terça-feira, 30 de outubro de 2012
Porque é que não se deve ter a tv ligada ao jantar?
Para não correr o risco de apanhar o anúncio a um remédio para as unhas putrefactas, enquanto levo uma garfada de esparguete à boca.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Rain drops keep falling on my cheesy feet
Não que não quisesse, queria e muito, mas porque sempre insistiram na chata sobriedade do meu calçado e roupa interior infantil.
O máximo dos máximos que consegui conquistar foram umas galochas azuis escuras, banais e discretas, mas que davam para chapinhar nas poças com as minhas amigas de colégio. Chapinhava também no interior das minhas próprias galochas, pois o chulé acumulado tornava a tarefa do chapinhanço uma cena exterior e interior.
Poderia vingar-me hoje em dia, consumindo coloridas galochas com compulsão traumática, mas nada disso. Não me sinto particularmente atraída pela coisa.
Detesto ver mulherio aperaltado, numa festa, quiçá num cocktail de lançamento de um livro e com um galochame, de cor berrante, até à virilha. Se for de uma certa e determinada marca, usada por latifundiários britânicos no meio dos lamaçais do latinfúndio, as pessoas convencem-se que podem usar aquela merda em todo o lado, faça chuva, ou faça sol, na cidade, ou no campo, porque está na moda.
Mas tudo bem, galochem-se à vontade, que eu continuarei fiel ao meu téne revestido de material impermeável e a evitar poças de água a todo o custo.
domingo, 28 de outubro de 2012
Porque é que não podemos
Manter a hora alterada da parte da manhã e voltarmos a alterar a dita da parte da tarde?
Seria perfeito.
Seria perfeito.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Toy Story, ou a história do António
Sei que o Toy é mesmo meu filho, quando entro na sala, onde ele olha vidrado para o seu último fetiche cinematográfico, com uma atenção absolutamente comovente, respeitando a solenidade da cena em questão (que me faz lacrimejar de cada vez que a revejo, confesso).
A última cena do Toy Story 3, em que o Andy adolescente dá os seus brinquedos a Bonnie e se despede deles.
Eu percebo que há alguma coisa que mexe com ele, mas que ele próprio não entende ainda bem. Afinal de contas ainda nem chegou aos 3 anos, é mais do que compreensível. A banda sonora triste, os olhinhos dele que não piscam, a sala em silêncio.
Faço-me anunciar e o meu filho, sem se virar, enxota-me com a mão, dizendo: Sai, mãe, sai. Adeus!
Ele quer curtir o momento comovente sozinho.
Sou exactamente assim. Momentos comoventes são para curtir sozinha.
Por muito egocêntrico que isto possa parecer, principalmente quando estamos longe do virtuosismo, gosto de imaginar que os nossos filhos podem de facto trazer pedacinhos de nós no seu código genético.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Se isto for verdade
Atiro desde já algumas pedras, muito provavelmente cheias de julgamento pecaminoso.
Não é o primeiro casal que namora anos e anos a fio, depois tem um puto e cabum.
Mas aparecer já com outra gaja, enquanto a mulher toma conta do bebé em casa, cheia de hormonas a borbulharem no seu interior, é mesmo reles.
Não é o primeiro casal que namora anos e anos a fio, depois tem um puto e cabum.
Mas aparecer já com outra gaja, enquanto a mulher toma conta do bebé em casa, cheia de hormonas a borbulharem no seu interior, é mesmo reles.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
As Telenovelas e as saudades
Acho que uma das coisas que me faz ficar agarrada a Downton Abbey, é o facto de ser uma telenovela, mas em bom e em condensado.
Vai dando um cheirinho de todos os núcleos e mantendo vários plots acesos, deixando coisas em aberto para o futuro e fazendo tudo aquilo que se costuma fazer numa novela.
Sinto saudades dos tempos em que nos debatiamos com o futuro dos personagens, com a distribuição das cenas. Sinto saudades da vida que elas próprias ganhavam, saindo um pouco das nossas mãos e deixando de nos pertencer. Cometendo loucuras, excessos, gestos românticos, ou nobres, sacanices e heroísmo. Sinto saudades daquela equipa, com quem sempre me senti em casa.
