terça-feira, 29 de junho de 2010

Visão Periférica

A minha visão periférica sempre foi extensa, foram muitas as vezes que cheguei a pensar que quase podia ver o que acontecia atrás de mim.
Lembro-me de uma noite em que com um prato de churrasco na mão e conversando com alguém à minha frente, consegui apoiar a cabeça da Alice e resguardá-la de uma aparatosa queda nas escadas ao meu lado.
Adquiri a chamada técnica do olho no burro e outro no cigano, que é como quem diz, um olho na Alice, outro no António e com jeitinho noutro lugar qualquer.
Se o Hugo fala comigo, consigo virar um olho para ele, outro para a minha filha e um ouvido no andar de cima atento a possíveis choros. Sou polivalente, mas nesta constante dispersão pelas periferias, perco-me e deixo de saber relaxar.
Sinto que preciso de recuperar o meu olhar em frente e para dentro, sinto que a minha visão periférica me desgasta, mas por enquanto é só assim que consigo olhar...

domingo, 27 de junho de 2010

Idiota Kompraste E Agora? (IKEA)

Podia ficar horas a falar do IKEA e de como gosto de ir lá almoçar aos dias da semana por uma bagatela, passear-me pelas "casas" montadas para cativar, as cozinhas acolhedoras, os sofás aconchegantes, a zona dos miúdos uma ternura, podia escrever rios de palavras acerca da preocupação com o bem estar dos putos, das sanitas miniatura nas casas de banho, dos fraldários maravilhosos, dos micro-ondas disponíveis para aquecer a comida deles, enfim, aquele espaço é fixe e sinceramente apetece-me sempre levar tudo.
Mas depois há o lado negro, retorcido, maldoso até daquele armazém sueco, pois nada e quando digo nada, é mesmo nada vem numa única peça.
Compramos um garfo e vem com livro de instruções para ajudar a montar os dentes do talher. Compramos uma almofada e temos que ser nós a meter as penas de ganso lá dentro, seguindo as instruções.
As coisas que comprámos lá foram objecto de suada montagem pelo homem cá de casa, pois o meu cérebro tem uma assumida incapacidade para ir além dos legos. Metam-me uma cadeira com vinte peças para montar e eu tenho um ataque de ansiedade só de olhar para o saquinho com as porcas e parafusos. Por tudo isto e por achar que a maioria das gajas é mais ou menos como eu (adoro generalizar, para me sentir menos só), acho o IKEA sádico, mostra-nos aquelas mobílias maravilhosas todas montadas e depois manda-nos ir buscar ao armazém 10 caixotes onde repousa a cómoda que queremos levar.
Bem sei que na Suécia eles levam esta coisa da igualdade de direitos e obrigações mesmo a sério, mas podiam ter dado uma abébia na montagem de móveis. É que se me falha o Hugo, como conseguirei eu comprar aquela cadeira de baloiço?

sábado, 26 de junho de 2010

Um olhar que me fascina




Sou só eu que acho estes dois estupidamente parecidos?

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Envelhecer Bem


Podia falar da Meryl Streep, mas escolhi a Sally Field porque costumam dizer que sou um bocadinho, sublinho o bocadinho, parecida com ela e eu gosto. Gosto porque desato a imaginar-me uma Sally Field daqui a uns anos e é exactamente assim que desejaria envelhecer.
Não critico quem gosta de se preservar das marcas que os anos imprimem, e só Deus sabe como os meus cabelos brancos, que a cada dia que passa ganham terreno aos castanhos, me angustiam, mas eu não me imagino injectada e inchada de botox, nem a sujeitar-me a cirurgias para fugir ao tempo. Por isso gostava mesmo de conseguir envelhecer sem complexos e de preferência com a cabeça boa.

As melhores conversas do mundo

Hoje no carro, enquanto ouvíamos esse mítico ex-jogador da bola que canta ópera chamado Andrea Bocelli, a Alice delirava tentando acompanhá-lo nos agudos. Vai daí decidi partilhar com ela que aquele cantor de voz tão maravilhosa, não conseguia ver, era cego.
- Que horror mãe, coitado. Mas como é que as pessoas deixam de ver? Caem-lhe os olhos?
Tento não rir.
- Não Alice, às vezes nascem sem conseguirem ver, outras vezes são doenças que vão pondo os olhos mais fracos, até deixarem de conseguir funcionar, os olhos ficam doentes também.
Silêncio.
- Mas já viste como ele canta tão bem?
Silêncio. Eu sei que quando a resposta é silêncio o cérebro dela carbura a todo o gás.
- Mãe, ele se calhar olhou para o sol com óculos 3D e ficou cego.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A crueza dos dias

