Senti a humidade na palma da tua mão e desenlacei os nossos dedos, trazendo na pele um bocadinho do nosso calor.
Andámos muito, tanto que perdi a conta aos passos que não cheguei a contar. A minha mão ficou de novo fresca e buscou a tua mão guardada dentro do bolso, num gesto que a protegia do frio.
Aquela cidade era nossa e conseguíamos sentir o cheiro fresco da novidade como um bálsamo que não nos cansávamos de inspirar uma e outra vez, até sentirmos tudo a girar à nossa volta.
O cansaço do final do dia era bom, queria dizer que tínhamos visto tudo e, no entanto, tanto ficara ainda por ver.
Viajar sempre foi para nós renascimento enquanto dois, enquanto cada um. Viajar é e será sempre um dos grandes prazeres da minha vida, sinto já falta do arrepio que antecede a manhã da viagem e saudades de sentir saudades dos que ficam.
Ontem perdi-me nas nossas fotografias e passei o dedo sobre o papel mate, como se assim pudesse voltar ali, àqueles lugares onde fomos felizes.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
2 comentários:
Olha a gaja a mandar a escada ao marido para ir laurear a pevide, sabes muito óh Ana Cê!!!
Bora ao Brasil? ;) Bora, bora?
Adorei este texto! Recordações e saudades de momentos assim, escritas com uma simplicidade tão rica... adorei mesmo!
Continua a recordar sempre, e a sonhar com a próxima viagem, já que os sonhos por si mesmos já são uma!
xx
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