Quando oiço dizer que aquele namoro de 10 anos chegou ao fim. Que aqueles dois que pareciam pertencer um ao outro desde sempre seguiram caminhos diferentes pergunto-me o que é que correu mal.
As coisas não evoluiram e estagnaram, pendentes de tudo à sua volta simplesmente bloquearam no tempo. Não há ainda condições para um casamento, ou vida em comum, para filhos, para uma casa e ficam naquele eterno namoro de jovens que parece retê-los, prendê-los numa época, congelando tudo à sua volta.
Um dia acordam e decidem que a sua vida está em pausa há 10 anos e que não vai passar daquilo.
Depois o mais estranho sucede. Eles separam-se, muitas vezes ficam grandes amigos. Coisa que nunca entendi, pois eu não seria capaz de ficar grande amiga de uma ex-relação gigantesca. Conhecem alguém novo, casam e têm filhos a correr.
Porque é que não o fizeram com aquela pessoa durante 10 anos? O que é que não sentirá o outro quando vê o parceiro de tantos anos recompôr-se tão rapidamente e arranjar alguém com quem finalmente dá o passo seguinte? Foram 10 anos de quê? De um tremendo engano? Ou foram 10 anos necessários para cada um seguir uma vida completamente oposta à que viviam?
É um mistério para mim. Mas imagino que deva doer para quem assiste ao recompôr veloz da vida de quem pensou durante tanto tempo ser a sua alma gémea.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 4 semanas
43 comentários:
100% das vezes em que vi isso acontecer, ambas as partes do eterno namoro abençoam o seu fim entre 12 e 18 meses depois, quando encontram alguém já em idade de saber o que querem mais. E que maravilha sentir as borboletas na barriga depois de 10 anos meio adormecidos, né? Porque não há borboleta na barriga igual a do começo de namoro.
(E sim, borboleta na barriga pode ser código para sexo.)
Não sei, às vezes penso que congelas um bocado na idade em que te amarras ao dito cujo - ou por outra, acho que se cresce ou se muda mais depressa sozinho. Os casalinhos-de-liceu que conheço continuam muito parecidos ao que eram no 12º ano. Não desenvolveram outros hábitos e outros gostos porque não se expuseram tanto quanto a solterada que andou por meio mundo.
Enfim, podia dizer mais coisas. :)
Eh pá e também acho bom que continuem amigos - não imediatamente após o fim, claro, porque há feridas a sarar - mas o que fazer a tanta afeição acumulada? 10 anos de namoro que acabam deixam para trás dois irmãos com uma história em comum. É fixe que depois de algum tempo possam contar com esse conhecimento e amor mútuo que restou, já que, fora a família, é a única coisa que fica mesmo - quando fica.
Melissa sem dúvia nenhuma que cresci muito nos meus anos de celibatária. Digamos que me preparei para o amor da melhor forma possível, ansiei por ele, suspirei por ele, mas curti muito a minha solidão viajei com as minhas amigas, fiz muitos disparates. Acho que tens razão. Quanto ao teu segundo comentário é demasiado sueco para mim. Até hoje me irrita de cada vez que a namorada de 8 anos do Hugo lhe liga a dar os parabéns :)
Tb acho que nao deve ser fácil.
Mas eu SOU sueca.
Não reparaste no biotipo?
Ao fim de tantos anos de namoro chega a altura de decidir: ou se avança mais na relação (casamento, casa em comum,fihos, etc) ou se separam porque não há nada de novo!! Acho que muitas vezes se afastam porque têm medo do compromisso. Qaunto à rapidez com que assumem novos relacionamentos,penso que estará relacionada com um processo de amadurecimento feito na longa relação anterior... digo eu.
O namoro serve para isso mesmo. Mas é complicado quando sentimos que "perdemos" tantos anos com uma pessoas que acabou por se revelar incompatível.
No entanto, e na minha humide opinião, acho que o segredo está em saber reter o mais importante daqueels dez anos...
E, talvez por isso depois se casem á pressa. É que já se perdeu muito tempo e ela voa, como toda a gente sabe.
