Sempre me fez espécie ver aqueles casais de namorados nos restaurantes a alimentarem-se mutuamente. Enchem um garfinho de bife e espetam com ele na boca do querido. Enchem a colherzinha de sopa e dão-na a provar à cara metade, mesmo que esta coma uma sopa igualzinha e essa sopa até seja caldo verde, uma das iguarias menos românticas para se manjar no pico da paixão.
Chegada a hora da sobremesa, mesmo que seja uma mousse de chocolate pastosa, há que dividi-la com o mais que tudo entre sorrisos acastanhados pela mousse. Lambem as colheres e devolvem-nas à boca do parceiro, numa troca de fluídos quase erótica, não fosse tão tremendamente aborrecida. Já cheguei a pensar que é como o aclamado clímax simultâneo, mas em vez de se virem ao mesmo tempo, comem ao mesmo tempo.
Hoje durante o almoço no restaurante observava uns pombinhos assim enquanto cortava o peixe todo aos quadradinhos para a Alice comer. Pensei para mim: Quando começarem a gastar 80% do tempo no restaurante a providenciar para que os filhos engulam vão ver para onde é que foge a pachorra de alimentarem também o marido. Todos os segundos livres servem para se levar comida à nossa própria boca. Se alguém mais quiser provar do meu prato, sirva-se!
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
16 comentários:
Então, há que aproveitar enquanto não há filhos para alimentar também!!! ;P
É a evolução natural: em vez de fazerem "olhó aviãozinho" um ao outro, fazem às crias.
É o instinto maternal a revelar-se... é o relógio biológico a dar horas...
Deixa lá passar o tempo que depois vai ser qualquer coisa do género "Oh minha mula, pareces uma porca gorda e ainda queres comer do meu doce? Devias era ter vergonha óh gordaaaaaaa" e pronto, assim acaba o amorzinho e o cutxi-cutxi.
Esse tipo de comportamento é preocupante, diria que é o reflexo de uma infância traumática, porque, quase de certeza, não tinham ninguém que lhes desse a papinha à boca! ahahahaha
Desde que se sirvam do outro como se servem do prato que ele tem à frente, assim como dêem de si como dão da sua comida, nada haverá para assinalar no âmbito psiquiátrico, parece-me. Mas não quero meter a foice em seara alheia :-p
Fixe fixe era se o outro resolvesse perdigotar o parceiro, como as crianças fazem quando não querem a papa ou a sopa...hahahah
Marina então e quando é que não se alimenta?
Melissa olha que grande evolução AH AH
Joaníssima mas muitas vezes eles também fazem às meninas!!!
Kitty que imagem deprimente que acabaste de pintar, mas sim essa é uma outra classe de casais que se sentam nos restaurantes AH AH
Only Words visto assim, o Freud não diria melhor :)
Precis talvez, talvez. Mas tenho para mim que a alimentação não reflecte lá grande coisa da vida conjugal ;)
Diabinhos então com caldo verde na boca ui, devia ser espantoso :)
Crescer e ter filhos endurece-nos... Partilho da tua falta de pachorra para casalinhos tao apaixonadinhos, tadinhos.... Stress!!!
LOL! Provavelmente, são aqueles casalinhos que adoram estar a praia a espremer borbulhas um ao outro com muita ternura. É tão lindo o amor...
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