Com o passar dos anos fui perdendo paciência para pessoas pouco claras nas suas acções, nos seus gestos, nas suas palavras.
Com o passar dos anos tornei-me um bocadinho alérgica à ambiguidade de feitios e de frases. Ter que dissecar, investigar, palpitar, sobre o feitio de alguém causa-me ansiedade.
Alguém que diz o que sente e que sente o que diz, sem grandes filtros, alguém em cujo olhar leia sinceridade, alguém cujos gestos se coadunam com aquilo que apregoa, será sempre alguém que me pacifica.
Também me tenho afastado de pessoas detentoras de verdades universais, que não admitem brechas, que têm sempre resposta para tudo e se julgam os seres mais perspicazes à face da Terra. Inflexíveis. Para mim são pessoas que não sentiram ainda os solavancos no caminho, os desvios, os temporais que tantas vezes nos obrigam a enveredar por atalhos, afastando-nos das tais verdades universais.
Com o passar dos anos fui ganhando e perdendo batalhas, sorrindo e chorando, abraçando e empurrando, correndo, ou parando quando tivesse que ser.
Vou tentar continuar a caminhar. Agora com uma mão dada à minha filha e outra mão dada ao meu filho. Sei que os passos que decidir levar a cabo terão sempre aquelas duas mãos no horizonte e o meu coração a acompanhá-los constantemente e isso torna o meu percurso mais firme do que alguma vez foi...
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 4 semanas
15 comentários:
Fazes muitíssimo bem! Não há paciência. Com a maturidade, ficamos mais selectivos...
como te compreendo...
E enquanto o tempo passa, podemos arrogar-nos cada vez mais o poder/direito de ser "donos dos nossos narizes" e poder, sem ter que ter coragem ou hesitações: NÃO!E isso é bom.
É uma bonita definição de maturidade.
"Ter que dissecar, investigar, palpitar, sobre o feitio de alguém causa-me ansiedade."
Já tentaste pensar que se calhar és tu que pensas demais... e dissecas pensando logo á-priori que pode haver maldade por tras?
Assim fica difícil... :|
O aumento da idade não nos traz apenas rugas... também nos traz sapiência!
Com o passar do tempo vamos filtrando bem as pessoas de quem nos queremos rodear... porque cada vez o tempo livre é menor... porque queremos tranquilidade relacional... porque a vida é curta demais para perdermos tempo com quem nos diz muito pouco!
Eu estou como tu... e sinto-me melhor assim!
Beijocas! ;)
Nunca comentei aqui antes, mas já leio o teu blog há bastante tempo.
Quero-te dar o meu apoio pois acho que se escreveste este texto é porque te apercebeste do teu erro e estás pronta para nao o cometeres de novo.
Por vezes erramos, basta também saber admitir isso.
Li todos os comentários que lhe dirigiste antes de os apagares, pensei mesmo, confesso, deixar de visitar este teu blog mas...
...depois deste teu post parto do princípio que vais pedir desculpa á Matilda, obviamente, até porque se nota que a Matilda nunca te faltou ao respeito, muito pelo contrário, até respeitou sempre seres mãe de dois pequenos e o stress que isso nos causa, que eu bem sei.
Eu acredito que as pessoas conseguem-se encontrar entendimento sempre, basta ambos os lados tentarem. E acredito, pelo que leio de ti, que és pessoa suficiente para admitir que desta vez foste tu a pessoa que magoou alguém.
Que tudo se resolva.
Daniel e também com muito menos paciência e tempo para certas coisas...
João tenho a certeza de que há mais pessoas por aí que nos entendem na perfeição ;)
Disse, a palavra Não é uma conquista. Não chega facilmente, primeiro passamos pelo sim, depois pelo nim e finalmente quando redefinimos prioridades, o Não chega sem complexos ;)
Gralha ou de saturação...
UWihs4 eu gosto de pessoas sinceras, claras, sem grandes papas na língua. Pessoas com muitos rodeios, que precisam de mil e uma palavras para chegarem a um destino simples, causam-me ansiedade. Somos todos diferentes, não é verdade? ;)
Lebasiana é precisamente isso, sem tirar, nem pôr. Percebemos finalmente que despender muito tempo com situações, ou pessoas que não valem a pena, nos retira tempo para o que realmente importa ;)
Maria não sei se entendo o que queres dizer, mas se segues este blogue há muito tempo devias saber que não tenho grande jeito para tricas, birras, justificações de quilómetros. Em frente é que é o caminho.
Acho que ser mãe nos transforma realmente. Nunca mais vemos, vivemos ou sentimos da mesma forma. É um passo sem volta. Acredito que com dois filhos duplique tudo :) A paciência para os outros é que diminui.. Acho que realmente preciso de ter mais um pimpolho a ver se aprendo a proteger os meus calos.
Bjs
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