Quando decidimos escrever sobre tampões sentimos que de facto não há barreiras que nos impeçam de pensar e dissertar sobre qualquer tema, ainda que seja o tema mais cretino do mundo, mas acima de tudo sentimos que a barreira que separa a sanidade mental, da estupidez é cada vez mais imperceptível na nossa vida.
Tal como as
cuecas-fio-dental, por mais sexy que sejam, sempre me fizeram comichão, alergia, impressão naquele sítio onde o sol não espreita, também os tampões, por mais sofisticados que fossem, sempre me arrepiaram.
Tentei, juro que tentei aderir à moda do coiso invisível (sendo que coiso é o periódico), mas a mulher comichosa que há em mim, nunca me deixou prosseguir a relação com aquele apetrecho de tortura da inquisição. Aquela rolha de champanhe ali, pronta a saltar a qualquer instante, ou a perder-se nos meandros da minha pessoa, quem sabe até à garganta, sempre me aterrorizou mais do que consigo expressar.
Depois o aplicador que vem com o dito, a aplicação em si, humilhante, surreal. O andar todo o santo dia com aquele supositório entre as pernas dava cabo de mim. Sentada a ouvir uma conversa interessante e COM AQUILO ALI. No supermercado e COM AQUILO ALI. No cinema e COM AQUILO ALI, a falar com a minha avó e COM AQUILO ALI. E pior, mil vezes pior, na praia como tantas amigas faziam, passeando-se impunemente, banhando-se nas águas salgadas COM AQUILO ALI!!!! Pronto a saltar para as ondas do atlântico deixando um rasto em seu redor!!!!
Ainda se estivéssemos na era dos pensos Modess que mais pareciam um tronco colado nas cuecas, poderia reflectir sobre o assunto, mas com os extra-finos, invisíveis, folhas de papel que já existem, nem penso duas vezes.
Assumo-me a gaja mais comichosa, esquisitóide, esquizofrénica das redondezas, mas com AQUILO ali não ando!