Queria muito começar uma série de coisas. Tenho um projecto bem dentro da minha cabeça e não arranjo tempo, nem força anímica para terminá-lo. Entre lavar, dobrar, arrumar, subir e descer escadas para atender o António que faz sestas de 20 minutos durante o dia. Entre a atenção constante que a Alice me pede, as sopas, o jantar e almoço, esgoto-me e é precisamente esgotada que me sinto.
O meu corpo aguenta muito, apesar de as minhas costas já terem conhecido melhores dias, mas a minha mente, essa está frágil, pequenina e regenera-se a ver programas estúpidos na televisão, ou a navegar na internet. É a forma que ela encontrou de não pensar demasiado, de não aprofundar, de não se desviar para dentro de mim...
Sei que as coisas vão mudar e que a força para concretizar chegará inevitavelmente, mas neste momento nada parece conseguir resgatar-me deste marasmo interior, nada.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ajudem Alguém a Concretizar um Sonho

Há quem fique parado à espera que as coisas com as quais sempre sonhou caiam algures lá de cima e aterrem bem no centro das suas vidas sem sentido.
Há quem se resigne com as vidas que leva e passe os dias a queixar-se da sua má sorte.
Depois há toda aquela classe de pessoas corajosas que ousam. Fartas de acordar para a mesma realidade decidem virar o jogo.
Eu sempre defendi, um pouco cinicamente, que até para ousar é preciso dinheiro. Pois com filhos e hipotecas para pagar, os sonhos passam sempre para segundo plano.
Mas aqui temos uma mulher que foi um bocadinho mais longe e teve uma ideia, no mínimo brilhante, para ultrapassar esse obstáculo monetário.
Decidiu desfazer-se dos seus bens materiais num leilão em que todos vocês podem participar e assim juntar algum dinheiro para correr atrás do seu sonho e dar um pontapé na tal vida resignada.
Ajudarmos alguém a concretizar o desejo de uma vida melhor está sim ao nosso alcance e também nos faz acreditar que é possível.

Este é o post que explica a ideia.

terça-feira, 22 de junho de 2010

The Sex, The City and Shoes

Tive uma epifania, tardia bem sei, mas percebi finalmente o porquê do fetiche Manolos, Jimmy choo, Louboutin, Pradas e enfim, tudo o que soe a designer de chulé Nova Iorquino e que ocupa tanto espaço nos cérebros femininos dos nossos tempos.
Uma das minhas irmãs mais novas perguntava-me outro dia se eu gostava da série Sexo e a Cidade, é que ela via agora tudo de uma assentada pela net, ao que lhe respondi que costumava ver todos os episódios lá muito atrás no tempo e que sim, que gostava, principalmente da Samantha.
Comecei então a reparar que de cada vez que estava com ela a miúda trazia um par de sapatos diferente, cada um mais alto e destrambelhado que o outro. Daí a começar a escrever a suspirar pelas marcas acima referidas foi um passo pequeno, do tamanho de um salto raso.
Conclusão: A série O Sexo e a Cidade é perigosa, transforma miúdas alfacinhas em Nova Iorquinas, sem lhes ensinar que a calçada portuguesa não foi concebida a pensar nos Louboutin e faz da Sarah Jessica Parker uma diva da moda que todo o mulherio quer seguir, quando na realidade, tem esta grande pedra no sapato. Chiça que até eu tinha mais estilo nos anos 80...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Viajar Assim é Viagem

Senti a humidade na palma da tua mão e desenlacei os nossos dedos, trazendo na pele um bocadinho do nosso calor.
Andámos muito, tanto que perdi a conta aos passos que não cheguei a contar. A minha mão ficou de novo fresca e buscou a tua mão guardada dentro do bolso, num gesto que a protegia do frio.
Aquela cidade era nossa e conseguíamos sentir o cheiro fresco da novidade como um bálsamo que não nos cansávamos de inspirar uma e outra vez, até sentirmos tudo a girar à nossa volta.
O cansaço do final do dia era bom, queria dizer que tínhamos visto tudo e, no entanto, tanto ficara ainda por ver.
Viajar sempre foi para nós renascimento enquanto dois, enquanto cada um. Viajar é e será sempre um dos grandes prazeres da minha vida, sinto já falta do arrepio que antecede a manhã da viagem e saudades de sentir saudades dos que ficam.
Ontem perdi-me nas nossas fotografias e passei o dedo sobre o papel mate, como se assim pudesse voltar ali, àqueles lugares onde fomos felizes.

