Artur estacou à porta do quarto e alguma coisa o voltou a impelir para junto da sua companheira. Voltou-se. A expressão serena dela não deixava transparecer qualquer emoção, apenas o monitor lhe dizia o que se passava dentro do seu peito. Aproximou-se de novo da cama e beijou-a suavemente na boca:
- Amo-te muito Maria. Vais ser sempre a minha mulher... Passou uma mão pelo seu rosto e despediu-se daquela forma terna.
Virou-se para sair e ali, encostada à soleira da porta, estava Alice. O seu olhar mais verde e profundo do que nunca absorvia aquela imagem que acabara de ver. Artur olhou Maria e fez o seu olhar regressar para Alice, desta vez não o desviou.
- Perguntei por si lá em baixo e disseram-me que estava aqui. E não sabia que. Peço imensa desculpa. Não sabia que era casado e que a sua mulher...
Artur responde-lhe com um sorriso. O sorriso mais sereno e seguro já lhe haviam dirigido.
- Eu queria agradecer tudo o que fez por nós ontem, a minha filha está bastante melhor, ficou com uma vizinha... A voz dela, apesar de tudo era firme.
- Porque é que não vamos beber um café Alice? - Ele próprio estranhou o tom da sua voz. Não saíra rouca, nem demasiado baixa. De alguma forma sentiu que era Maria quem lhe dava a força para continuar a falar. - Faz-me companhia?
O olhar brilhante de Alice disse-lhe tudo o que ela não ousava dizer.
- Se não se importasse, preferia andar um bocadinho a pé. Passo o dia inteiro no café. Fazia-me bem um bocadinho de ar.
- Um passeio será.
Artur e Alice saem do quarto. O rosto de Maria parece serenar. Pode ser apenas um movimento involuntário, mas o que é certo é que uma expressão de paz toma conta da face dela.
O frio da rua atinge-os como uma chapada. Alice passa o cachecol sobre o rosto para melhor se proteger. Artur parece nem sentir a temperatura baixa.
- Como é que a sua mulher ficou assim Artur?
- Um acidente de carro, vínhamos de um jantar já tarde. Eu adormeci ao volante.
Alice contraiu os lábios, morreu de pena daquele homem tímido ao seu lado. Percebia agora aquela expressão vazia que tantas vezes vira sentado na mesa do café.
- Não imagino o que deva ter sofrido, a culpa, a revolta. Há hipóteses de ela recuperar?
- Ela está assim há mais de 3 anos. Os médicos não dão muita esperança.
- Mas o Artur continua a acreditar...
- O dia em que deixar de acreditar, é o dia em que vou ter que dizer ao meu filho que por minha causa, perdeu a mãe dele...
Alice tem o olhar raso de lágrimas, não sabe o que dizer para consolar aquele homem terno ao seu lado e a única coisa que lhe ocorre é dar-lhe a mão e apertá-la com toda a força do mundo. É precisamente isso que faz. Artur segura na mão dela e sente que não vai conseguir largá-la mais...
Ora aqui os tens de mãos dadas
Miguel, o que fazes com eles agora é da tua responsabilidade...
17 comentários:
Pois. pois... e que é que fico com a "batata quente" de os fazer beijarem-se!! O que é giro nesta experiência (singular, a propósito!) é que eu tenho um fio da história desenhado e ele é cortado cada vez que te passo a história!!! Agora... essa de colocar os 3 juntos assim tão precocemente nunca me passou pela cabeça!! Muito bem Sra. Guionista, confesso que não sei bem o que fazer agora!!!! Ai, ai...
Miguel, isto são truques de novela, chamam-se golpes de asa. Ah Ah.
Não sei se os punha já a beijarem-se, a história de Alice também merece ser contada, mas é claro que quando a história está do teu lado, é toda tua.
Aguardo ansiosa e confesso que cada vez gosto mais deste desafio. Se não temos cuidado, ainda me dá para escrever um livro ao nível do Nicholas Sparks e o teu nome há de ter que constar, não é verdade?
Pois...isto é no que dá meter-me com profissionais! Também não queria muito ser eu a descrever o primeiro beijo, pois acho que o saberás descrever bem melhor que eu(espero que mordas o isco...) mas pronto... o que será, será.
Quanto ao NIcholas Sparks... bom, qualquer homem que fique milionário a fazer sonhar as mulheres é, quanto a mim, um génio!
Miguel, o meu sonho era ganhar a vida a fazer sonhar as pessoas através dos livros. Vender os direitos para Hollywood e ter uma existência confortável. Ah Ah
Quanto à nossa modesta história, tens rédea livre para fazeres o que quiseres com o nosso par romântico...
Ok, comecei a ler isto na brincadeira para ver como se safava o "suposto" amador de novelas, mas isto está a ficar muito sério e bonito também. Parabéns aos dois! Faz lembrar um pouco o Sparks sim senhor! beijinhos
miúda gira, continúa a ver isto e agora sem ser por brincadeira. leva-nos muito a sério por favor ;)
Ana!!
Isto soube a pouco! Quero mais!
Se a vossa história chegar a livro, promete-me que me deixas escrever o prefácio!
;)
Parte 9 pronta!!!!!!
acho que ficou fraquinha mas como escrevo no hospital, com interrupções várias... espero que os trates bem, eles merecem!!
Miúda gira: "suposto" não. Amador mesmo! Amadoríssimo!!
Ana, quando chegar a hora de vender o livro nas feiras internacionais, eu quero é que trates da tradução, por favor ;)
Miguel, já viste que bom bálsamo para os teus intervalos laborais? Ainda vais sentir falta da Alice e do Artur quando terminar a história...
Count me in!!
O Miguel esteve bem na parte 9!
;)
Deixas smepre o Miguel C. entalado!!! Ah, ah, ah
Vou ler agora, o entalanço do Miguel...
Está muito gira!
banita, adoro deixar pessoas entaladas AH AH
Lindo, mesmo lindo... Fico emocionada a ler isto. Ainda eu nem sabia como isto ia e já dizia que queria um Artur. Agora digo duas vezes. Vou perguntar ao Miguel se me encontra um lá no hospital... Eu trato bem dele ;-)
Precis pergunta ao Miguel, mas ele anda armado em macho latino e não quer ter nada a ver com estas carências femininas ;)
Como eu só agora à noite é que tenho tempo, vou ler os dois episódios seguidos, li o teu episódio Ana, acabei agora. Não esperava pela Alice à porta do quarto da Maria. Sempre quero ver agora como é que o Miguel vai fazer. Eles irão dar o primeiro beijo ou fica lá mais para a frente? Adeus, adeus, vou ler. Bjk
Mariinha faz uma sessão non-stop de novela, mas que bela ideia ;)
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