quinta-feira, 2 de julho de 2009

Citação Curta porque sim

"Chega-se a um ponto da vida em que as coisas boas que ficaram para trás são muito marcantes, e nós percebemos que a única maneira de não as sepultar de vez é trazê-las à superfície"
Miguel Sousa Tavares
*Entrevista à revista Visão acerca do seu novo romance No teu Deserto

19 comentários:

Only Words disse...

A questão é que quando as trazemos à superfície, uma súbita solidão nos invade, porque o passado passou, e com ele muitas pessoas, locais e momentos que, por muito que queiramos, dificilmente são recuperáveis ;)

Melissa disse...

É verdade. O fim desse trazer à tona é sempre depressivo! :)
Mais vale chutar a bola para a frente, como se portugueses não fôssemos.

Unknown disse...

Lembro-me regularmente da minha Mãe. Mas se no principio era para chorar a falta que me faz, hoje ela está sepultada no meu coração e conversamos, de vez em quando. Gosto de lhe contar as minhas vitórias, gosto de ouvir os seus sábios conselhos. ;-)

Ana C. disse...

OnlyWords não podemos ter medo da solidão, quando ela não é imposta, pois retempera-nos e faz-nos olhar para dentro.
Podemos não os recuperar, mas devemos aceitá-los como parte irremediavel daquilo que somos e de vez em quando trazê-los para perto de nós ;)

Ana C. disse...

Melissa é como um parto necessário para se parir paz.

Ana C. disse...

João Pedro tens uma perda em comum com a Melissa.
Fico contente por saberes trazer a tua mãe à tona quando mais precisas dela. Não deve ser fácil.
Penso que conviver com aqueles que já não estão cá e nos fazem tanta falta, é das tarefas mais duras.
Beijinhos

Precis Almana disse...

Mas não percebo. Se são marcantes, corre-se o risco de as sepultar? Se marcam, ficam lá para sempre... (ou fui eu que percebi mal?)

Ana C. disse...

Precis penso que ele se refere à escrita. É escrever, ou correr o risco de esquecer.
Pôr cá para fora para lhes tornar a dar vida...

Maria disse...

Esse Miguel era capaz de dar uma boa recordação. Tenho ideia disso.

:)

Sílvia disse...

Sei que não tem nada a ver, mas adoro esta citação dele:

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que podia ser meu para sempre." Miguel Sousa Tavares


Acho tão bonita... Nem eu diria melhor...

E tenho sem dúvida que ler a entrevista na Visão, que esta semana ainda nao tive tempo de comprar (Sim leio a visão religiosamente, eu sei se calhar é estranho nao me encharcar em revistas femininas, mas adoro a visão que se há-de fazer)

bjinho****

Ana C. disse...

Maria Manuela mulher inesquecível, inesquecível :)

Ana C. disse...

Querida Sílvia eu conheço muito bem a citação, acredita. Obrigada por teres lembrado.

cArLos disse...

Olá (muuuuito tímido)

Parece que o entupimento acabou... ou vivi uma aventura fantástica?!!

Já mandei vir este livro pela net... estou com boas expectativas...

Apercebi-me das boas novidades... parabéns Ana, estou em querer é que só te adiantas-te uns meses ... eheheheh

Irina A. disse...

Concordo plenamente! (e mais n digo)

R disse...

As coisas boas que nos aconteceram podem (devem) ser recordadas, como isso mesmo, como coisas boas, que vivemos mas que já passaram. Não voltam a acontecer.Não voltamos a viver aquilo. Não quer dizer que as sepultemos, porque fizeram parte da nossa vida. Este exercício é difícil.Mas muito sinceramente, não me parece ser muito bom trazermos sempre em carne viva o nosso passado. Afasta-nos do nosso presente que é afinal a nossa realidade. A experiência diz-me isto.Por isso não concordo muito com este pensamento do Miguel S. Tavares, apesar de gostar muito de ler os seus livros.

Ana C. disse...

Carlos estás vivo????? Boa!
Também quero comprar o livro, cheira-me que vou gostar muito...

Ana C. disse...

Kitty ainda bem que mais não dizes que é para não sair disparate :)

Ana C. disse...

Mariinha penso que esta frase fora do contexto não se percebe tão bem. O que ele queria dizer é que se não escrevesse acerca de certas memórias, teria que sepultá-las, entendes?
Optou por escrevê-las e, na minha opinião, imortalizá-las através das letras...

Precis Almana disse...

Continuo sem perceber é o "teria que sepultá-las". E porquê? Bom, mas lá está, é fora do contexto...