terça-feira, 8 de junho de 2010

As Mulheres e as Mães

A propósito deste texto gerou-se nas minhas amizades femininas uma pequena conversa sobre a mulher/mãe dos dias de hoje.
A Rita dizia-me que a culpa do cansaço materno era da mulher, que muitas das vezes se recusava a dividir tarefas com o marido, por achar que ele não as levava a cabo na perfeição, por achar que o homem não nasceu para cuidar de putos, por achar que é seu dever carregar com o peso do planeta Terra e do resto da Universo às costas.
Em suma, a Rita acha que a mulher se mete em trabalhos extra, quando devia saber dividir mais.
E eu pensava: Meu Deus, isto vem do princípio dos tempos e ainda é passado de geração em geração através das próprias mães de meninas e meninos.
As mães de meninas que as ensinam que é seu dever exclusivo fazer as coisas do lar e as mães de meninos que não os ensinam a fazer as coisas do lar.
A Melissa dizia-me que a mulher carrega vários fardos no lombo:
O fardo do trabalho fora de casa, o fardo do trabalho dentro de casa, o fardo de no final de um dia de cadela ainda ter que supostamente estar maravilhosa para o marido. Como é que depois disto ainda restam forças para se dedicar à escrita? Gaja sofre mais sim, porque gaja não consegue desligar o botão.
Quando e como é que isto vai mudar?
Quando é que a mulher vai relaxar e dividir sem pesos na consciência o que tiver que ser dividido?
Quando iremos nós desligar o botão?

8 comentários:

sonho de bebé disse...

Lol! Quando os genes mudarem acho! A culpa é dos nossos genes e da hormonas também.
Bjs

Carla Santos Alves disse...

Nunca...
Não conseguimos porque achamos que somos super mulheres ....eu peço e se nao faz ...faço eu ...nem que seja no dia seguinte...errado né? eu sei!::S

Bjs

Melissa disse...

Bem, eu ando a tentar desde que me casei, mas é lixado. Parece que só o facto de não ter o pendúnculo funciona como ímã de responsabilidades. Lá em casa esforçamo-nos por não haver distinção de género, e até somos bastante bem sucedidos, mas na hora do pega-para-capar o Gabriel quer colinho é de mãe, se não há carne de vaca no PD o Hugo liga-me a saber qual é o substituto entre outros pequenos pormenores que me lembra, com um travo amargo na boca, que o jogo afinal é meu.

Mas não gosto.

Precis Almana disse...

Eu acho que há várias modalidades, pelo que vejo nas famílias que conheço. Há, de facto, sempre um para quem a coisa pende mais; mas curiosamente conheço alguns casos em que não é para a mulher (no que às tarefas da casa diz respeito).

Miguel disse...

Minha resposta à última questão: eu espero que NUNCA!

gralha disse...

Gosto de acreditar que já consigo desligar um bocadinho mais o botão agora do que no início do casamento. Sim, a roupa não é estendida exactamente como eu gostaria. Sim, nos dias em que ele cozinha as coisas nem sempre ficam perfeitas. Mas é um esforço consciente para prescindir de certas exigências - e vale a pena.

sofia disse...

Nem sei...
Por não conseguir desligar o raio do botão, hoje sinto-me demasiado cansada, sequer, para pensar!
Bjs

mena disse...

provavelmente nunca. a coisa faz parte do adn, parece-me. aqui em casa as coisas até são divididas, mas nem assim... a começar pelos miudos que nas horas mais difíceis acabam sempre por chorar pela mamã.