Não posso dizer que sempre sonhei ser mãe. Que sempre planeei uma família como o objectivo último da minha vida.
Não posso dizer que a minha história, tal como eu a imaginava, passava por esta responsabilidade.
Mesmo o ter ficado à tua espera sempre foi mais pela força do teu pai do que pela minha. Por algum estranho motivo achava que nunca estaria preparada para esta tarefa. Há quem diga que nasceu para ser mãe, eu nunca o disse.
Foste crescendo dentro de mim e eu fui crescendo contigo.
Entraste na minha vida e escreveste a minha história de novo, reescreveste-me por completo e eu não me queixo. Agradeço-te.
A nossa cumplicidade foi crescendo a cada dia que passava e serenaste-me por dentro. Tudo o que era importante deixou de o ser face a ti.
Ensinaste-me que também se pode dançar com uma filha ao colo pela noite dentro ao som da nossa música preferida e que isso é a coisa mais romântica do mundo, ensinaste-me que ler para ti é tão compensador como ler para mim e que as tuas alegrias se multiplicam dentro de mim como uma dádiva. Ensinaste-me que se pode acordar ao som de uma voz que não a minha. Ensinaste-me a temer o mundo, os outros. Ensinaste-me a temer por ti e a minha vida ficou irremediavelmente tua.
Tenho já saudade antecipada por tudo o que passámos juntas como mãe e filha, por tudo o que esquecerás um dia quando outras coisas forem mais importantes do que os nossos momentos.
Mas espero ter conseguido imprimir no teu coração a nossa imagem a dançar ao som da música que gostamos e quando tudo o resto falhar, retornes a esse momento as vezes que forem precisas meu amor.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
28 comentários:
Ana C., eras tu e a tua filha na foto? beijocas
Sunrise, era, deixei de ser e agora sou outra vez. Apeteceu-me pôr uma foto. Mas a fotografia já tem 2 anos...
Ana C.
Desculpa invadir este teu cantinho, mas já aqui venho há algum tempo. Tenho-me deliciado com a tua escrita, tenho rido, chorado e acenado com a cabeça por concordar com muitas das tuas palavras.
Gosto da maneira sensível como escreves, como não tens falsos moralismos e como verbalizas os teus amores.
Obrigada por partilhares textos tão bonitos e sentidos.
Espero que continues.
;)
Ana agora quem ficou sensibilizada fui eu. Não imaginas como é bom saber que tocamos alguém.
"Invade" o meu espaço sempre que quiseres por favor :)
Olá Ana,
Estou fã do teu blog.
Adorei ler este post. Esse amor que sentes é lindo, puro e verdadeiro. A forma como o descreves toca a qualquer pessoa.
Muitos parabéns Ana, tens uma filha linda.
Kitty
Lindo, fiquei com lagriminha no olho. Vai ao meu blog tenho lá um desafio para ti. Um beijinho
Lindo! Amei.
Kitty muito obrigada pelas tuas palavras tão queridas :)
Sem dúvida que o amor por um filho é lindo, puro e verdadeiro mesmo. Eu era capaz de escrever à minha filha uma carta de amor todos os dias.
Mariinha, muito, muito obrigada.
Miss Glitering bem vinda, continua a mostrar-te debaixo desse guarda chuva encarnado. Obrigada pelas tuas palavras :)
Este é mesmo um amor "till death do us apart".
Perfeito, como o amor tem (deve) que ser,
Grande texto..
beijinhoo.
Joaníssima, tu sabes...
Maria, muito obrigada!
Bem, de certeza que vou voltar ;-)
E obrigada pela tua visita ao meu espaço e pelo comentário deixado :-)
Precis, volta sempre sim :)
E eu que sempre te imaginei como a senhora da capa do livro, o olhar tb é sereno, mas não é triste! E a tua filha é uma doçura, linda,linda... Que bom ver-te!
JS, uma das coisas que me faz um bocadinho de confusão na blogosfera é não vermos o olhar uns dos outros, afinal de contas parece que já nos conhecemos, mas não fazemos ideia de como é a expressão da pessoa por detrás das letras que gostamos tanto. No teu caso não tanto porque te deixas adivinhar nesse quadradinho :)
Bonita foto de uma doçura e trnaquilidade imensas, bonita declaração de amor, bonita sinceridade, e com certeza uma mãe com M grande...
E prontos, olha, falta-me mais palavras, como aos demais, os teus textos são para serem lidos , relidos...:-)
É sempre bom termos uma pequena ideia da aparência de quem nos toca, de uma forma ou de outra. Obrigado por isso!
Eumesma, mais uma vez obrigada pelas tuas palavras. Era um momento de grande tranquilidade sim (como dira o Paulo Bento), foram as primeiras férias que passámos com ela e a minha filha ainda adormecia ao meu colo à beira mar (onde é que isso já vai)
McSleepy, tal como disse à JS, não ver o rosto, os olhos das pessoas de quem já sei tanto, faz-me confusão. Bem sei que isto da net é manhoso, mas quis fazê-lo. O que não quer dizer que daqui a uns dias não decida tirar a foto. Obrigada pelas tuas palavras. O teu espaço também é um onde irei sempre regressar.
Consegues sempre tocar-me bem fundo. Continuo a ler-te e ao chegar ao fim pensar "é isto mesmo". Lindo e lindas. Parabéns!
Rainha mãe, quando se é mãe é mais fácil deixar sair as emoções mais fundas que temos, tu sabes disso. É só darmos corda ao coração e lá vai ele a todo o gás.
Acho que se lhe deres um dia este texto a ler, ela vai alcançar a profundidade do sentimento. :)
Cristina
Adorei o texto...li e reli varias vezes! ;)
Cristina, sendo assim vou tentar manter o blog até à adolescência dela :)
Clementine Tangerina muito obrigada, sabes que não há maior fonte de inspiração do que um filho (ou um grande desgosto de amor)...
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