domingo, 20 de junho de 2010

Filho

Filho, filho, filho, filho. Não me canso de repetir esta palavra e por muito que a repita soa-me sempre a novidade. Tão diferente de filha, tão nova, tal como tu.
Sou daquelas pessoas um bocadinho parvas que pensam que assim que dizem bem de alguma coisa ao mundo, no dia seguinte ela avaria-se, estraga-se, modifica-se, mas acho que é meu dever dizer-te que tens sido suave e se deixares de o ser amanhã mesmo não importa.
És suave meu amor, sorris muito, inventaste uma espécie de tosse para chamares a atenção e sorris para quem quer que se atravesse no teu caminho, mesmo para quem não te olha.
Já comes sopa e papa, entre as duas preferes os legumes. Choras quase sempre durante o processo, mas comes e não ficamos duas horas nessa tarefa, é coisa para 10 minutos.
Queria dizer-te obrigada por seres tão paciente com a tua irmã, por nunca chorares quando ela te pega desajeitadamente ao colo, nem quando grita e corre como uma doida à tua volta. Sabes que ela gosta muito de ti, de verdade, mas ainda não se habituou a essa coisa de ter que me dividir.
Queria dizer-te que foi muito querido da tua parte facilitares as coisas aqui em casa com ela e comigo.
Amanhã não sei como serás, mas hoje és o lado mais suave do tecido da minha vida e eu gosto de passar a mão nas tuas bochechas e sentir fisicamente o que sinto todos os dias aqui dentro.

P'ra Não Te Julgares Esguia toma lá

Porque é que fui pegar naquela túnica, porquê?
Aquela que tenho guardada por nunca ter tido coragem de a deitar fora e que aguarda paciente o dia em que ficarei de novo esguia e escorregarei no seu interior como um fio de esparguete.
Maldita hora em que pensei que podia já voltar a usá-la. Primeiro estiquei os braços para cima, como se me rendesse às evidências e depois comecei a puxadela para baixo, sim, consegui entrar nela é um facto. Sim, aguentei 5 minutos com os sovacos em modo-pressão-torturante. Foram 5 minutos agudizantes, interrompidos apenas pelo som de tecido a rasgar.
Mas o drama, o verdadeiro filme de terror foi conseguir sair de dentro da maldita túnica. Acho que desloquei a clavícula.

sábado, 19 de junho de 2010

A Prostituta da Ironia

Que não seria o Saramago chegar ao outro lado e dar de caras com... Deus.

Rotina

Eu até era boa a fugir da rotina de vez em quando, mas nos últimos tempos estou tão atolada, emaranhada, enrolada em tantas pequenas tarefas repetidas hora após hora, dia após dia, que não tenho vencido a corrida, estou a perdê-la miseravelmente.
A rotina muitas vezes salva-nos, outras tantas vezes mata-nos.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Clube do Verniz Risqué

Há realmente cabeças tão vazias como as que tenho lido por aí, ou aquilo é apenas show off para se tornarem mulheres mais fashion e serem aceites pelo mítico clube do Verniz Risqué?
É que às vezes entro em certos espaços e posso jurar a pés juntos que estou na twilight zone.
Uns têm o condão de me proporcionar valentes gargalhadas é certo, quando dissertam em torno de temas tão fascinantes como a tortura que foi escolher a roupa nessa manhã e depois fotografam-se, como se envergassem os trapos mais chiques do planeta feira. Mas outros, enfim outros são apenas vazios, folhas e folhas virtuais cheias de nada.
É claro que a blogosfera, como a própria vida cá fora, tem de tudo, mas não deixa de ser curioso ver como a maioria das bloggers parece ter andado a cheirar demasiado verniz, verniz Risqué entenda-se.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Raquel

Conheci a Raquel numa altura um bocadinho louca da minha vida, fomos colegas de turma e cúmplices por pouco tempo no espaço do calendário, mas por uma eternidade no espaço aqui dentro de nós.
Fã incondicional de Robert Smith, vestia-se de preto, usava doc martens e era viciada em coca-cola. Juntamente com a expressão pensativa vinha o sorriso por acréscimo, mas um sorriso que chegava tarde, quando a empatia brotava das nossas conversas e a troca de ideias e paixões se instalara já irremediavelmente.
Era muito sensível, mas uma sensibilidade que fervilhava por dentro. Com ela tinhamos que nos dar ao trabalho de retirar as várias camadas que a protegiam. Como também sou um bocadinho assim, não tive pressa de esperar e ir passando as folhas do seu livro, uma a uma.
Afastámo-nos porque a vida nos afasta tantas vezes das pessoas que nos dizem tanto, mas nunca deixei de pensar naquela rapariga morena, cheia de vida por dentro das suas palavras e de cada vez que ouvia Cure lembrava-me como se fosse ontem e sorria de saudade.
Passados uns anos recebi um telefonema a pedir-me um favor e assim foi, ela veio ter comigo e senti-a um bocadinho perdida.
Desde então perdi-lhe o rasto. Recusei-me a apagar o telefone de casa dos seus pais e passou de uma agenda de papel para o meu telemóvel. Era daqueles números que não conseguia apagar da agenda, por muitas limpezas que fizesse à lista de contactos.
Estes caminhos da internet têm muitas coisas más, mas têm também a magia de nos religar a amigos e a Raquel veio cair de novo no meu pequeno caminho.
Apaixonou-se por um holandês, fez a sua trouxa e rumou com ele de carro para o país das socas, moinhos e bicicletas onde está há 10 anos. Com uma força de vontade arrepiante, aprendeu aquela língua que não lembra a ninguém e terminou o seu curso de psicologia em holandês...
A Raquel é minha amiga e gosto de ter amigos assim, porque gosto de pensar, com muito pouca humildade confesso, que todos nós temos um bocadinho os amigos que somos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tiradas Profundas

