sexta-feira, 27 de março de 2009

Ódios de Estimação ( desabafo número 1)

Odeio que me agarrem no braço quando falam comigo. Quando cada palavra proferida é acompanhada de um pequeno toque, como se quisessem ter a certeza de que estou acordada e a ouvir tudo na perfeição.
Esse aperto no braço acompanhado de uma conversa interminável. Daquelas que vão até à pré-história só para chegarem àquilo que fizeram para o jantar, tiram-me anos de vida. Quero fugir, mas aquela mão que me agarra não me solta e pior, muito pior, para não dizer horror, dos horrores, nos cantos da boca do interlocutor começam a formar-se pequenos pedaços de saliva em forma de espuma e eu ali, cativa, prisioneira a ver a espuma a crescer, os olhos fixos, vidrados naquilo. Nojo dos nojos, mas não consigo parar de olhar, sempre à espera que a pessoa se aperceba e lamba, engula, faça qualquer coisa para me salvar do vómito crescente.

21 comentários:

Miguel disse...

Este texto só me faz lembrar aqueles velhos, muito velhos, que falam enquanto nos agarram firmemente no cotovelo. Aliado ao toque e à saliva também temos o mau hálito!

Melissa disse...

Então e os perdigotos? Nada de perdigotos?

Ana C. disse...

Miguel, mau hálito, agarrar no braço, espuma nos cantos de boca e conversa interminável. Acho que me suicidava :)

Ana C. disse...

Melissa o que vale é que eu uso óculos, sempre me protegem um bocadinho. Mas perdigotos sempre era sinal de que aquela espuma maléfica se dissolvia...

Sílvia disse...

Então e aqueles que não agarram mas vão dando palmadas ora no braço ora no ombro e nunca mas nunca se calam? Ou então quando te perguntam: "então o que achas dito?" e quando vais responder não te deixam falar porque já estão blá blá blá blá e não há maneira de se calarem?

Haja paciência... Bj****

Ana C. disse...

Sílvia AH AH, daqueles que te vão dando encontrões enquanto falam até ficares dorida de tantas marradas? E os monólogos esses infindáveis monólogos que nos torturam...Sei exactamente do que falas.

Irina A. disse...

Essa coisa da saliva no canto da boca é mesmo uma visão do inferno! Que nojo!
Quanto ás palmadinhas no braço, sabes que quando isso me acontece tenho ataques esquizofrénicos e só tenho vontade de devolver a palmadinha com um murro no meio da testa? ahahahaha

Ana C. disse...

Kitty AH AH AH Quantas vezes não fiz isso em pensamento enquanto a conversa se dá´.

Anónimo disse...

Essas são aquelas que sofrem de verborreia aguda? Que para contarem algo, perdem tanto, mas tanto tempo com pormenores que não interessam que nunca mais chegam ao importante? Aquelas que me fazem perder tanto a paciência que eu já saturada e do alto do meu mau feitio acabo por dizer: Bolas, que tu para ires de Lisboa ao Porto passas sempre primeiro por Tavira! Sei quais são! Medooooo!

Sílvia disse...

Esses mesmo que só te apetece mandar um berro para ver se se calam ( e se paras de levar marradas também)

bjo***

Ana C. disse...

Ai Socas eu envelheço anos a ouvir os relatos intermináveis da vida da pessoa quase até ao útero materno, até chegar ao ponto em questão. Às tantas a própria pessoa se perde e esquece onde é que toda a divagação começou!!! MEDOOOOOOO

Anónimo disse...

Ana C, tenho um Prof. que a cada aula produz uma bolinha de espuma branca no canto da boca. Que NOJO!

Ju. disse...

Somos duas então.. mete-me mesmo bastante impressão que as pessoas, ao falar, estejam sempre a tocar-me..e insistam até me doer! Aí então fico doente!! Quanto ao pormenor da saliva, tenho mais do que um professor assim e passar 1h30m naquilo é definitivamente mau!! As duas coisas aliadas, haja paciência!! Bjs**

Ana C. disse...

ML se for daqueles verdadeiramente secantes reza para que a saliva comece nos cantos e acabe por lhe colar a boca toda por completo. BAHH QUE NOJO

Ana C. disse...

Ana eu já cheguei a ficar com o braço negro, tamanha era a vontade de me prender na conversa. Haja pachorra.

Joanissima disse...

ca nojo!!!!
quanto ao agarranço é ires-te chegando pra tras... ou retirares o braço explicitamente do genero "xô!!"

R disse...

Todos nós apanhamos com pessoas assim, que para contar uma coisa simples fazem um romance, dão voltas e voltinhas e às duas por três até se esquecem do que queriam dizer. E nós ali a secar. Mas também me lembrei de um certo Eng. (não digo aqui o nome) que quando aparece na TV a botar faladura até tenho medo que os perdigotos e o cuspo venham para cima de mim.Mudo logo de canal.Acho que também deves adorar vê-lo. Adeus Ana C. Bom fim de semana.

Eumesma disse...

Lol, estou a visualizar a fazer um boneco mesmo da cena eheheh
Um safanão no braço e um "olhe, desculpe está ai a formar-se uma coisa estranha ao cantinho da sua boca, será que está a ficar doente?? eheeh (hoje tb tou mazinha, mas obrigado anyway por teres deixado lá um apoiozito no meu tasco...)

Ana C. disse...

Joaníssima filha, nem sempre é fácil fugires ao agarranço quando estás sentada num sofá com uma garra no teu braço e hipnotizada por duas bolhas de escarro...

Ana C. disse...

Mariinha desconfio que sei quem é o Eng. Perdigoto. Também ele sofre de diarreia verbal ;)

Ana C. disse...

Eumesma nem sempre é fácil quando fazemos uma certa cerimónia com a pessoa... E depois fico paralizada pelo veneno da cobra, sendo que o veneno é a espuma que se forma e se aglutina e aumenta. BAHHHHHH