Melissa, acho que te devo umas palavras, afinal de contas já tens data marcada para ser mãe e não podia deixar passar estes dias que antecedem a passagem de Menina Melissa a Senhora Mãe, em branco. Por isso aqui seguem algumas palavras de alguém que já passou pelo mesmo não há tanto tempo quanto isso:
Começas por sentir-te atordoada, aparvalhada, chocada, inebriada, muito cansada. E finalmente, quando a confusão amainar, as visitas cheias de opiniões retornarem às suas casas e ficares tu, o Hugo e o Gabriel, vais começar a sentir uma coisa um bocadinho diferente de tudo o que disse acima:
Que aquela é a tua família que acabou de começar e que não sabias verdadeiramente o que era o amor incondicional até àquele dia. Daquele amor que chega a doer de tão fundo.
Não tenhas pressa, esta imagem pode não te vir logo como um flash, como publicitam por aí. A minha demorou dias até chegar e ainda hoje sinto que todos os dias aumenta mais um bocadinho.
Mas quando chegar vais perceber que toda a tua vida foi trilhada para que o Gabriel pudesse existir.
Desta tua amiga de trabalho e de escrita que seguiu os teus nove meses bem de perto (de Pilar, a Gabriel) e que sente já saudade antecipada das tuas queixas e mazelas sempre tão cómicamente expostas, fica o desejo muito sincero que o início desta etapa te traga tudo o que esperas e mais qualquer coisa e a certeza de que a partir de sábado, aconteça o que acontecer, os teus ganhos vão ser bem maiores do que as tuas perdas...
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
14 comentários:
Lagrimita!
Se tivesse feito pontaria, o timing não teria sido tão jeitosinho: um bebé para uma novela. A ganhar forma e conteúdo com uma novela (e como uma novela!). Aprender duas profissões caríssimas no espaço de nove meses. Em quanto tempo se escreve uma novela, Melissa? Em nove meses exactos, respondo.
Foste uma das primeiras pessoas a saber do Gabriel, aí às seis semanas, não mais. Isto arrasta-te, de certa forma, para uma improvável posição de amadrinhamento de alguém que mal conhecias. C'um caneco! Como é que se diz a uma equipa que te conhece há um mês que estás grávida... há um mês? Procura-se a face mais humana da equipa e começa-se por aí. Sempre tive péssimo faro para pessoas, o meu sexto sentido reside no meu dedão do pé, mas desta vez não me enganei. Bem bom, mesmo.
Arrastada ou não, a verdade é que foste uma madrinha-de-gravidez exemplar, sempre a perguntar, sempre por perto, pronta a retirar-me da neura. Os homens da equipa cumpriram exemplarmente a sua função de não me facilitarem a vida e saio do projecto confiante de que, com ou sem bucho, dei o melhor de mim porque assim foi exigido. Da tua parte, suavizaste as partes piores. Aliás, houve alturas em que as tornaste suportáveis, mesmo.
Que PENA que estou a sentir de não vos acompanhar até ao fim. Só me resta esperar pela próxima oportunidade. Algo me diz que, havendo próxima oportunidade, quem sabe, possa ser eu a madrinha. :)
Obrigada por tudo. Foste impecável e sei que vais continuar a ser, que muitos cafés estão por vir. Com Alice e Gabriel, que, a propósito, são nomes de um belo par romântico.
O nascimento do meu filho, o exacto momento em que ele nasceu e o colocaram em cima da barriga da M. foi algo que eu nunca tinha experienciado! Foi uma coisa tão avassaladora que é absolutamente indiscritível! Quando alguns amigos mais receosos me perguntam o que é ser pai eu respondo sempre que isso caba a cada um de nós descobrir. O que eu sinto, no entanto é que, a cada dia que passa, esse sentimento (chamemos-lhe amor) aumenta. É como tu, tão bem descreves.
Beijo!!
PS: eu e a M (uma também grande fã do teu blog!)encomendamos o teu livro. Depois dás-nos um autografo?
A propósito do livro, nunca mo enviaram.
Mas também não me lembro se paguei, hehe.
Vou encomendar outra vez.
McSleepy nada de me envergonhares em público com essas coisas livrescas. E obrigada por teres encomendado este falhanço de vendas. Se bem que de bom grado te enviaria um exemplar com dedicatória :)
Quanto ao resto, nós que fazemos parte do clube dos pais, sabemos o que é que é esta coisa de amor crescente pela cria :)
Melissa, nem sei como começar a responder à tua resposta, porque também fiquei com aquela lágrima (do Zé Cabra) no canto do olho. Acho que nos podemos gabar de ter aquela cumplicidade feminina digna dos livros latino-americanos e mais nada!
Quanto ao livro não encomendas nada que eu dou-te um sua tosca!
Até eu que nunca pensei ser mãe parece que subitamente me despertou o instinto. (Continuo sem querer, mas a forma como descreves o sentimento que se sente por um filho é avassalador :) no bom sentido, claro)
É assim mesmo,está tudo dito, visitas cheias de opinião inclusivé. A tua escrita é fantástica, consegues dizer sempre tudo e de uma forma tão simples e bonita.Só me resta dizer: parabéns e boa sorte à Melissa por esta "viagem" que vai iniciar.
Um abraço*
Sunrise, não quero pôr o teu relógio biológico a fazer tic-tac, credo! Sabes que nunca tive aquele apelo da maternidade, aquele desejo cego de ser mãe. Comigo foi tudo crescendo à medida que ela crescia :)
JS, não eram todas as visitas, mas a maioria conseguiu pôr-me a cabeça em água :)
Obrigada pelos teus votos e pelas tuas palavras.
Eu já estou farta dos palpites, e isto supostamente ainda não começou!
O amor pode demorar a chegar mas nunca mais vai embora. Estranha mas depois entranha!!! LOl
Boa sorte, Melissa.
Cristina
Obrigada! :)
Cristina, é isso mesmo: Primeiro estranha-se, depois entranha-se e é um amor para toda a vida :)
Melissa, a secção de palpites durante e pós gravidez dava só de si um blog.
Ainda me lembro da primeira vez que pus a Alice ao peito. Teve que ser o Hugo a expulsar toda a gente do quarto. Porque, tirando a minha mãe que nunca se chegou à frente com um palpite, toda a gente queria opinar. Parir no privado é maravilhoso. Mas as visitas são até às 9 da noite :)
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