Da mesma forma que as mulheres são diferentes entre si também as mães andam muitas vezes a quilómetros de distância umas das outras. Erradas? Não, diferentes.
Outro dia no café de aniversário da Melissa reparei em pelo menos 5 mães completamente desiguais, eu incluída.
À minha frente duas grávidas. Uma delas não sabia que o António tinha que "viajar" no ovo, aliás acho até que ela não sabia ainda que raio de coisa era aquela que eu levava encaixada na cadeirinha. O oposto das mães que já decoraram os catálogos de puericultura inteiros no segundo mês de gravidez.
Outra grávida já mãe de uma criança pequena (pelo que entendi) toda inteirada da sua condição, exibindo a rotunda barriga e agarrando no bebé da Melissa deixando-o andar sobre a mesa. O género de mãe que tem coragem para engravidar de novo com um bebé pequeno em casa a remexer em tudo, eu gosto de chamar mãe descontraída, ou mãe sueca.
Depois olhei mais para o fundo da mesa e vi a mãe tranquilidade. A pequena bebé que levou consigo berrava em plenos pulmões e ela sorria, impassível, limitava-se a abanar ligeiramente o carrinho, apesar de nada daquilo surtir efeito. Daquelas mulheres que nasceram para ser mães, que nunca stressam em circunstância alguma e cuja vida depois dos filhos é um eterno mar de plácida felicidade.
A Melissa estava em choque pela bronquiolite do Gabriel e analisava os prós e contras de uma vida inteira, dividida entre vários sentimentos que se degladiavam no seu interior.
E eu que ainda não sei analisar-me muito bem como mãe, pelo menos mãe no plural, mas que gosto de fazer tudo com calma e ao mesmo tempo ter tudo feito a tempo, o que muitas vezes não se compatibiliza com o estado de espírito das crianças.
No meio de tudo isto pensava. Caramba como somos mesmo todas diferentes e como isso pode ser incrivelmente bom, desde que não desatemos a impôr a nossa forma de agir e a comparar percentis de desenvolvimento infantil umas com as outras.
Quando conseguimos harmonia numa mesa cheia de gajas acho que há motivos para sorrir.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
9 comentários:
engraçado é cresceres com essas mulheres e veres cada uma delas desabrochar em mãe. Nunca é como imaginávamos. A workaholic deu uma mãezona de livro, a maternal afinal é trapalhona e assim por diante.
Eu, pelo menos, não sou a mãe que pensava que seria - como quis filhos desde muito cedo, achava que encontraria uma felicidade completa na maternidade, que adoraria estar em casa a fazer cutchis, e a realidade não podia ser mais diferente.
A maternidade é tipo ovo de dinossauro (e esta, hein?), nunca se sabe o que sai lá de dentro até a hora H.
O que me ri aqui "eu gosto de chamar mãe descontraída, ou mãe sueca." hahahaha :)
A Elite
É mesmo verdade... Agor fizeste-me pensar. Eu acho que eu sou a mãe-boas-intenções. Quero ser a melhor do mundo e depois espalho-me ao comprido :D
Lá isso é verdade! :) Ass.: a mãe sueca, segundo o teu ponto de vista! ;) Bjs
Também sou a mãe-boas-intenções-que-se-espalha-ao-comprido!
Já me vi nesses filmes sempre como observadora, dado que não sou mãe. Ao fim de uns anos afastei-me, sinto que fiquei sem estofo. Foram muitos anos... Agora, só uma ou duas mães, de preferência que não estejam sempre à espera que a outra se cale para falar de si e dos seus. Ou então ajuntamentos desses, mas com filhos já crescidos ;-)
bem...eu seria a mãe-que-adora-o-seu-rebento-mas-que-nitidamente-não-nasceu-para-aquilo.trash-mom portanto.
Eu não sei que mãe sou, mas quero acreditar que qd todas nos respeitamos há mesmo razões para sorrir!beijos
Cobiço tanto essas mães plácidas, sempre tão cheias de paciência, sem gritos ou abanões aos putos, sem, no entanto, serem excessivamente permissivas. Conheço algumas assim. Chego a tentar imitá-las. Mas o verniz estala-se-me com uma rapidez quando a minha mulinha de 4 anos desata aos coices...
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