Adoro pensamentos escritos em páginas de livros pequeninos e cheios de pinturas a óleo, em anúncios televisivos, em pacotes de açúcar. São os chamados pensamentos descartáveis, ou avulso. Para aquelas pessoas que não podem pensar mais profundamente sobre nada, por estarem de costas voltadas à sua massa cinzenta, são bálsamos de sabedoria. Vejamos alguns exemplos, uns pensados por terceiros, outros pensados pelo meu próprio recheio craniano:
- Parar não é morrer, é simplesmente deixar de viver.
- Não pense mais no passado, recorde-o apenas.
- Em frente é que é o caminho, atrás é tudo o que ficou anteriormente.
- Deixar de caminhar não é parar, é apenas ausência de movimento.
- Eu não penso, reflicto e reflectir é bonito.
- Eu não tenho medo, temo apenas o pior.
Enfim, tudo coisas comoventes e profundas à brava. Mas o que gosto mesmo, o que me diverte à séria, é perceber que há quem se identifique com eles :)

terça-feira, 15 de junho de 2010

A minha Loiça é Outra

Além de jóias, uma outra coisa na qual não me ocorre gastar dinheiro é em loiça. Sim, eu sei que não é normal, que uma gaja que é gaja gosta do seu serviço da Vista Alegre, das suas chávenas de porcelana fina e de terrinas da sopa dentro de um enorme e pesado louceiro. Eu odeio.
Odeio porque ficamos agarradas ao serviço uma vida inteira e eu gosto muito de variar.
Odeio porque é tralha e ganha pó.
Odeio porque é sempre demasiado frágil para ir à máquina e tudo o que não possa ir à máquina está riscado da minha lista.
Odeio, esta é talvez a razão mais importante, porque não poderia atirar pratos à cabeça do Hugo quando me chateasse com ele, ou simplesmente partir a loiça toda para descomprimir.
Tenho uma espécie de louceiro parvo onde amontoo o meu elegante serviço da area infinita e os meus copos de cristal do IKEA, porque aqui quando se reúne a família toda é mesmo muita malta e não cabiam nos armários da cozinha.
Nesse louceiro rústico (um bocadinho rústico demais, já que até tem portas empenadas de origem) também repousam tímida e aristocraticamente umas chávenas de chá e café desse ícone chamado Vista Alegre, porque a minha sogra faz questão de me dar umas peças a cada Natal, mas são iguais ao serviço da area, só que mais caras e, lá está, não podem ir à máquina.
Gosto de olhar para elas enquanto beberico o meu café matinal por uma caneca com uns dizeres muito inteligentes que trouxe de Praga e elas gostam de olhar para mim. A nossa relação fica por aqui.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Nigela, Nigela c'a ganda noja

Acabei de ouvir a Nigella Lawson no seu sotaque queque e aristocrático dizer no seu programa:
"Se não estivesse aqui lambia o balcão".
Depois de um bocadinho de sumo da salada de frutas ter caído sobre o mesmo.
Já estou a imaginá-la em casa a lamber o chão quando um bocado do molho de mostarda do bife verte da pratada no caminho para o quarto.

Amo-te até nos matarmos

A semana passada ouvia o Seinfield a falar sobre o seu novo programa " The Marriage Ref" e como lhe tinha surgido a ideia de criar aquilo.
Discutia com a mulher em frente a um amigo e as coisas começaram a tornar-se incómodas para este, que dá uma desculpa para sair, ao que o Seinfield responde:
- Não, tu ficas! Ficas e vais resolver esta discussão. Quem é que tem razão, eu ou ela? É que senão ficamos aqui o dia inteiro e nunca chegaremos a conclusão nenhuma.
E assim surgiu a ideia de um programa onde existisse um árbitro a decidir sobre as contendas dos casais.
Eu adoro o Seinfield, o seu humor, a sua maneira inteligente de gozar com o quotidiano e a forma como consegue transformar um assunto banal numa pérola da risada. Portanto fiquei ali a ouvi-lo falar das discussões entre casais, a falar dos tons de voz e do que simbolizam, a falar das discussões que começam por causa do cão e terminam a insultar os sogros. Das discussões que até começam de forma inofensiva e no meio do turbilhão um dos membros do casal solta uma bomba atómica do género: És uma merda na cama!
Foi uma entrevista hilariante (na Oprah) e que me deixou a pensar nas nossas próprias discussões de cáca aqui em casa e como, no fundo, todos os casais têm estes padrões.
Eu não tenho um tom de voz específico para fazer passar certas emoções, mas tenho olhares. O pior deles todos é o que o Hugo chama de "olhar à matadora". Quando lhe lanço este olhar em concreto ele sabe que há qualquer coisa que não fez, ou que fez mal, ou que tem que ir a correr fazer.
Pensando bem no assunto, o casamento tem tantas, mas tantas coisas que podem ser transformadas em momentos de humor que o Jerry Seinfield tem programa para a vida inteira :)