Também lembro com humor aquelas situações em que tinhamos uma ideia luminosa para um certo personagem, uma cena bombástica e sem igual. Mas depois, para podermos sustentar essa ideia no tempo, tinhamos que arcar com as consequências que dela surgiam e lá vinha o enchimento de chouriços, até termos uma ideia de génio para a sua conclusão.
É precisamente isso que está a acontecer com o Bates e a Anna. Estão de molho. Ela lá vai fazendo umas visitas e umas pesquisas, ele lá vai tendo uns conflitos prisionais.
As cenas dos dois na prisão são para encher chouriços e é bom constatar que também existe indústria de enchidos no que de melhor se faz lá fora.
Vai dando um cheirinho de todos os núcleos e mantendo vários plots acesos, deixando coisas em aberto para o futuro e fazendo tudo aquilo que se costuma fazer numa novela.
Sinto saudades dos tempos em que nos debatiamos com o futuro dos personagens, com a distribuição das cenas. Sinto saudades da vida que elas próprias ganhavam, saindo um pouco das nossas mãos e deixando de nos pertencer. Cometendo loucuras, excessos, gestos românticos, ou nobres, sacanices e heroísmo. Sinto saudades daquela equipa, com quem sempre me senti em casa.
Também lembro com humor aquelas situações em que tinhamos uma ideia luminosa para um certo personagem, uma cena bombástica e sem igual. Mas depois, para podermos sustentar essa ideia no tempo, tinhamos que arcar com as consequências que dela surgiam e lá vinha o enchimento de chouriços, até termos uma ideia de génio para a sua conclusão.
É precisamente isso que está a acontecer com o Bates e a Anna. Estão de molho. Ela lá vai fazendo umas visitas e umas pesquisas, ele lá vai tendo uns conflitos prisionais.
As cenas dos dois na prisão são para encher chouriços e é bom constatar que também existe indústria de enchidos no que de melhor se faz lá fora.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
A beleza de dias de Outono como o de hoje
Podia falar de mantas, sofá, pantufas, canecas de chá e séries na tv em modo non stop.
Podia falar de aconchego, de tricot, ou qualquer espécie de trabalho de lavores, de cadeiras de baloiço e lareira crepitante.
Mas falarei das lesmas que invadem as paredes exteriores da casa, falarei de gosma, falarei de bafio, de pegajoso, de cabelos eternamente despenteados, repetirei gosma e falarei nos suores húmidos que me afrontam.
Dias como o de hoje, dias de cemitério, de tumba, de assombração gosmenta, deviam ser punidos por lei.
A propósito de séries, sofás e tumbas. Existem mesmo pessoas que curtem a série Walking Dead em modo série de cagaço?
Aquela merda é cómica e os zombies são demasiado lentos e atrofiados, até para zombies.
Podia falar de aconchego, de tricot, ou qualquer espécie de trabalho de lavores, de cadeiras de baloiço e lareira crepitante.
Mas falarei das lesmas que invadem as paredes exteriores da casa, falarei de gosma, falarei de bafio, de pegajoso, de cabelos eternamente despenteados, repetirei gosma e falarei nos suores húmidos que me afrontam.
Dias como o de hoje, dias de cemitério, de tumba, de assombração gosmenta, deviam ser punidos por lei.
A propósito de séries, sofás e tumbas. Existem mesmo pessoas que curtem a série Walking Dead em modo série de cagaço?
Aquela merda é cómica e os zombies são demasiado lentos e atrofiados, até para zombies.
domingo, 21 de outubro de 2012
Publicidade para quem tem distúrbios de personalidade
Ando a odiar, com certo fervor febril e crescente, um anúncio que passa na televisão, a uma frigideira de cerâmica.
Fico contente por saber que podemos andar à cacetada com a frigideira, na banca de pedra, que aquilo aguenta.
