quinta-feira, 28 de julho de 2011

No Ginásio Parte 2

Além da malta toda em pelota, verifiquei que existe uma balança no balneário.
Ri-me para dentro, quando vi uma rapariga a entrar no balneário, transpirada, vinda de uma aula e ainda em modo-body-pump, aos saltinhos energicamente irritantes.
Enfim, a rapariga entra na sala da pelota e a primeira coisa que faz é ir pesar-se.
Hmmmm, xa cá ver se já emagreci alguma coisinha depois da aula, hmmmmm.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Palavrões

Hoje podia passar o dia inteiro a dizer palavrões. Daqueles rebuscados, antiquados, insultos grotescos, ou elaborados. Palavrões.
Porque há dias em que só um bom palavrão define e resume tudo o que nos vai por dentro.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Lista de Intenções Para Um Total Make-Over

Preciso urgentemente de pijamas que não tenham o Rato Mikey, a Pantera Cor de Rosa, ou cuja parte de cima não seja uma t-shirt que deixei de usar no dia-a-dia (para passar a usar à noite).
Preciso urgentemente de deixar de pensar que as boxers do Hugo podem ser uma parte de baixo de um pijama feminino, quando conjugadas com a minha irresistível t-shirt da Marge Simpson.
Preciso urgentemente de meias que não tenham tucanos, animais da selva, corações, ou pequenas flores e de investir em colants sexys.
Preciso urgentemente de qualquer coisa que ainda não consigo definir bem, mas que tem a ver com o facto de trabalhar em casa e de estar a transformar-me lentamente num bicho do mato, daqueles bem chatos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pais cocó

Ontem, numa das nossas incursões domingueiras pelo parque infantil, presenciámos o desespero de uma mãe, que tentava que o marido/pai jogasse à bola com o puto. O homem estava confortável, com o seu telemóvel, debaixo do frondoso arvoredo e julgava-se o rei do pedaço. Achava, com toda a certeza, que a sua mera presença, ainda que passiva, fosse o suficiente para a mulher não se queixar de mais nada.
"Eu só tenho deveres, deixei de ter direitos!", gritava ela ao homem, que repousava sob a sombra do arvoredo. E aquilo chamou a minha cuscuvilheira atenção e pôs o meu diminuto cérebro a carburar.
Acabei por concluir, sozinha com os meus botões, enquanto via o Hugo a empurrar o António no baloiço, que mais depressa me levaria ao divórcio um marido que fosse um pai merdoso, do que só um marido merdoso.
Não há rigorosamente nada mais desesperante do que assistir à fraca performance de um pai que se encosta, que não reage, que não colabora. Que acha que tudo aquilo que faz é um extra, um bónus, quando na realidade é uma obrigação inerente à sua condição de pai.
Por isso, meninas que lêem esta gaja-demasiado-rabugenta-para-ser-verdade, escolham bem o macho com quem vão constituir prole. É que vão ficar ligadas a ele para toooooda a vida, mesmo que o divórcio chegue e não há coisa mais chata, do que estar ligada a um homem que não sabe ser um bom pai para os vossos filhos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Chamem-me taradinha do pudor

Não me atirem pedras os adeptos/fanáticos do ginásio, mas desde os tempos de colégio que não frequento balneários e nessa altura vestíamos e despíamos a roupa numas casinhas individuais, que aquilo era colégio de pudor jesuíta.
Foi, então, com estúpido assombro que, ao levar a Alice às suas aulas de natação, constatei que a malta anda toda nua de um lado para o outro.
Olha, vou tirar o colar! Espera, deixa-me tirar a cueca também!
Olha, esqueci-me de tirar a aliança! Espera, não consigo tirá-la se não desapertar o soutien!
Malta, olhem, vou secar o cabelo! A roupa aquece muito, enquanto o secador está ligado.
Foda-se, mas em casa, quando saem do banho, vão a pingar todos em pelota pela casa?
Juro que ainda hei-de entender esta embriaguez corporal, mas por enquanto, ainda estou na fase de observação.
Quando vai o Hugo com a Alice, têm que ficar no balneário masculino...