Troca comigo por um dia

Ontem adoeci a valer. Devo ter comido qualquer coisa estragada e caí de cama.
O Hugo ficou portanto com todos os ministérios aqui de casa.
Estava tão mal disposta que nem tentar tentei. Deixei-me ficar caída na cama como um trapo velho a gemer.
No final do dia vi aquela expressão ligeiramente enlouquecida e impaciente que costumo ter quando ele chega do trabalho nos dias de semana...

sábado, 12 de junho de 2010

A Ti que Vais ser Mãe

A ti que vais ser mãe digo-te que segures bem este momento. A partir de hoje nenhum dia será igual ao anterior e todos os dias voarão para fora das tuas mãos a uma velocidade assustadora, fazendo-te aterrar com os pés no chão a cada voo levantado, apenas para levantares voo de seguida, aterrando e voltando a partir como numa montanha russa interminável.
A ti que vais ser mãe digo-te que esperes o melhor e guardes dentro do teu bolso uma reserva de chocolates para quando correr pior.
A ti que vais ser mãe digo-te que não é como dizem, nunca é. Mas acaba sempre por ser melhor do que algum dia imaginaste. Não todos os dias, mas naqueles momentos em que sabes que tudo até ali fez sentido por ele.
A ti que vais ser mãe digo-te que não há razões escritas, nem pensadas para o que está prestes a acontecer. Os actos de fé não se organizam em equações de prós e contras, são pequenos movimentos do coração que aperta e desaperta até te tirar o ar, até que não consigas mais viver sem o fazeres. E tu já o fazes. Já és mãe, mesmo provendo apenas ar e nutrientes ao teu filho.
A ti que vais ser mãe e que te comoveste quando viste os filhos desta tua amiga antiga pela primeira vez, digo-te que ficarei sempre tão feliz pelas tuas conquistas, como pelas minhas próprias vitórias.
Parabéns.

O Bentley dos Métodos de Tortura

Pensei que tinha encontrado o método de tortura perfeito com a festa de anos dos miúdos, mas estamos sempre a aprender e de facto o topo de gama da tortura chinesa é levar os miúdos ao registo civil para fazermos os três o cartão do cidadão.
Qualquer repartição pública sem senhas desde as 10 da manhã é por si só um ex-libiris do sadismo, mas com duas crianças é o suicídio em potência.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Lixo Orgânico

Adoro, mas adoro a valer as pessoas que se dão ao trabalho de criar identidades em cima do joelho para virem dizer o que lhes apetece. Ou aquelas cujo perfil não está disponível para consulta e que soltam risadas de satisfação enquanto escrevem o que lhes dá na telha.
Este espaço é meu, é um bocadinho como a minha casa e na minha casa não gosto de deixar o lixo a apodrecer na cozinha, prefiro deitá-lo nos contentores próprios para o efeito.
Se quiserem arrotar postas de pescada, daquela pescada já com bolor, façam-no no vosso espaço, afinal de contas é vosso e nele escrevem o que bem entenderem, tal como eu faço aqui.
"Ai tão má que ela é, ai que ditadora horrorosa que não permite comentários ofensivos, nem desagradáveis, que parva, afinal porque é que não nos deixa escrever aqui o que queremos? Só pode ter medo, ou vergonha!".
Pois é meninos é isso mesmo, morro de vergonha e sou uma espécie de ditadora feroz, mas só dentro da minha própria casa. Na casa dos outros mandam eles.
Agradeço todo o trabalho e dedicação que tiveram em deixar o vosso contributo pleno de emoção por estes lados, mas tudo aquilo que considerar matéria orgânica em decomposição vai fora.