Só deus sabe, a quantidade de frigideiras que tenho danificado à conta das cacetadas na bancada.
Fico contente por saber que podemos andar à cacetada com a frigideira, na banca de pedra, que aquilo aguenta.
Só deus sabe, a quantidade de frigideiras que tenho danificado à conta das cacetadas na bancada.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
santa paneleirice
Parece que está na moda desafiar alguém para ir beber um Latte, ou um Caramel Macchiato. É muito Carrie Bradshaw, muito Quinta Avenida e a malta vai atrás, como gado. Ainda que beba o dito caramelo maquilhado (só o nome produz-me espasmos na glote) debaixo da escada rolante de um qualquer Centro Comercial em Alcabideche, vai de imaginar que está na Big Apple, exalando sensualidade, como Samantha Jones, debitando decibéis de inteligência criativa, como Carrie.
Não tenho paciência para esta paneleirice. Pior do que Lattes, só mesmo cupcakes. Ó bem que peço uma bica, ou bem que peço uma meia de leite, ou um galão, ou bem que peço um queque, ou um bolo de arroz. Tudo o resto só serve para entupir artérias e provocar o suicídio em massa dos meus, já de si parcos, neurónios.
Não tenho paciência para esta paneleirice. Pior do que Lattes, só mesmo cupcakes. Ó bem que peço uma bica, ou bem que peço uma meia de leite, ou um galão, ou bem que peço um queque, ou um bolo de arroz. Tudo o resto só serve para entupir artérias e provocar o suicídio em massa dos meus, já de si parcos, neurónios.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Querido Paulo,
Neste momento, estás na posição mais tramada de todas. Eu sei que sim, eu sei (miminho e festinha na cabeça, vá).
Se deres um murro na mesa, poderás ser acusado de provocar uma tempestade política e afundar ainda mais este país. Ferramenta usada até à exaustão, por quem não deseja que dês um murro na mesa.
Se ficares calado e conivente, não dormirás bem de noite e a calvice chegará, ainda mais galopante.
Se tentares remendar as coisas no secretismo de reuniões políticas, não remendarás nada. E a mesa, em redor da qual se reunem os que nos governam, ficará por esmurrar, com toda a libertação que tal gesto implica.
Por isso te escrevo, assumindo aqui, com todas as consequências sociais, de gozo e políticas que isso trará sobre mim, que votei em ti e que espero o que não espero do próprio Presidente da República, que nada diz, nem comunica, de nada nos valendo. Ou do Primeiro Ministro, que está apostado em enterrar-nos até ao ponto de não-retorno.
Escrevo-te para te dizer, que pior do que estamos é impossível ficarmos.
Por isso, dá um murro na mesa, por mim, por todos nós, pelos meus filhos e a sua geração.
Dá um murro na mesa e diz: CHEGA!
Ana C.
Se deres um murro na mesa, poderás ser acusado de provocar uma tempestade política e afundar ainda mais este país. Ferramenta usada até à exaustão, por quem não deseja que dês um murro na mesa.
Se ficares calado e conivente, não dormirás bem de noite e a calvice chegará, ainda mais galopante.
Se tentares remendar as coisas no secretismo de reuniões políticas, não remendarás nada. E a mesa, em redor da qual se reunem os que nos governam, ficará por esmurrar, com toda a libertação que tal gesto implica.
Por isso te escrevo, assumindo aqui, com todas as consequências sociais, de gozo e políticas que isso trará sobre mim, que votei em ti e que espero o que não espero do próprio Presidente da República, que nada diz, nem comunica, de nada nos valendo. Ou do Primeiro Ministro, que está apostado em enterrar-nos até ao ponto de não-retorno.
Escrevo-te para te dizer, que pior do que estamos é impossível ficarmos.
Por isso, dá um murro na mesa, por mim, por todos nós, pelos meus filhos e a sua geração.
Dá um murro na mesa e diz: CHEGA!
Ana C.
Fazer o bem
Fazer o bem, ou fazer o que está certo, nada tem de glorioso, ou divino.
