A minha visão periférica sempre foi extensa, foram muitas as vezes que cheguei a pensar que quase podia ver o que acontecia atrás de mim.
Lembro-me de uma noite em que com um prato de churrasco na mão e conversando com alguém à minha frente, consegui apoiar a cabeça da Alice e resguardá-la de uma aparatosa queda nas escadas ao meu lado.
Adquiri a chamada técnica do olho no burro e outro no cigano, que é como quem diz, um olho na Alice, outro no António e com jeitinho noutro lugar qualquer.
Se o Hugo fala comigo, consigo virar um olho para ele, outro para a minha filha e um ouvido no andar de cima atento a possíveis choros. Sou polivalente, mas nesta constante dispersão pelas periferias, perco-me e deixo de saber relaxar.
Sinto que preciso de recuperar o meu olhar em frente e para dentro, sinto que a minha visão periférica me desgasta, mas por enquanto é só assim que consigo olhar...
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
5 comentários:
Claro, quando somos mães de crianças pequeninas, os nossos sentidos estão sempre alerta! .
Comigo é a mesma coisa, consigo tem um olho numa mala LV e outro num vestido Dior, compreendo-a querida.
Mas a menina sofre de uma patologia maravilhosa, é o Síndrome da Mãe, apesar de ser desgastante eu tb vou querer sofrer disso.
A minha amiga tenha cuidado que ainda fica vesga.
Yap, olhar para o umbigo, potranga!
E isto é o que se chama "ser mãe"! ;)
*e estás a fazê-lo maravilhosamente bem amiga!
Bjs xx
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