Update em cima do joelho:
Olha que giro, as pessoas que vieram despejar resíduos pós digeridos por estas bandas criaram todas o seu perfil em Junho de 2010, ainda agora chegaram a estas paragens e já acumularam tanto lixo...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Com o Passar dos Anos

Com o passar dos anos fui perdendo paciência para pessoas pouco claras nas suas acções, nos seus gestos, nas suas palavras.
Com o passar dos anos tornei-me um bocadinho alérgica à ambiguidade de feitios e de frases. Ter que dissecar, investigar, palpitar, sobre o feitio de alguém causa-me ansiedade.
Alguém que diz o que sente e que sente o que diz, sem grandes filtros, alguém em cujo olhar leia sinceridade, alguém cujos gestos se coadunam com aquilo que apregoa, será sempre alguém que me pacifica.
Também me tenho afastado de pessoas detentoras de verdades universais, que não admitem brechas, que têm sempre resposta para tudo e se julgam os seres mais perspicazes à face da Terra. Inflexíveis. Para mim são pessoas que não sentiram ainda os solavancos no caminho, os desvios, os temporais que tantas vezes nos obrigam a enveredar por atalhos, afastando-nos das tais verdades universais.
Com o passar dos anos fui ganhando e perdendo batalhas, sorrindo e chorando, abraçando e empurrando, correndo, ou parando quando tivesse que ser.
Vou tentar continuar a caminhar. Agora com uma mão dada à minha filha e outra mão dada ao meu filho. Sei que os passos que decidir levar a cabo terão sempre aquelas duas mãos no horizonte e o meu coração a acompanhá-los constantemente e isso torna o meu percurso mais firme do que alguma vez foi...

O Método de Tortura Mais Eficaz do Mundo

Se querem torturar alguém com requintes de malvadez, mas daqueles requintes mesmo requintados a atirar para o sádico, levem-no a uma festa de anos de putos. Ah e com motas movidas a baterias que nunca mais acabam, bem ronronantes e com os putos sem terem dormido a sesta e atirarem-se todos das motas e trotinetes abaixo.
Chiça tanto primo que tem a Alice e todos a fazerem anos de seguida.
Estou oficial e estupidamente morta. Morta e surda.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

E o Dia Chegou

Nunca pensei dizer isto tão cedo, mas a minha filha de 4 anos está apaixonada.
Acorda a falar nele, suspira de saudades, diz que não consegue tirá-lo do pensamento, faz festinhas na fotografia, anda com um ar murcho e pensativo e só falta mesmo perder o apetite para completar o quadro.
E perguntam vocês: Como é que ainda não a amarraste com algemas à cama, ou ligaste a marcar hora para um pedo-psiquiatra Anacê? Que raio de mãe desnaturada és tu?
Enfim, ainda não fugi com ela para o Polo Sul, porque a paixão da Alice é...
O Woody. Esse cowboy lingrinhas com perninhas de grilo é a primeira paixão da minha filha.

Gravei-lhe o filme que passou no Disney Channel, entretanto já o viu, sem exagero, mais 30 vezes e já foi vê-lo 3D ao cinema. Hoje liguei para a loja da Disney do Colombo a perguntar se tinham lá algum Woody, que a minha filha estava perdida de amores e precisava de se abraçar a ele. Parece que têm. O Hugo está então incumbido (sem que a Alice imagine) de se enfiar no trânsito da 2ª circular depois do trabalho e só vir para casa com o genro pela mão.
Sinto-me velha a valer. Caramba, não tarda está a suspirar por um qualquer actor de carne e osso e daí a nada por um colega de escola...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Dias Assim

Hoje tive um dia demasiado estúpido para ser importante. Quis sair de manhã e não consegui, quis sair de tarde e saí demasiado tarde.
Ouvi choramingar o dia inteiro e senti-me a pessoa com menos paciência à face da terra.
Gritei, refilei, barafustei e no começo do silêncio nocturno, quando a casa escureceu de choro e reclamações senti-me estranhamente culpada.
Entrei no quarto dela e enfiei o rosto na curva do seu pescoço, pedindo-lhe desculpa baixinho. Ela já a dormir respondeu entre sonho e realidade:
- Não faz mal mãe, adoro-te.
Depois regressei ao meu quarto e olhei aquela bolinha chorona e risonha a dormir como só as crianças conseguem dormir, envolto em harmonia e passei a mão sobre os seus cabelos desalinhados.
- Desculpa lá bebé, amanhã vai ser melhor.
Um pequeno suspiro disse-me que estava tudo bem, que não há semanas inteiras cheias de dias bons. Uns são melhores do que os outros, até para ele.

As Mulheres e as Mães

A propósito deste texto gerou-se nas minhas amizades femininas uma pequena conversa sobre a mulher/mãe dos dias de hoje.
A Rita dizia-me que a culpa do cansaço materno era da mulher, que muitas das vezes se recusava a dividir tarefas com o marido, por achar que ele não as levava a cabo na perfeição, por achar que o homem não nasceu para cuidar de putos, por achar que é seu dever carregar com o peso do planeta Terra e do resto da Universo às costas.
Em suma, a Rita acha que a mulher se mete em trabalhos extra, quando devia saber dividir mais.
E eu pensava: Meu Deus, isto vem do princípio dos tempos e ainda é passado de geração em geração através das próprias mães de meninas e meninos.
As mães de meninas que as ensinam que é seu dever exclusivo fazer as coisas do lar e as mães de meninos que não os ensinam a fazer as coisas do lar.
A Melissa dizia-me que a mulher carrega vários fardos no lombo:
O fardo do trabalho fora de casa, o fardo do trabalho dentro de casa, o fardo de no final de um dia de cadela ainda ter que supostamente estar maravilhosa para o marido. Como é que depois disto ainda restam forças para se dedicar à escrita? Gaja sofre mais sim, porque gaja não consegue desligar o botão.
Quando e como é que isto vai mudar?
Quando é que a mulher vai relaxar e dividir sem pesos na consciência o que tiver que ser dividido?
Quando iremos nós desligar o botão?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Verdade Acerca do Casamento