Fazer a coisa certa, produz bem-estar químico, orgânico e psicológico. É uma sensação boa como tudo.
Vai daí, e tirando os psicopatas, que têm ausência de consciência, eu acredito que as pessoas que agem sempre de acordo com o seu próprio prazer e bem-estar. As pessoas que olham para o mundo como sendo apenas a sua casa, revertendo dramas alheios nos seus próprios dramas, negando qualquer tipo de ajuda ao próximo, se isso implicar sair da sua zona de conforto, vivem estupidamente atormentadas.
O egocentrismo e egoísmo puros, quando se vive em sociedade, ou em família e para quem tem alguma espécie de consciência, é fodido.
Fazer a coisa certa, produz bem-estar químico, orgânico e psicológico. É uma sensação boa como tudo.
Vai daí, e tirando os psicopatas, que têm ausência de consciência, eu acredito que as pessoas que agem sempre de acordo com o seu próprio prazer e bem-estar. As pessoas que olham para o mundo como sendo apenas a sua casa, revertendo dramas alheios nos seus próprios dramas, negando qualquer tipo de ajuda ao próximo, se isso implicar sair da sua zona de conforto, vivem estupidamente atormentadas.
O egocentrismo e egoísmo puros, quando se vive em sociedade, ou em família e para quem tem alguma espécie de consciência, é fodido.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Momentos de Mudança
Acabei de ver a reportagem da Cândida Pinto, "Momentos de Mudança", na Sic, sobre um pequeno empresário que teve que fechar as portas da sua pequena empresa e foi simplesmente perfeita.
Triste, mas perfeita em todos os sentidos. É a isto que eu chamo jornalismo.
Deixou-me com um nó na garanta do primeiro ao último minuto.
Agora vou ver o primeiro episódio da 3ª temporada de Downton Abbey, a ver se retomo o entusiasmo, que isto de ficar meses à espera da 3ªtemporada, é de tirar a pica a qualquer um.
Triste, mas perfeita em todos os sentidos. É a isto que eu chamo jornalismo.
Deixou-me com um nó na garanta do primeiro ao último minuto.
Agora vou ver o primeiro episódio da 3ª temporada de Downton Abbey, a ver se retomo o entusiasmo, que isto de ficar meses à espera da 3ªtemporada, é de tirar a pica a qualquer um.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Puro Humor
Estamos cada vez mais pobres, mas o governo insiste em tratar-nos como milionários.
Fizemos as contas aqui em casa e ainda pensamos que esta merda dos escalões é gozo, só pode.
Adoro a devolução fictícia de um subsídio. Acho de um humor negro-sádico absolutamente genial.
Noutra linha, adorei ouvir o filho do Zorro (zorrinho) justificar a compra dos carros para o grupo parlamentar do PS. Outra linha de gozo fascinante. Acabou-se o ALD e tivémos que fazer outro. Fizemos uma poupança de 10.000 euros em relação ao contrato anterior. Não podemos adquirir Renaults Clios, nem Corsas, tem que ser à lá grande, porque Zorro que é Zorro, não se monta em qualquer mula. Eh, Zorrinho!!!!
Continuem a gozar-nos que eu sorrio. Sorrio, que é para não chorar.
Fizemos as contas aqui em casa e ainda pensamos que esta merda dos escalões é gozo, só pode.
Adoro a devolução fictícia de um subsídio. Acho de um humor negro-sádico absolutamente genial.
Noutra linha, adorei ouvir o filho do Zorro (zorrinho) justificar a compra dos carros para o grupo parlamentar do PS. Outra linha de gozo fascinante. Acabou-se o ALD e tivémos que fazer outro. Fizemos uma poupança de 10.000 euros em relação ao contrato anterior. Não podemos adquirir Renaults Clios, nem Corsas, tem que ser à lá grande, porque Zorro que é Zorro, não se monta em qualquer mula. Eh, Zorrinho!!!!