Comigo não foram 10...foram 6! Começou talvez demasiado cedo, aos 16, altura em que devia ter diversas experiências para quando "o tal" aparecesse tivesse algo para comparar. Foram 6 anos muito felizes, não era uma relação em que se estava junto porque já tinha começado há muito tempo, mas porque conseguíamos divertir-nos imenso juntos e gostávamos mesmo um do outro. O que levou à ruptura, da minha parte, foi sentir que os anos fizeram-me aos olhos dele um facto adquirido e que decisões importantes que influenciavam directamente a minha vida eram tomadas por ele sozinho e que mais tarde me informaria (ou impunha)a decisão tomada. Foi pensar que aquele tinha sido o meu primeiro namorado a sério e que a continuar a história, viria a ser o único e eu nunca saberia se realmente aquela pessoa com quem eu estava era "o tal" ou simplesmente tudo o que eu conhecia. E essa dúvida provocava uma grande frustração. Foi uma separação difícil, que levou muito tempo a sarar de ambos os lados, mas que foi necessária. Agora passado poucos anos, e algumas relações depois, sei que aquela pessoa foi a que mais me marcou, aquela que encaixava na perfeição na minha maneira de ser, mas que se isto nunca se tivesse passado jamais teria aprendido a dar-lhe tamanho valor. Se somos amigos? Somos. Mas como diz a Ana C., as namoradas posteriores não acham graçinha nenhuma a contactos das ex de longo tempo...mas todos nós trazemos bagagem. Sei que mais do que um namorado, perdi o meu melhor amigo. Espero que sirva para esclarecer as dúvidas deste post :) Desculpem o tamanho.
Por vezes as pessoas crescem em direcções opostas e descobrem que têm objectivos de vida diferentes... Mas felizmente o carinho, a amizade e o respeito que os uniu não se desvanece e por isso é possível ser-se amigo, muito mesmo....
Foi isto que me aconteceu... Não foi fácil a separação, não foi fácil reconstruir uma amizade mas valeu tanto a pena!
E o meu companheiro de todas as horas recebeu este grande amigo, um pouco receoso no início, mas de braços e coração abertos. São eles próprios grandes amigos hoje.
Até costumo brincar que para completar a novela mexicana que é a minha vida só faltava que eles fugissem os dois, lol
Para quem vê de fora pode parecer tudo muito estranho e são muitas as pessoas que tentam descortinar todos os pormenores a fim de lhe encontrar um sentido... Para mim é tudo natural :)
O importante é cada um estar feliz na sua pele e com as suas decisões!
Confesso que ao ler o teu post me vieram as lágrimas aos olhos. E explico-te porquê: não são 10 anos mas quase (9anos) e sim, as coisas estagnaram. Não há condições financeiras para dar AQUELE passo e depois parece que as dúvidas começam a pairar na cabeça, será que é o tal, será que não. É a angústia da minha vida neste momento. Vivi sempre para ele e vice-versa. O que há para além disto? Porquê tantas dúvidas na minha cabeça agora, logo agora quando tinha tanta certeza que era com esta pessoa que ia ficar para sempre. Estou nesta fase e não sei o que fazer!!! :( É realmente muito difícil lidar com esta dualidade: será que devemos terminar, será que não? Enfim... :(
Just Me, o blog não é meu mas desejo-te muita sorte e coragem para qualquer decisão que tomares, e que tudo que te aconteça seja para o teu bem.
Não deve ser nada fácil, não.
Human relations! Quem acha que as consegue entender, que levante o dedo e diga o que sabe:)?
Sem (?)....:)
Nunca conheci um caso assim, acho que há sempre um que fica mais magoado do que o outro nestas situações.
Concordo com o Miguel!
Mas, e quando há pessoas com quem pura e simplesmente não podes ter muito "contacto", pois o vínculo é tão forte que ainda te dá que pensar e se eu...?
Numa relação estagnada, pode haver amor, ou pode só haver companheirismo, misturado com algum comodismo e medo da solidão e isso, just me, é que é mais grave, pois pode-se ficar amarrado a uma pessoa porque se tem medo de viver a vida. Talvez a chave seja perceber há quanto tempo nos demos conta de que a relação estagnou: pouco tempo (preparação para outra fase, é preciso inovar, etc), muito tempo (talvez já haja objectivos de vida diferentes e sendo assim, na minha opinião, não vale a pena, continuar, pois só traz sofrimento acrescido.)
Já conheci relações assim.
Apesar de achar que é melhor uma separação depois de 10 anos do que um casamento falhado, também não consigo ver com bons olhos uma reconstrução rápida de uma vida nova.
