Ao ver a lista de características que um homem deve ter para arrebatar uma mulher e as reacções exaltadas sobre a mesma, rio-me. Rio-me porque também eu tinha uma lista interior interminável, uma lista que não contava a ninguém, só minha e tão parva, quanto séria. Pelo menos eu levava-a bastante a sério. Caramba porque não sabermos exactamente o que encaixaria melhor em nós? Qual é o mal de nos conhecermos tão bem ao ponto de fazer um retrato robot da nossa cara metade?
Via as minhas amigas sempre à toa, cheias de será, ou não será e eu fiel à minha lista mental, aos meus princípios como gostava de lhes chamar. Sonhava com eles, revia-os em certos personagens de livros, ou de filmes e esperava.
É claro que o homem com quem casei não tem nem metade das alíneas que enumerei com tanto afinco. É claro que não me escreve bilhetes de amor todos os dias, nem gosta dos mesmos livros que eu e milhentas outras coisas que achava fundamentais para ser conquistada, mas casei com ele mesmo assim.
O que só serve para provar que as nossas listas são boas para nos situarem, para nos espelharem, para nos lembrarem que somos de uma certa forma e isso não é mau. Sei também que quem faz listas, tal como eu fiz, sabe no seu íntimo que tudo aquilo pode ser destronado a qualquer momento e não se importa nem um bocadinho com isso.
O que eu acho estranho à brava é quem leva a sério as listas alheias, por mais extensas e absurdas que sejam...
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
3 comentários:
Eu listas, nem por isso, mas estou sempre a fazer tops, hehe.
Nunca tinha pensado nisso, essas listas são mesmo coisas que nós somos, ou melhor, que gostaríamos de ser. Eu, numa lista, punha só o bom humor. O resto é negociável.
Tens muira razão, toda a gente tem princípios mínimos, mas o que me encanita é quem faz listas de virtudes físicas: "ah, e tem que ser alto, não careca, ter mãos bonitas e não sei que mais".
Sinceramente, qualquer gajo/a que caia no colo de uma gaja/o destas já é um desperdício, são pérolas a porcos. Que até a alminha mais linda do planeta, de hoje para amanhã, estampa-se com o carro, fica numa cadeira de rodas e com a cara num bolo. E depois? Já não dá? Não há pachorra, é futilidade a mais para o meu saco.
Eu não sei enumerar o que quero. Preciso de sentir que tem alguma coisa que me interesse, mas não sei objectivar. E como não sinto há muito tempo, acho que só posso ser exigente...
Às vezes esquecemo-nos que nestas coisas comentam meninas e meninos muito novinhos! Muito mesmo!
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