segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Missing

Peço a vossa ajuda para voltar a encontrar o blogue da Melissa.
Se alguém souber como resolver a situação, ou se já tiver perdido o seu blogue para o buraco negro da blogosfera, podem deixar aqui sugestões. É que o blogue dela faz-me falta.
Imensamente agradecida

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O meu coração já não está aqui dentro

Apertado numa caixa que o protege, ele bate e movimenta-se, bombeando o sangue para dentro e para o resto do meu corpo, mas na realidade o meu coração está a alguns quilómetros de distância, mais precisamente dentro de uma sala de aula, na escola do António.
Pensei que tudo fosse ser razoavelmente fácil e sem grandes percalços, pois o meu filho nunca foi especialmente preso a mim e sempre gostou de se aventurar no parque, de galhofar com os primos, de correr como um doido e dizer que sim a qualquer aventura, por isso, quando no primeiro dia de escola ele ficou a dizer-me adeus com um sorriso, confirmei que tudo decorreria sem grandes angústias e o meu coração, apesar de mais pequeno, bateu com força pelo coração pequeno e independente dele.
Passaram alguns dias, uma virose e outra constipação depois, passaram alguns dias, poucos, e ele começou a perceber que a escola fazia efectivamente parte das "obrigações". Passaram alguns dias, muito poucos mesmo, e o António começou a acordar de madrugada, a dizer-me que não quer ir à escola, anda pela casa angustiado e sem sorriso a perguntar-me se tem que ir à escola.
Ao jantar é essa a preocupação dele, de madrugada é essa a preocupação dele, de tarde, quando chega a casa, é essa a preocupação dele.
Diz-me que gosta tanto da casa dele, que gosta mais da minha comida, que me quer muito e eu demoro sempre tanto a ir busca-lo (é o primeiro a sair). Confirma comigo cerca de 200 vezes por minuto, se vou mesmo busca-lo e eu digo-lhe que ninguém fica na escola, que irei sempre, mas sempre busca-lo. Volta a perguntar-me passados dois minutos, apenas para me confirmar na sua vida, para ficar seguro de que o amo e de que a sua realidade é também, e ainda, a nossa antiga realidade. Chora em casa e pergunta-me porque tem que ir, porque é que não pode ficar e eu deixo-me lá ficar perto dele, deixo o meu pensamento, o meu coração e umbom bocado do meu corpo bem perto e sinto-me sem coração o dia inteiro.
Depois tenho que pôr a minha cara cómica e escrever coisas ligeiras, passar para uma cara mais séria, enquanto escrevo coisas mais sérias, até chegar a hora em que ponho a cara serena para ir busca-lo e para continuar a confirmar-lhe que estou aqui e que o amo tanto, ou ainda mais do que sempre.
Não é fácil ter que pôr tantas caras e já estou perdida há muito tempo nesta confusão que é ter que fingir que tudo está bem, quando me sinto sem coração.
Dizem que é tudo natural, que é a adaptação dele a uma nova realidade e o deixar para trás a realidade que lhe é conhecida, mas eu não quero saber das coisas naturais que fazem sofrer o meu bebé, eu quero apenas que ele sorria e que o meu coração volte ao meu corpo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

E nem sequer estamos no Natal

Alice contemplando a apertada chaminé da nossa casa, cujos únicos buracos estão cobertos por uma rede anti-ninhos-de-passarada:
- Mãe, és capaz de me explicar como é que o Pai Natal consegue entrar na nossa chaminé? Ou será que me mentiste?!!!
E é isto.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

alguém que me explique, como se eu fosse uma tartaruga aquática

Porque é que o Colégio Militar está de luto?
Não é o Instituto de Odivelas que vai fechar portas?
Onde é que estão as mulheres que deram nomes a ruas, pracetas, becos esconsos,que não se pronunciam em espaços de antena alargados, acerca do final deste prestigiado Instituto?
Desejo-vos sorte, queridas ex-alunas do Instituto de Odivelas, pois, para além de vos terem fechado as portas de uma instituição meritória, ainda vão ser obrigadas a levar com os meninos/alunos e dinossauros/ ex-alunos da Luz, rejeitando a vossa presença com bandeiras pretas e carantonhas assustadoras na televisão.
Eu até gostava do Colégio Militar, juro que sim, mas esta campanha corre o sério risco de levantar bastante azedume da minha parte e tenham medo, pupilos militarizados, que esta mulher, que não foi aluna de nenhum colégio de cariz militar, quando lhe dá para ser bélica, é capaz de organizar milícias armadas, apenas para fazer um cerco aos muros do colégio.
Quantas mulheres desempenham neste momento missões, cumprem serviço militar, morrem no desempenho das suas funções, em todos os cantos do mundo? Penso que algumas, mas não no Colégio Militar, pois que esse fica de luto só ao som da palavra "internato misto".
Onde é que andam as mães destes meninos, que não lhes metem juízo na cabeça?