Acho que tudo leva o seu tempo.
Anocas, se quiseres um bocadinho de ácido para essa tal ex dos parabéns, ainda se arranja qualquer coisita ehehehehehe
Olá, é a primeira vez que comento no teu blog mas como não sou indiferente ao tema, gostaria de dar a minha opinião. "E quando as coisas simplesmente terminam?" As coisas simplesmente não terminam! O amor, a amizade, o companheirismo não termina de um momento para o outro, fica é mais ténue,mais esbatido pois não somos coisas onde é possivel carregar no On/Off quando se quer.
O que acontece é que as pessoas vão-se moldando ao outro, aos desejos do outro, aos sonhos do outro muitas vezes deixando os seus próprios para trás e um dia, cedência após cedência, olham para a cara metade e não se reconhecem mais.
Agora, não acredito que fiquem amigos, talvez um deles mantenha a esperança que seja só uma fase. Porque situações destas geram muita dor, muita amargura, muita culpa, muita pena...porque há a familia, os amigos,os planos de futuro,os momentos bons...
Não acho que seja uma decisão tomada de animo leve e sim fruto de uma dolorosa maturação. E claro... entre escolher uma vida já conhecida e uma vida nova, cheia de excitantes possibilidades...ganha a última.
Namorei 5 anos e meio com uma pessoa e cheguei à conclusão que não era com ele que queria ficar e acabámos. OK, não foram 10 anos. Mas foram 5.
E não quero nunca achar que as pessoas estão enganadas, nem acho um drama que acabem essas relações. Acho que as relações duram o tempo que têm que durar e que hão-de ser boas enquanto duram. E há outras coisas para serem vividas quando se olha e se acha que não se quer continuar onde se está. O que considero ser corajoso de se fazer quando o resultado da reflexão é esse. É pior ficar-se por não se ter coragem para sair, acho...
tens razao, da msm q pensar, e tb nao entendo!
(desculpa a invasao)
gostei mt do cantinho
beijinhos
Hyndra estou contigo...
Miguel será que a outra relação serviu para amadurecer expectativas e desejos que se concretizam depois com outra pessoa? Nunca tinha visto as coisas assim...
Joaníssima será que a pressa é porque se perdeu tempo com a relação anterior? És capaz de ter razão. Vão de um extremo ao outro. Quanto ao resto penso que a distância acaba por trazer à tona o melhor da relação sim. Mas a quente deve ser uma dor brutal. Digo eu sem nervos ;)
Paulinha muito obrigada pelo teu testemunho. Gosto muito quando se abrem corações aqui nos comentários, pois sou uma curiosa acerca das emoções, as minhas e as dos outros. Quando dizes que te custava ficares com alguém para sempre sem teres conhecido mais ninguém, confesso que às vezes penso muito nisso. Será que mais tarde essa curiosidade não viria ao de cima? Será que não vem sempre?
Ceres acho incrível serem todos grandes amigos. Eu não sei se seria capaz. Mas ficarmos amigos de quem amámos muito é-me difícil imaginar...
Não deixo de admirar quem consegue fazê-lo.
JustMe às vezes as condições exteriores não ajudam ao desenvolver das relações mesmo. 9 anos é bastante tempo e penso que há que avançar para o passo seguinte. Já falaste com ele sobre isso? Sinto que às vezes as pessoas têm medo de abordar certos temas, com medo das respostas que vão descobrir. Porque é que não falam?
Desejo-te muia serenidade para filtrares o que é mesmo importante do que não é e para lutares se valer a pena, ou saires fora se já não gostarem um do outro.
Bejinhos e obrigada pela partilha.
Melissa és a minha substituta oficial e tenho dito :)
PP eu não levanto o dedo de certeza ;)
gralha tens razão. Há sempre um dos lados que fica mais magoado, chocado do que o outro sim...
banita o comodismo e o medo da solidão são os grandes inimigos de uma relação de e por amor...
kitty confesso que com o passar dos anos e com a minha segurança em relação ao Hugo aumentar de dia para dia, a gajinha foi-me causando menos nervos. Mas um bocadinho do teu ácido talvez não faça mal ;)
Marshmallow eu acho que as coisas vão morrendo lentamente e que muitas vezes acordas um dia e percebes que acabou. Como um balde de ágia fria percebes que já não podes negar mais...