No início do nosso namoro o Hugo gravou-me um Cd cheio de músicas com significado. Uma delas era a "Feiticeira" do Luís Represas e lembro-me de imaginar aquele rapaz magrinho (na altura) a sorrir com o encaixe perfeito das palavras do refrão na sua bela namorada (eu, também magrinha na altura):
De que norte, de que lida, de que deserto de morte, vieste tu feiticeira, inundar-me de vida, lá, lá, lá.
E eu ouvia aquilo e sentia-me mágica, capaz de enfeitiçar assim alguém com tanta chama, que luxo, que romântico encher uma pessoa de vida. Porque nós também nos vemos através do olhar dos outros, eu gostava da forma como ele me via. Eu era A feiticeira dele.
Os anos passaram, os filhos vieram e eu deixei de ser feiticeira, pelo menos todos os minutos do dia. Tenho manhãs em que o refrão poderia ser:
De que covil, de que gruta, com que vassoura ranhosa, vieste tu minha bruxa, atazanar-me a vida, lá, lá, lá.
A vida de casados é assim mesmo. Uns dias feiticeira, outros bruxa, outros dias mágicos, outros de magia negra.
Mas no final o que conta é sabermos que mesmo nos piores momentos ele não foge da bruxa, pega na vassoura dela e voam os dois juntos em direcção ao sol posto.

sábado, 5 de junho de 2010

O Nosso Corno Pré Histórico

Quando vejo as multidões de corno de plástico cor-de-laranja-Galp a soprarem como se fosse o som mais melodioso do planeta e a abrirem as fileiras de dentes num sorriso futebolístico, cheios de orgulho nacional, em êxtase tântrico porque viram a Selecção antes de partir para outro Continente, sinto que afinal ainda estamos muito próximos dos nossos antepassados pré-históricos, ou o que é pior, mais primitivos do que eles.
Também gosto muito de ver as casas aqui nas redondezas com bandeiras de Portugal hasteadas nos quintais e os carros já com motivos verdes e encarnados. O patriotismo sempre me comoveu, principalmente quando é sentido assim com tanto fervor por causa de uma bola. Quando não há campeonatos internacionais desta coisa chamada futebol as bandeiras bem podem servir para limpar o rabo, assoar o nariz, ou puxar o lustro ao carro a um Domingo, mas quando há bola "a gente somos muito portugueses".
Somos o mais antigo País-Nação do mundo e isso reflecte-se nestes gestos tão simples como forrar o encosto do carro com uma bandeira nacional.
Mobilizamo-nos e gritamos como adolescentes pelos jogadores do esférico, espiamos as casas e vidas deles, escutamos longas entrevistas como se ouvíssemos mestres da oratória e sabemos bem cá no fundo que isto é que faz uma nação.
Dêem-nos uma equipa de futebol que faça golos, uns cornos da galp para fazer muito barulho, umas bandeiras do país para apoiar os jogadores e fazer almofadas com elas e não precisamos de mais nada para nos sentirmos realizados como indivíduos nacionais.
Há c'orgulho do camandro em ser portuguesa, afinal o Crestenane Ronalde é tuga!!!

O Sexo não vem à Cidade

Não sei porquê, mas não estou com a menor pachorra para ir ver o Sexo e a Cidade 2.
Gostei muito do 1, mas vi a apresentação da sequela e deu-me vontade de fechar os olhos em antecipação do desastre.
Posso estar completamente errada, mas acho que não vou arriscar. Estou sem paciência para gastar o pouco tempo que tenho em filmes medíocres.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

4 Meses de Ti


O nome António ainda me parece demasiado adulto para ti que tens o sorriso mais doce do mundo.
Gostas de andar no marsúpio encostado ao meu corpo e a sorrir para toda a gente, desde o sapateiro desdentado, à senhora antipática do outro lado do balcão do café que se vê obrigada a largar a indiferença e olhar-te.
Os teus sons agora são mais meus e eu um bocadinho mais tua também.
Olhas as maluqueiras da tua irmã com um olhar sério que logo se transforma em gargalhada e olhas o teu pai como se tivesses ligado um interruptor de luz bem dentro dos teus olhos.
Gostas de tocar com o pé na grade da cama e segurares na mão a chupeta que logo atiras pelo ar, desesperado por ainda não conseguires encontrar o caminho da boca.
Não sei que cumplicidades teremos, que brincadeiras preferirás, se gostarás das mesmas músicas que eu, dos mesmos livros, se respeitarás os meus humores e eu os teus. Sei apenas que estarei aqui ao teu lado tentando dar-te sombra nos dias quentes e aquecer-te quando o teu coração se sentir mais frio.
Por enquanto envolvo-te no meu abraço apertado e desejo no meu íntimo que nunca te fartes dos meus braços...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ismael e Chopin



