Eu sou um bocado antiquada no que respeita à solenidade de certos cargos públicos. Penso que não há nada a fazer quanto a isto, pois se tenho um lado da caixa torácica idiotamente liberal, o outro lado é estupidamente conservador. Não raras as vezes os dois andam à bulha: Ó porque é que estás a ser tão retrógrado? Diz um lado. E tu, porque é que tens a mania que és p'rá frentex? Responde o outro.
De maneira que o meu lado torácico conservador acha que um deputado, quer pela função que desempenha, quer pela solenidade que reveste o seu local de trabalho (ou pelo menos deveria revestir em teoria), deve vestir-se com o mínimo de decoro.
Não imaginam como me enerva ver alguns deputados, do alto da sua eloquência, aos gritos inflamados, vestidos como se tivessem acabado de chegar de uma pijama party. Vê-se que nem se deram ao trabalho de tirar as nódoas da t-shirt preta desbotada para irem arrotar postas de pescada na Assembleia da República. Desconfio até que não tocam num sabonete há mais tempo do que ouso supor e isso irrita-me, dá-me uma comichão de sujidade psicológica e sinto que quem anda ali a botar sentenças em nome do povo devia pelo menos ter um aspecto lavado.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
2 comentários:
já te leio há um tempo e gosto imenso.
ao ler este texto estava com medo que fôsses dizer que havia alguém com ar de quem não trocava as ceroulas.......
graças a deus nao o disseste :D
E ganham o suficiente para comprar umas roupinhas compostas. Olé se ganham.
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