quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Não sei por onde vou...

Fazer planos é pedir, na maioria das vezes, decepções.
Andar à deriva, sem marcos, nem propósitos também não é saudável, pois consome-nos uma espécie de cegueira para a frente que nos atormenta o espírito.
O ser-humano precisa de algumas certezas, mas não todas. Apesar do conforto que dá o calendário cheio de tracinhos e objectivos por alcançar, o desconforto por não conseguir alcançá-los consegue ser sempre pior.
Por isso decidi fazer planos à minha medida, não me sobrecarregar e não me lançar nas malhas da auto flagelação de cada vez que os falho.
Sabermos a nossa medida é bom e caminharmos de acordo com a força do nosso coração é sensato.
Há uma frase, se não me engano, do José Régio, cantada pela Maria Bethânia, que diz mais ou menos assim:
"Não sei por onde vou, só sei que não vou por aí"
E é isto, tem que ser isto.

6 comentários:

Naná disse...

Significa que já sabes pelo menos uma coisa: que há um caminho que não queres seguir!
E quanto aos planos, tive um formador que dizia que os planos existem mesmo para não serem cumpridos na íntegra. São apenas um guião que nos permite saber o que conseguimos fazer e o que não conseguimos!
Acho que o problema maior é a expectativa que depositamos nesses planos, e daí advém a decepção...

gralha disse...

Eu padeço de excesso desse mantra. Às vezes também dava jeito saber mesmo por onde vamos e não apenas por onde não vamos. Se calhar é só impaciência.

Cat disse...

É mesmo isso, temos a nossa medida. Debato-me continuamente com isso: os planos vs a concretização e decepção e o sentimento de culpa. Faço um esforço diário por pensar assim, tenho a minha medida, o meu caminho e tenho de ajustar os planos...

Anónimo disse...

não faço planos. não gosto de planear. assusta-me.

R disse...

No meio termo é que está a virtude. Nem um planeamento rígido,porque depois o mais natural é ficarmos frustradas, nem andar ao sabor da corrente. Saber o que não queres para ti, é bom.
Agora é tentar alcançar o que queres, e se falhares uma vez, tentas de novo, sem a auto flagelação que falas.

Precis Almana disse...

Infelizmente, por vezes os planos ou o planeamento, são-nos impostos...