Continuem a gozar-nos que eu sorrio. Sorrio, que é para não chorar.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
8 anos e 1 dia de conjugalidade
Cada um sobrevive às coisas da sua maneira. E se há feitios que se complementam (a surdez de um dos cônjuges inclui-se neste compartimento) outros há que se complementam mais ou menos e outros tantos que não se complementam a ponta de um corno e que até podem durar uma vida inteira.
Há quem insista em atribuir o sucesso matrimonial às suas próprias qualidades altruístas, mas eu ainda ando muito longe do altruísmo, quanto muito tenho a qualidade de não gostar de me chatear, apesar de eu própria ser uma chata do caraças. Por isso, francamente, não sei como é que o meu marido ainda me atura.
No entanto, existem dois, ou três conselhos que, a seu tempo, darei aos meus putos. A saber:
Existem limites que não devem ser ultrapassados nunca, por isso, não façam cocó em frente aos respectivos cônjuges.
Por muito que possam ser consumidos pela falta de verba, nunca se esqueçam de um aniversário e de uma lembrança que o assinale. Já fizemos um ano de contenção de presentes, mas não resultou. Fiquei amuadíssima e trombuda. Quando uma mulher diz que não quer nada, está apenas a tentar ser porreira.
Perguntem ao vosso pai pela morada da florista onde encomenda as minhas flores. Não existem ramos mais bonitos, podem crer.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Fãs incondicionais e absolutos
Depois de Gru o Maldisposto, do chato do Faísca (chato é pouco, que bosta de filmes) e do Gato das Botas. A nova obsessão cinematográfica do António é o Garfield 1, com a voz do António Feio :) E eu gosto. Aliás, não gosto, adoro.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
What Not To Wear
Esta duquesa fofinha, da nossa mais fina aristocracia, está a precisar urgentemente de um workshop com a Kátia Meio-tom (leia-se Kate Middleton). Isso, ou as lâmpadas energéticas que adquiriu no Lidl não dão a pujança necessária ao seu closet e a Lady Di tuga, tem de escolher a indumentária na mais completa escuridão.
De resto, foi bom saber que a filha herdou o seu charme. Sem dúvida, um dos aspectos mais fundamentais na vida de um bebé.
De resto, foi bom saber que a filha herdou o seu charme. Sem dúvida, um dos aspectos mais fundamentais na vida de um bebé.
Partilhando Hugo às Postas
Ora então, aqui vos deixo com o Sr. Hugo às Postas:
Adoro o filme Alta Fidelidade e quanto mais velho o vejo mais o entendo. Se pensar em todo o universo de filmes e livros, a personagem do John Cusack, Rob Gordon, é a mais parecida comigo que já encontrei. Na verdade, todos os homens quarentões ou a chegar a isso devem achar o mesmo.
Mas sempre que vejo o filme sinto uma nostalgia enorme e revivo os meus 20 anos na minha cabeça e relembro as carradas de CD’s que faziam parte da minha vida. Se calhar hoje tenho uma ideia mais romantizada do que foi a minha existência nos anos 90 porque, na altura, garanto, nunca lhe achei muito piada.
Nos últimos dias temos levado a cabo uma série de alterações na nossa sala e as minhas dezenas discos das bandas chamadas indie da década de 90 têm de ir à vida. Não há espaço e já não oiço nada em disco e quando quero ouvir qualquer coisa faço-o em Mp3 pelo que, claro, tem sentido dar aquilo a alguém que faça bom uso da sonoridade que coleccionei durante anos. Sinto um aperto no coração em me livrar de tudo, e ao contrário dos meus livros, que são sempre oferecidos à biblioteca de Oeiras, acho que os meus discos merecem algo melhor.
Reparem, foi com Nick Cave que chorei o primeiro amor não correspondido, com os My Bloody Valentine o segundo, com o Tom Waits o terceiro, com os Violent Femmes o quarto, com os Sonic Youth o quinto, Nirvana o sexto…
Percebem a ideia.
Deixo então a pérola:
“What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?”