domingo, 17 de julho de 2011

Agora já percebi tudo

A tendência televisiva é para programas de combate à obesidade. Seja através do exercício físico maluco e de incentivos monetários, de bandas gástricas, de by-passes gástricos, de cirurgias estéticas. Eu meto num canal qualquer e lá estão pessoas com excesso de peso a sofrerem para se livrarem dele.
Meto noutro canal e lá estão a falar da comida enquanto vício, enquanto droga do século XXI e eu tremo de cada vez que me apetece comer um doce, depois de uma tarde neurótica. Enfio linhaça na sopa e tomo pastilhas de Omega3 ao pequeno-almoço.
Depois mudo de novo o canal e vejo que a tendência é programas de cozinha. Chefes desvairados, sarcásticos, mulheres com orgasmos culinários, bolos de alto gabarito, malta a lamber os dedos e a rapar o tacho e fico com vontade de cozinhar freneticamente para a minha família. De ter sempre a casa a cheirar a bolos acabados de fazer.
Em que é que ficamos, senhores? Isto é programação esquizofrénica e é precisamente esquizofrénica que me sinto.

sábado, 16 de julho de 2011

Sufoco

Quando estou rodeada de pessoas verdadeiramente imbecis, desprovidas de humanidade, desconhecedoras da palavra humildade e com várias costelas cínicas no esqueleto vertebral, os meus ponteiros ficam descompassados e deslizam pelo mostrador da minha paciência a uma velocidade estonteante.
Jamais me terão como amiga e pergunto-me como é possível sequer terem amigos, movidos por algo além do interesse.
Penso nos meus próprios amigos e como seria bom tê-los ali naquele momento, para limparem o ar com as suas risadas e feitio cristalino.
Tenho dias em que sufoco. Pura e simplesmente sufoco.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

15.07.1975


Sim, já tenho 36 anos. Poderia dizer que não me sinto com 36, que estou aí para as curvas, que sou uma jovem em todos os sentidos, que a minha pele brilha mais agora, do que nos sebos da adolescência, mas estaria a mentir.
A realidade, é que são mais os dias que me sinto com 63, do que com 36.
Sei que, quando chegar à velhice pura e dura, me sentirei com vinte, mas agora sinto-me apenas irritadiça, cansada, generalizadamente podre.
O que vale é que tenho saúde :)
*E nem de propósito. Este é o 1000º post :) Caramba, tantos disparates que já aqui escrevi. Mas não os escreveria noutro lugar qualquer.

domingo, 3 de julho de 2011

Amar

O amor aumenta, decresce, amaina, explode, enfarta-se, fica faminto.
O amor é vertical, horizontal, em espiral e desenha gráficos pouco lineares.
O amor cansa e descansa.
O amor é paciente, impaciente, quente, gelado, preguiçoso, frenético.
O amor é chato como a potassa, faz tanta falta como o raio que o parta.
O amor deseja-se ardentemente, ou deseja-se ardentemente não tê-lo.
O amor é diluído numa profunda amizade, ou destruído numa louca e criminosa antipatia.
O amor é sereno, histérico, profano, sagrado, grávido do mundo inteiro e esvaziado logo de seguida.
O amor é esquizofrénico.
Há apenas uma forma deste sentimento que se mantém como um gráfico linear, em sentido crescente. Uma forma de amor que não sofre as mutilações do tempo e dos dias dentro desse tempo.
Há apenas uma forma de amar que nos estica e nos ensina que amar não mata, antes ressuscita e faz viver, uma e outra vez, ao longo de uma sucessão de números do nosso calendário.
A forma como amamos os nossos filhos.

sábado, 2 de julho de 2011

Se eu pudesse

Andava sempre com uma pequena máquina fotográfica.
Não teria perdido a oportunidade de fotografar as três jovens loiras, bronzeadas, vestidas com motivos florais, todas giras e surfistas num volkswagen carocha descapotável. Do carro saía uma música animada e elas cantavam efusivas e com uma alegria tão própria da melhor das juventudes.
Não estivesse eu em Cascais e poderia jurar que tinham saído de uma série juvenil passada em Beverly Hills.
Só que no banco do pendura ia um velhote.
Tinham que ter visto, para entenderem.
Também teria fotografado um burro escanzelado que seguia à frente do meu carro outro dia, no caminho para o Cascais-shopping.