Sinto-me cada vez mais tolerante. Não sei porque carga de água fiquei assim neste marasmo e pacifismo interior, mas acho que isto de fazer anos, uns atrás dos outros, nos traz coisas boas.
Deixei-me das certezas inabaláveis e universais da adolescência, divorciei-me dos planos mais do que certos, separei-me das grandes lutas por nada de especial e dos julgamentos à primeira vista.
Saltei fora das constantes opiniões não solicitadas e tentei dar um pontapé no que não é importante para me fazer parar mais do que um minuto.
Ainda me irrita o egoísmo, o egocentrismo, a falta de auto-conhecimento e de admissão dos próprios erros de muita gente e com isso a intolerância renasce em mim com todas as forças, mas de resto gosto de sentir que abraço pessoas diferentes de mim, visões opostas, ideias absurdas sob o meu prisma, mas válidas para outros.
Gosto de sentir que os anos, uns atrás dos outros, me fizeram mesmo alguma coisa jeito além dos cabelos brancos e das duas linhas vincadas no rosto e que não passei indiferente ao que me aconteceu, ou deixou de acontecer.
Gosto de sentir que não sou impermeável à vida.
Maioridade
Há 4 dias
7 comentários:
Curioso, a mim está a acontecer-me o contrário.
Cada vez mais intolerante, mais angustiada e revoltada com aquilo que me rodeia.
Rita, eu sinto que estou mais tolerante com muitas coisas mesmo, mas noutras a intolerância piorou. Para te dar um exemplo, estou cada vez mais tolerante com pessoas diferentes de mim e cada vez menos tolerante com merda de cão na rua, burocracia, perda de tempo com idiotices...
Bem, este post foi lido (e escrito) no dia certo para mim.
A idade tem-te trazido muita sabedoria. Tenho só 31 anos e sinto-me crescer também na tolerância. Mas ainda há muito trabalhinho ainda a fazer na minha psique...
É deixar o tempo passar e não fugir às experiências (boas ou más)...
Olha, comigo é o contrário! Mais intolerante e muito menos paciente com parvoíces!
podia ter sido eu a escrever isto, mas ainda bem k foste tu, tens mais jeitinho! :-)
Acontece o mesmo comigo. Olho para trás e reparo que já fui muito mais intolerante, que já fervi em pouca água por coisas que agora já não têm a importância que tinham. E ainda bem. É sinal que evoluo e que, como dizes, não sou impermeável ao que acontece.
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