terça-feira, 10 de setembro de 2013

a melhor dos últimos tempos

Chama-se The Big C e, tirando a terceira temporada que foi apenas mais ou menos a puxar para o bom, cada um dos episódios me fez rir, chorar, suspirar pelo episódio seguinte e sonhar que tinha sido eu a escrever os diálogos da Cathy.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Tempo para o mais importante

Vi um anúncio de uma escola que está aberta das 7 da manhã às 8.30 da noite e tudo isto com pop ups, qual discoteca anunciando copos à borla.
Havia também o atractivo das noites de sexta feira, em que os putos podiam ficar até às 2 da manhã para os pais poderem sair, como parece que agora é moda fazer-se nas escolas.
Provavelmente não fecha o ano inteiro e, tal como a proposta do governo para fazer as pessoas trabalharem mais horas nos seus locais de trabalho, arrancando-as de outras obrigações relevantes, acompanham assim esta maré de desumanização da família e da vida em sociedade.
Sim, é perfeito para quem trabalha como um cão e não tem avós a quem recorrer para oferecerem ninho aos netos.
Sim, é perfeito para quem acha que depositar os filhos numa escola, deixando-os ao cuidado de terceiros, é o paraíso necessário à sobrevivência diária.
Sim, é perfeito para uma sociedade que se esqueceu de como se criam putos sem a ajuda das escolas.
Sim, é perfeito para uma sociedade que se esqueceu de como era antigamente, quando as férias eram férias e não Atl's, de quando as famílias eram elos e não elementos dispersos.
O governo acha, do alto do seu nazismo capitalista, que mais horas de trabalho correspondem a mais produtividade, qual fábrica, em que é preciso produzir numa linha de montagem, sem grande espírito envolvido.
O governo não flexibiliza, não humaniza, não se preocupa com as famílias e acredita, do alto da sua ideologia totalitária, que os trabalhadores serão mais produtivos com mais horas no couro, com mais espadas em cima da cabeça, com mais medo.
Não nos deixemos nós cair na mesma ideologia. As escolas não podem ser depósitos onde deixamos o que nos cansa, alivando assim um fardo demasiado pesado.
As escolas auxiliam-nos, sim, na educação dos grandes amores das nossas vidas, mas não são mais do que isso, auxiliares. Cabe-nos a nós, pais e, deixem-me sonhar, ao governo deste país cada vez mais merdoso, zelar para que haja tempo, porque o tempo que perdemos longe das coisas que nos são importantes, não se recupera nunca.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

a pergunta que se impõe:

Sabem se existe algum grupo de ajuda para mães que vão ficar sem os filhos em casa?
Amanhã é o primeiro dia de escola do António e eu sinto-me em modo-padecimento-desfalecimento-perturbação-intestinal-desinspiração-total-e-absoluta.
Já tem o saquinho com a muda de roupa, o peluche, uma almofada preferida, uma mochila minúscula dos Angry-Birds e uma mãe que está à beira de um ataque de nervos.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O éter evaporou-se

Foi-se embora um dos primeiros blogs que comecei a ler, um blogue onde me apetecia parar com uma caneca de café e uma mão cheia de biscoitos. Um blog onde me sentia em casa.
Foi-se embora o Cheirinho a Éter do Miguel, que conheci, juntamente com a sua mui esbelta família, e que se tornou um amigo.
Foi-se embora mais um blogue onde me sentia em casa.
E a verdade, nesta coisa da blogosfera, é que são cada vez menos os blogs despretensiosos, nos quais me apetece parar para beber um café, sem ser bombardeada com coisas que nada me dizem, apesar de dizerem tudo a quem neles escreve.
A verdade, neste estranho mundo dos posts, é que vou ter saudades de quando o Miguel era enfermeiro em Portugal e gastava os tempos mortos a falar para nós.
Ele emigrou e com ele levou as últimas snifadelas de éter e a mim custa-me ficar sem éter.
Custa-me.