Regressada de uma merecida viagem de três dias a uma capital europeia (já lá vai mais de um mês, mas pronto), concluo mais uma vez que só quem não viaja muito pela Europa é que é capaz de achar Lisboa a primeira maravilha do velho Continente.
Ainda temos um longo, para não dizer interminável, caminho pela frente até chegarmos aos calcanhares da maioria das capitais europeias, ou até mesmo das cidades periféricas e terciárias de outros países da Europa.
Andar a pé por Lisboa ainda é uma experiência de sobrevivência para mim. Sobrevivência ao mau cheiro, à merda no chão, à falta de espaço para peões, à sujidade entranhada, às esplanadas de plástico a dizerem sumol.
Andar por Lisboa ainda tem muito mais de cansaço do que de descontração.
E, apesar de existirem já vários sítios que fazem concorrência séria a estabelecimentos de qualquer outro país, a maioria das zonas de Lisboa é uma valente merda e sinto-me num esforço constante por achar bonito, completo, ao melhor nível, quando não deveria ter de ser um esforço.
Tenho a certeza de que quando os meus roteiros de viagem se alterarem para outros países a sul do Deserto do Saara, a minha perspectiva se alterará e regressarei a Lisboa e ao aeroporto da Merdela (mais conhecido por Portela) de lágrimas comovidas na fronha. Até lá, e peço desde já desculpa aos patriotas mais sensíveis, somos uma rebarbada merda.