesmo a ouvir-me e não a ver se tenho ramelas nos olhos, ou o nariz sujo, ou a pensar o que vais fazer para o jantar."
Diálogo de ficção entre mãe e filha, ouvido num qualquer filme, de cujo nome não me recordo minimamente.
Nunca mais esqueci esta frase e tenho-a sempre atrás da orelha, de cada vez que a Alice me conta um episódio interminável sobre uma aventura na escola e se perde na narrativa e volta atrás e acelera e se baralha.
É tão fácil percebermos quando a pessoa a quem dirigimos a nossa história, não está realmente a ouvir-nos. E as crianças percebem-no em segundos. Depois vão deixando de contar e quando queremos voltar a entrar no seu mundo, elas já não partilham com o mesmo entusiasmo.
Também faço um esforço (bem grande, confesso), quando vou buscá-la à escola, para não desatar a perguntar o que é que ela comeu.
De um dia inteiro na escola, aquilo que encontro de mais interessante para lhe perguntar, é sobre comida?



2 comentários:

macaca grava-por-cima disse...

obrigada ;-)

às vezes é bom ter consciência destas coisas que fazemos ainda que inconscientemente... De certeza que, daqui em diante, tb me vou lembrar sempre disto

Naná disse...

Antes de perguntar o que comeste, pergunto: brincaste muito?

Mas por vezes é verdade, tenho algum défice de atenção quando ele fala comigo... o bom do meu filho é que ele, topando a coisa, insiste e nunca desiste de captar a minha atenção!