Quanto a esta pérola final, tenho que dizer que não concordo. Para mim, a música pop veio sempre mostrar-me que não estava só na rejeição, desgostos de amor, dor. Nunca mos provocou. A música pop foi, em quase todas as circunstâncias da minha vida, a minha melhor amiga.
Adoro o filme Alta Fidelidade e quanto mais velho o vejo mais o entendo. Se pensar em todo o universo de filmes e livros, a personagem do John Cusack, Rob Gordon, é a mais parecida comigo que já encontrei. Na verdade, todos os homens quarentões ou a chegar a isso devem achar o mesmo.
Mas sempre que vejo o filme sinto uma nostalgia enorme e revivo os meus 20 anos na minha cabeça e relembro as carradas de CD’s que faziam parte da minha vida. Se calhar hoje tenho uma ideia mais romantizada do que foi a minha existência nos anos 90 porque, na altura, garanto, nunca lhe achei muito piada.
Nos últimos dias temos levado a cabo uma série de alterações na nossa sala e as minhas dezenas discos das bandas chamadas indie da década de 90 têm de ir à vida. Não há espaço e já não oiço nada em disco e quando quero ouvir qualquer coisa faço-o em Mp3 pelo que, claro, tem sentido dar aquilo a alguém que faça bom uso da sonoridade que coleccionei durante anos. Sinto um aperto no coração em me livrar de tudo, e ao contrário dos meus livros, que são sempre oferecidos à biblioteca de Oeiras, acho que os meus discos merecem algo melhor.
Reparem, foi com Nick Cave que chorei o primeiro amor não correspondido, com os My Bloody Valentine o segundo, com o Tom Waits o terceiro, com os Violent Femmes o quarto, com os Sonic Youth o quinto, Nirvana o sexto…
Percebem a ideia.
Deixo então a pérola:
“What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?”
Quanto a esta pérola final, tenho que dizer que não concordo. Para mim, a música pop veio sempre mostrar-me que não estava só na rejeição, desgostos de amor, dor. Nunca mos provocou. A música pop foi, em quase todas as circunstâncias da minha vida, a minha melhor amiga.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Já não há super heróis, mas...
Numa época em que tudo está errado na política . Em que ministros tiram cursos a domingos, ou com equivalências de experiência de vida.
Numa época em que tudo sobe, menos o emprego, os salários e os níveis de realização pessoal.
Numa época em que o sentido patriótico nos é exigido até à medula, mas em que bandeiras são hasteadas de cabeça para baixo com calma e descontração naturais,
ele chegou.
Sensual, de sorriso inteligente e poder de moderação sem igual, ele veio para nos fazer esquecer a miséria e a injustiça.
Ele não luta, foge. Ele não tem 1/5 de testículo de coragem, mas tem dois testículos mirrados.
Ele não comunica, usa o estranho, porém heróico, dever de reserva.
Apesar de não usar da sua capacidade vocal para transmitir serenidade ao povo, esbanja a visão da sua cavidade oral, para degustar alimentos.
Ele não suaviza corações destroçados com o seu carisma e beleza invejáveis, mas é pródigo em lições de economia de mercado, debitadas com distante sapiência.
Ele não suscita empatia, simpatia, proximidade, humildade, mas suscita uma espécie de vazio previsível e reconfortante, pois sabemos com o que contar: Dele não sairá nada.
No entanto, é isto que temos. É isto a quem pagamos o ordenado e um polícia à porta para toda a vida.
É isto.
E a mim, perante a visão deste super herói a discursar para a elite, a fugir do povo e a calar-se por dever, só me ocorre gritar:
VIVA O REI!
É o que eu digo sempre: O Cavaco vai conseguir lançar-me nos braços da monarquia.
E fica aqui o desejo interior e secreto de que tenha sido um monárquico a sabotar a posição da bandeira na festa privada do 5 de Outubro.
domingo, 7 de outubro de 2012
Adorei
ver a pequena reportagem na tvi, sobre os leitores nos transportes públicos. Todo o género de pessoas com os seus livros de todos os géneros, nos comboios, barcos, metro.
