Ando ligeiramente farta da falta de sentido de humor, da inexistência de poder de encaixe e egocentrismo generalizado que leva a que pensem que tudo é pessoalmente ofensivo.
Tudo se melindra muito, tudo anda muito comichoso, ora porque a Maité Proença faz (mau) humor com os tugas, ora porque os Deolinda falam na escravatura e inércia da juventude, ora porque alguém decide falar acerca de pontos frágeis que provocam azias.
Porque se ofendem tanto os portugueses?
Outro dia, nessa comovente rede social chamada Facebook, dei por mim a ser constantemente aniquilada de uma certa caixa de comentários, só por fazer humor (provavelmente mau, não sei). Às tantas percebi que tudo o que dizia que não revestisse concordância, era apagado pura e simplesmente. Ali só havia lugar a comentários elogiosos, bem dizentes. Ali tudo tinha que reflectir a luz que irradiava da pessoa em questão e fiquei fodida.
É muito mais fácil o traço vermelho da censura por cima do que não se quer escutar, do que fazer cair por terra um argumento, argumentando também.
Já não se sabe conversar com alguém que não tenha a nossa opinião, essa é que é essa.
E agora vou ali ouvir Deolinda e já volto.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês