Se para uns é tremendamente simples encontrar um companheiro de vida, para outros é uma tarefa desgastante, cheia de decepções, de vazios, de desistências e esperanças renovadas constantemente, até todo este saltar emocional se transformar num gigantesco cansaço e os levar a desistir.
Se para uns não há grandes exigências, pedem tão pouco para si que chega a ser doloroso para quem os vê, para outros todos os requisitos e alíneas devem ser preenchidos, nunca entendendo que a perfeição humana não passa de uma grande utopia.
Se para uns a busca foi simples e frutífera, para outros a busca parece interminável e infrutífera.
É também certo que para algumas pessoas o amor, talvez por ter sido tão rapidamente conseguido, talvez por imaturidade emocional, não se reveste daquele valor que damos às coisas raras e difíceis de alcançar. Esquecem-se de valorizá-lo a cada dia que passa. Como os montanhistas que chegam finalmente ao mais alto cume e dali contemplam a grandiosidade do que conseguiram alcançar, assim devíamos fazer de vez em quando em relação ao amor, uma espécie de fotografia panorâmica geral, um balanço, uma contemplação.
Mas andamos tão preenchidos com a estrada bem no meio dos olhos que nos esquecemos de parar na berma e simplesmente olhar a paisagem.
A busca por um amor é diferente para toda gente, não há formas convencionais, nem poções mágicas que nos façam tropeçar nos braços de alguém perfeito. Muitas vezes são necessárias várias pessoas erradas para encontrarmos a pessoa certa. Outras vezes não. O que é certo é que temos que estar disponíveis para recebê-lo e não termos medo de sair da estrada mais confortável da vida, pois é muitas vezes nos caminhos de terra batida, pequenos e bucólicos que encontramos as paisagens mais deslumbrantes...
*O mote para esta reflexão sem grandes conclusões saiu daqui.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
9 comentários:
Gosto muito da assertividade americana que vemos nos filmes:
- Tens um amigo assim-assado para me apresentar?
- Tenho.
E pronto, lá vão os esperançados a um blind date, que pode ser uma tragédia bíblica como o começo de alguma coisa. Fica, no mínimo, o esforço.
Cá uma atitude assim seria logo rotulada de desespero, falta de vergonha na cara, etc. etc.
É pena! Está tudo tão difícil hoje, estamos tão presos nos nossos cubículos em frente ao PC que não devia ser um problema querer ir directo ao assunto e parar de esperar que o universo conspire ao nosso favor.
Acho lindo alguém dizer, sem complexos: Estou à procura de alguém, porque sou humano e estou melhor a dois do que sozinho.
Participo há muitos anos de uma comunidade de tradutores no Orkut em que, há uns dias, um rapaz decidiu que bastava de ser sozinho e fez isto: http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=50302&tid=5407458160868473589&start=1
(só para quem tem orkut, infelizmente.)
Cansou de mandar sinais e simplesmente disse, num meio em que confiava, o que queria. Ao que parece, está a ter sucesso!
Em tempo, para não dizerem que eu falo de barriga cheia: a minha história de amor não começou com um big bang do Abençoado Acaso, com borboletas na barriga e violinos ao fundo. Não foi nada do que se vê nos filmes, muito pelo contrário.
Daí acreditar em vários caminhos, com um especial carinho pelos menos cinematográficos.
Este texto está lindo...
E fez-me pensar nas mil formas de encontrar um grande amor.
Intencionalmente, sem querer, sem dar por ela ou com a tremenda consciência de que se tem alguma coisa valiosa no coração, todas as maneiras valem para tentar encontrar "aquele" amor, o que nos rouba o chão, a calma, a lucidez e nos dá o ar, a luz e a serenidade.
Nem sempre é fácil, evidente e definitivo; como dizes e muito bem:
"Muitas vezes são necessárias várias pessoas erradas para encontrarmos a pessoa certa. Outras vezes não."
Acredito nisto quase como se fosse uma verdade absoluta.
;)
"(...) é muitas vezes nos caminhos de terra batida, pequenos e bucólicos que encontramos as paisagens mais deslumbrantes..."
E, com estas palavras, disseste tudo o que se podia dizer sobre o encontro de um amor! Adorei!
Bjs xx
Destaco dois parágrafos que adorei:
Mas andamos tão preenchidos com a estrada bem no meio dos olhos que nos esquecemos de parar na berma e simplesmente olhar a paisagem.
O que é certo é que temos que estar disponíveis para recebê-lo e não termos medo de sair da estrada mais confortável da vida, pois é muitas vezes nos caminhos de terra batida, pequenos e bucólicos que encontramos as paisagens mais deslumbrantes...
E a Melissinha fala ali de uma coisa interessante, que é o facto de estarmos em frente ao PC uma série de tempo e nos esquecermos da vida lá de fora. Pois se até agora se faz desporto em frente a um écran...
Melissinha, eu tenho orkut ;-) Inscrevi-me por razões profissionais, e pimba. Nunca lá vou...
é bem verdade...
jocas
E quando essa busca pelo "Grande Amor" (repara que não basta ser Amor) se transforma em algo patológico, obcessivo e tresloucado? Como a miúda de viseu que vivia em função do namorado e acabou morta e enfiada na mala do carro...
Procurar amor, encontrar amor, viver amor, fazer amor e perder-me de amor pelo meu amor é o que eu sei sobre o amor. Ana C. gosto muito do teu blog.
1 beijo bem-disposto**
Adorei este post.
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