Ainda me lembro de quando viajava e me sentava calmamente numa esplanada a beber um café e a escrever postais. Podiam não dizer nada de especial, mas fazia sempre questão de os escrever. A sensação daquele pedaço de papel com uma fotografia da cidade estampada era como uma lembrança impressa que ficava muito depois de partir. Cheguei a mandar postais a mim própria para mais tarde poder gozar a expectativa de abrir a caixa do correio e encontrar lá aquele bocadinho da minha viagem.
Infelizmente fui perdendo esse hábito e, para mal dos meus pecados, numa das últimas viagens que fiz, dei por mim a entrar nos cyber cafés para enviar mails aos meus amigos.
Teclar em vez de escrever, caracteres em vez de caligrafia, monitores em vez de postais, e-mails em vez de correio postal, cyber cafés em vez de esplanadas.
Quando é que vou voltar a abrir a caixa do correio e encontrar lá qualquer coisa para além de contas?
Estou a pensar seriamente escrever uma carta, com papel perfumado e tudo, a mim própria.
4 comentários:
Lembro-me bem, quando comecei a namorar com a M. escreviamos cartas no verão, que ela ia sempre para o estrangeiro. A expectativa ao abrir a caixa do correio, os selos, os desenhos, cheiros e colagens que ás vezes lá vinham..e e era tão bom. Agora os mails são muito bons para trabalho mas para mensagens pessoais não há como uma longa carta manuscrita. Hoje continuamos a escrever um para o outro mas apenas nas mensagens que acompanham cada presente oferecido.
Talvez não seja má ideia retomar esse velho hábito! Obrigado pelas memórias que desenterraste...
Retoma por favor. As cartas de amor, de todas as cartas, são aquelas que não podem extinguir-se da face da terra.
Sabes que conheçi uma pessoa que se tornou na minha melhor amiga, aqui pela blogosfera, ela está no Porto, eu aqui em Lisboa e uma coisa que me propôs foi realmente voltarmos ao antigamente e começar a escrever cartas uma á outra e assim foi...??? :-)
E tem sido mto giro, diferente, a expectativa da chegada, ver o que vem escrito, os desenhos, o papeel perfumado, enfim os pormenores que só se podem ver e sentir no papel...
Acho que todos deveriam seguir este exmplo nem que fosse só por uns tempos, e sim porque não manter o hábito de enviar postais com a gravura do local onde vamos em viagem?? Demora mais tempo a chegar, mas é mto diferente para quem envia e para quem recebe. :-)
Eumesma, ainda bem que me entendes. Talvez não seja má ideia retomar um velho hábito: Os Pen friends, lembras-te? Amigos por correspondência?
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