domingo, 8 de fevereiro de 2009

A Varinha Mágica


Mãe?
Sim filha.
Sabes, eu gostava de ter uma varinha mágica.
A sério? E para quê?
Para fazer magias...
Rio-me e digo-lhe que sim, que lhe vou arranjar uma.
Mais tarde saímos as duas em busca da dita varinha. No meio de hediondos vestidinhos de carnaval e de muitas crianças em histeria na escolha da melhor indumentária para essa época grotesca, lá encontro uma varinha. Sóbria, apenas com uma estrela prateada na ponta. Ela sorri, treme já de antecipação.
Pago o objecto e já na rua, enquanto corremos debaixo de chuva até ao carro ela pede-me que tire a varinha do embrulho. Assim o faço. Ela pega na varinha como se tivesse todo o poder do mundo nas mãos.
Sento-a na cadeira do carro e corro para trás do volante.
Ela sorri, fecha os olhos e aponta a varinha lá para fora. Espera uns segundos, volta a abrir os olhos e o silêncio cai dentro daquele carro.
Então, não gostas da tua varinha? O que é que foi?
De lágrimas nos olhos diz-me: Isto não fez magia mãe.
Pensando bem, talvez seja melhor dizer-lhe já que o Pai Natal não existe...

15 comentários:

Melissa disse...

Ó paaaa!!! Trocavas a varinha, ora bolas! Que incompetência, meu Deus!!! :P

Ana C. disse...

Melissa, não era uma varinha mágica de bater as sopas:) E depois era a última em stock

Melissa disse...

Não interessa! Tinhas a obrigação de providenciar uma que fizesse magia.
Agora fica a miúda a perguntar-se que diabo vai fazer com um pau piroso com uma estrela na ponta, perfeitamente inútil!

Mas deste a solução do teu caso, sem querer. Compra-lhe uma varinha mágica de verdade e diz-lhe que aquela sim faz magia: transforma batata em sopa. Acho que é um bom compromisso.

Eumesma disse...

Tadita, mas é tão bom acreditar não é??
Diz-lhe um dia daqui uns tempos largos, que ela poderá fazer magia não com uma varinha mas com a sua prórpria personalidade...:-)
Até lá, não lhe "cortes" a magia de poder continuar a ser inocente, diz-lhe apenas que não deu nesse dia por estar a chover ou uma qualquer outra razão...;-)

Bjs

P.S. Tb tive em rempos uma varinha dessas, houve uns anos que me mascarava de fada...:-)

Brisa disse...

Oh... tadinha da criança! Como se ensina sobre o mundo real quando o da fantasia é tão mais bonito??

Ana C. disse...

Eumesma, acredita que gostava muito que ela continuasse dona desta inocência tão querida. O meu coração ficou partido por causa de uma varinha parva, imagina quando ela tiver o primeiro desgosto a sério...

Ana C. disse...

Brisa, também já pensei nisso e ainda não encontrei bem a solução para a ensinar a ficar com um pé na terra e outro nas nuvens :)

Portaria59 disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
The New Black disse...

LOLOL essa situação é hilariante! Não lhe deixes ver o Harry Potter, senão é que ela nunca mais se cala com a varinha :) hehehe

Ana C. disse...

Sunrise, é melhor afastá-la da magia o Harry Potter pelo menos por uns anos. Aí é que a cabeça dela ficava toda trocada :)

Joanissima disse...

Não digas.
Eu ainda acredito no Pai natal, acredites ou não.
A magia está viva cá dentro.

(o essencial é invisivel aos olhos...)

Unknown disse...

Então e fazê-la acreditar que só dentro do carro não funcionou? Em casa usares a varinha e nas tuas mãos desatar a ser mágica (tudo previamente estudado e preparado para o efeito). Nunca dizer que o Pai Natal não existe e que a varinha é uma grande tanga. Ela tem tempo de saber essas coisas. Prolonga-lhe ao máximo a ilusão e a inocência. ;-)
Em situações destas sou muito dada ao improviso. :-)

Ana C. disse...

Joaníssima, eu só queria ter podido fazer magia para desfazer aquele olhar decepcionado...

Ana C. disse...

Undutchable, mas isso é muito jogo. Tirar coelhos da cartola, cartas da manga enquanto faço o jantar e arrumo a casa é demais para mim. Lembras-te daquela série: Bewitched? Não sou eu :)

Ju. disse...

Como é tão boa essa inocência e como deve ter custado o olhar decepcionado dela.. Prolonga-lhe a fantasia por mais uns tempos :)

Bjs*