

Sempre que o via lembrava-me inconscientemente de uma velhota transmontana de lenço na mona (sem ofensa para a velhota). Desde o riso, aos maxilares com estrutura desdentada, à forma de se expressar muito campónia.
De todos os horrores sofridos na aventura política portuguesa, este foi sem dúvida um dos meus piores pesadelos. Ele não tinha carisma, ele não tinha fibra, ele não tinha presença, ele não tinha rigorosamente nada que cheirasse sequer a chefe de estado, mas eis que se torna mesmo Presidente.
O que fazer então? Associar com orgulho o seu rosto ao nosso país, ou esconder-me debaixo de uma mesa de cada vez que me perguntassem quem era o meu Presidente?
O nunca ser oportuno falar sobre coisa nenhuma revelou-se o seu slogan, a sua bandeira orgulhosamente hasteada perante toda e qualquer questão. Mas até nisso o homem falhou. Quando finalmente decidiu abrir a boca serviu apenas para nos deixar com a certeza absoluta que mais valia ter ficado calado.