Perdoarmo-nos a nós mesmas quando sentimos que não houve férias, apesar de termos saído do sítio do costume.
Perdoarmo-nos a nós mesmas quando sentimos culpa por não termos sentido que tivesse havido férias.
Perdoarmo-nos a nós mesmas por sentirmos coisas menos positivas, apesar de ser suposto sentir alegria constante.
A partir do momento em que nos comprometemos com a maternidade invertem-se os mundos e o descanso deixa de ser o nosso, passando a centrar-se na alegria deles.
Os meus filhos brincaram, mergulharam, comeram sandochas com areia debaixo do guarda-sol, bolas de Berlim, línguas da sogra, gelados a desoras, fizeram castelos de areia pouco sólidos, ficaram com os dedos dos pés estupidamente bronzeados, enchendo-me de vontade de lhes trincar cada um desses pedacinhos de caramelo, riram, gritaram, viveram com toda a energia que pinta as crianças da mais pura alegria.
Conheceram a Isla Mágica e um bocadinho de Sevilha, no que foram os dois dias mais quentes e cansativos da minha memória.
Vim mais cansada do que fui, mas eles trouxeram a recordação de mais um verão em que foram crianças, com todos os direitos e prazeres implícitos e isso, afinal de contas, é o mais importante e o que nos enche da sensação de dever cumprido e comprido ;)