Virámos hoje a última página. Eu com um nó na garganta, a Alice com o olhar brilhante.
Porque é que todos os livros para crianças não são assim?
O Hugo entrou no quarto e deixou-se ficar na cama a ouvir, eu tirei genuíno gozo de cada linha e a Alice, apesar de ainda ser um bocadinho "pequena", sensibilizou-se com o final.
Foi o nosso primeiro livro a sério, com mais de dez páginas juntas que levou algumas noites a terminar, e não podia ter escolhido melhor.
Sem palavras complicadas, mas cheio de significado, acho que posso dizer que o Miguel Sousa Tavares escreveu esta história com a mão da mãe sobre o seu ombro, o sussurro do piano de Chopin ao ouvido e o filho dentro do coração.

Só Porque a Joaníssima Pediu Aqui Está a Minha Cozinha



Joaníssima melher tu na tens nada que me desafiare a metê-la que ê meto logo. Mas só de um ângulo que o resto estava um bocado desarrumado :)
E agora pouco falta para fotografar details da minha casa e encher o blog deles como se fosse a coisa mai linda do mundo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Às futuras mães de segundos

Comigo aconteceu e se puder dizer-vos que será normal sentirem-se assim direi.
Quando o António nasceu uma nostalgia tremenda abateu-se sobre mim e sobre o Hugo. Um aperto na garganta constante de cada vez que olhávamos a Alice, uma vontade imensa de abraçá-la a todo o instante, um recordar vívido do nascimento dela e de todas as fases pelas quais passou e nós com ela. Olhar as fotografias de quando ela era bebé levava-me às lágrimas e só desejava poder tê-la nos braços tal e qual tinha agora o António.
Foi muito estranho o primeiro mês, pois carregava a sensação constante que me tinha tirado a ela um bocadinho e sentia-me culpada por isso, tentando desdobrar-me em mil para atender a todos ao mesmo tempo, desejando sempre que ela sentisse exactamente a mesma dose de amor que sempre tinha sentido.
É claro que acabei por entender que era possível conciliar amores, tempos e ajustar ritmos. Ela também entendeu muito melhor do que eu. Mas a sensação "manchou" o primeiro mês com o António em nossa casa.
Eu tinha tudo preparado, tinha todos preparados por mim antes do nascimento, lia em todo o lado que o amor se desdobrava, que era maravilhoso. Mas o maravilhoso demorou a chegar, demorou cerca de um mês.
Hoje olho-os e sinto que não roubo nada a nenhum deles, mas esta serenidade não veio de rompante, como aliás nada vem na minha vida.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A Cozinha é o Coração da Casa




O coração de uma casa é a cozinha. É nela que acabam as conversas, que se juntam os amigos em volta de canecas de café. É nela que dá vontade de ficar a sentir o aroma de um bolo que coze no forno. É na cozinha que passam as crianças cheias de perguntas e ficam a mergulhar o dedo na massa do bolo, é na cozinha que sentimos conforto no final do dia.
Estou longe de ter a cozinha dos meus sonhos, com uma mesa redonda encostada a uma janela rasgada sobre o jardim, onde pudesse sentar-me a tomar o pequeno-almoço sozinha, ou com o resto da família. Mas isso não me impede de continuar a salivar de cada vez que vejo fotografias da cozinhas cheias de alma.
Só me pergunto porque é que cada vez se investe menos nas cozinhas quando se desenha uma casa, ou um apartamento?
Nos apartamentos vemos corredores estreitos e sem alma, nas casas aposta-se em salões de baile em detrimento das outras divisões.
Se um dia desenhasse uma casa teria uma cozinha onde me desse vontade de fazer panquecas ao pequeno almoço todos os dias e onde coubesse o meu coração inteiro.

Abriu a Época da Colher!

Pois é o António vai iniciar-se nas colheradas. Até tremo só de pensar como foi com a Alice. Lembro-me que cheguei a dar-lhe papa a tocar gaita de beiços e com um balde da praia na cabeça.
Vamos esperar que com ele seja diferente, afinal de contas ele ri-se para toda a gente( objectos inanimados incluídos) enquanto a Alice só se ria para os pais e olhava o resto do mundo com sobrolho franzido, também há de ser diferente na questão dos pratos. E eu sou uma mulher crédula, ou se não sou, passo a ser que é para não desesperar antes de começar...
Wish me luck.