Foi bom ficar a saber que os livros ainda são uma companhia imprescindível nas vidas de muita gente.
Foi bom ficar a saber que os livros ainda são uma companhia imprescindível nas vidas de muita gente.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Apesar de andar a dar leite a um gato vadio,
Cada vez me maçam (adoro a palavra maçar) mais os peditórios para os animais.
Outro dia, maçaram-me com uma campanha no supermercado, para que comprasse bens para os animais abandonados. Recorri a todos os velhos truques, como não estabelecer contacto visual e andar a passo de corrida, mas não adiantou. Não quis acreditar quando olhei para a lista de tretas necessárias para ajudar os animais e vi: Brinquedos.
Já sei que todos os seres vivos são importantes, na ordem kármica do universo e que, o mais provável, é eu voltar a este mundo sob a forma de um gafanhoto, com tanto sacrilégio que cometo, mas estou cansada desta inversão de prioridades.
Numa altura em que se luta para ter o que pôr na mesa todos os dias, virem-me pedir brinquedos para animais, é de bradar aos céus.
Aliás, todos os peditórios, tirando os do Banco Alimentar, me chateiam como o caraças. Nunca sei quando é tanga, quanto daquilo vai realmente para a instituição em causa. Irrita-me a quantia certa que eles pedem por uma trampa de um porta-chaves. Irrita-me a agressividade com que me abordam, o olhar de desprezo que me lançam, assim que me nego. Irrita-me tudo.
Outro dia, maçaram-me com uma campanha no supermercado, para que comprasse bens para os animais abandonados. Recorri a todos os velhos truques, como não estabelecer contacto visual e andar a passo de corrida, mas não adiantou. Não quis acreditar quando olhei para a lista de tretas necessárias para ajudar os animais e vi: Brinquedos.
Já sei que todos os seres vivos são importantes, na ordem kármica do universo e que, o mais provável, é eu voltar a este mundo sob a forma de um gafanhoto, com tanto sacrilégio que cometo, mas estou cansada desta inversão de prioridades.
Numa altura em que se luta para ter o que pôr na mesa todos os dias, virem-me pedir brinquedos para animais, é de bradar aos céus.
Aliás, todos os peditórios, tirando os do Banco Alimentar, me chateiam como o caraças. Nunca sei quando é tanga, quanto daquilo vai realmente para a instituição em causa. Irrita-me a quantia certa que eles pedem por uma trampa de um porta-chaves. Irrita-me a agressividade com que me abordam, o olhar de desprezo que me lançam, assim que me nego. Irrita-me tudo.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Como estamos
Isto dos comboios não é greve, é terrorismo. Eu só quero é que os trabalhadores se fecundem, esmigalhados nos carris e deixei de ter a menor empatia com as suas causas. É esta a emoção que conseguem retirar da minha pessoa (e desconfio que do resto do mundo). E o dinheiro dos passes, é devolvido em proporção?
Os deficientes a fazerem a vigília em frente à A.R., li um cartaz de um acamado que dizia:
Porque é que não gostas de nós, Portugal?
E eu perguntei exactamente o mesmo. Já não basta uma pessoa ter uma incapacidade física grave. Tê-la em Portugal, é duzentas vezes pior.
Hoje, o Ministro-Xanax, anunucia mais medidas de austeridade. Naquelas reuniões de eruditos pedantes, já devem ter alinhavado uma merda rigorosamente equivalente, na prática, ao aumento da TSU e gozarão de novo com a cara dos tugas.
Os deficientes a fazerem a vigília em frente à A.R., li um cartaz de um acamado que dizia:
Porque é que não gostas de nós, Portugal?
E eu perguntei exactamente o mesmo. Já não basta uma pessoa ter uma incapacidade física grave. Tê-la em Portugal, é duzentas vezes pior.
Hoje, o Ministro-Xanax, anunucia mais medidas de austeridade. Naquelas reuniões de eruditos pedantes, já devem ter alinhavado uma merda rigorosamente equivalente, na prática, ao aumento da TSU e gozarão de novo com a cara dos tugas.
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