Daí esse dia em que as coisas simplesmente terminam. E acho que elas terminam sim. Não acredito nos meios termos, pelo menos ao princípio tem que ser the end mesmo...
Precis também acho que é preciso muita coragem para pôr fim a uma situação onde já não há amor. Muitas vezes por comodismo e medo de ficarmos sós ficamos dentro de uma relação que já não tem nada...
Pelo que conheço de ti (ai tanto meu Deus) sei que não és o género de te acomodares a nada...
Jojozinha volta sempre ;)
Tal como a Banita diz, existem muitos casais que numa longa relação misturam sentimentos, sem saberem bem que amor sentem um pelo o outro. Confunde-se o amor de amizade, de companheirismo com o amor de casal (se é que me faço entender?!). Estive numa relação que pensei ser para a vida, mas que afinal não passava de uma profunda amizade. Custou-me horrores a ultrapassar, porque pensei que o meu futuro seria com aquela pessoa que, passados 6 meses, já estava e está noutra relação. Agora vejo que realmente andávamos enganados. Essa pessoa está bem e feliz. A nossa amizade e cumplicidade não se perdeu, continuamos ligados por algo que sempre nos uniu :)
OnlyWords fazes-te entender até muito bem e obrigada pela tua história. Tenho a certeza que há mais pessoas que se identificam com ela...
Não conheço nenhum namoro eterno que não tenha terminado em separação, com ou seu casamento pelo meio. Se chegam a casar, o divórcio é pedido num instante e, aí, nem sequer amizade fica. É preferível embarcar numa relação longa mais tarde, quando já se viveu um bocado e se deu umas curvas com a vida. Sabe-se, depois, o que se quer. Se aconteceu termos uma relação desde o liceu, não quero pensar no que custa quando chega o dia e se conclui que aquilo já não ata nem desata: é a luta interior pelo mundo novo e pelo medo de largar aquilo que já se sabe que é seguro.
Uma coisa é certinha: o amor só é eterno enquanto dura....
Vim aqui parar por acaso. Lis este post e estou feita Maria Madalena, com lágrimas nos olhos, porque ontem a noite tive uma conversa com o meu exnamorado, com quem estive quase 8 anos, e não nos falavamos a mais de um ano. Não consigo conceber uma amizade com ele. Já tive namoricos de meses com quem me dou perfeitamente no dia a dia. Mas esta pessoa, não sou capaz.
Terminamos pouco tempo antes de fazermos 8 anos. Entretanto adormecida com tudo o que estava a acontecer a minha volta, afastei-me e entretanto conheci uma pessoa, com quem tenho estado. (horrivel, dirão muitos), mas a vida é mesmo assim. Nunca o esqueci e todos os dias lembro-me dele e de algumas situações que passamos juntos. Tanto ele como eu, pensavamos que o futuro eramos os dois juntos. Recentemente com uma conversa com um amigo em comum, voltaram sentimentos e angustias e ontem conversamos (se é que se pode chamar uma conversa pelo msn, de conversa e às tantas ainda bem que foi plo msn porque senão custava ainda mais) e a conversa não correu muito bem. Dissemos adeus novamente e hoje sinto-me completamente vazia. Não vou conseguir ter uma amizade com ele. O que nos separou? talvez demasiados erros da minha parte por pensar que aquela pessoa era garantida e que ia ficar comigo até ao fim. Não me arrependo de nada que passei com ele. Só tenho pena que o destino nos tenha separado.
Desculpa a invasão e o desabafo!
Adorei o teu blog.
Voltarei certamente!
beijinhos
Brisa não deixas de ter razão. Muitas vezes também se conhece a pessoa certa na altura errada da nossa vida...
Azzrael muito bem vinda e fico contente por te teres identificado com a situação, porque às vezes lermos que não somos caso único ajuda um bocadinho.
Como dizia à Brisa às vezes acho que conhecemos a pessoa certa na altura errada e depois mais tarde olhamos para trás e sentimos isso. Perder para dar valor acontece a todos, só que ´muitas vezes torna-se demasiado tarde para recuperar o que se perdeu...
Força e pensa que se ele entrou na tua vida naquela altura foi por algum motivo.
Foram quase 9 anos porque entre o fim da relação e o outro lado aceitar definitivamente que estava acabado, passaram-se vários meses.
E como diz a Brisa, sinto que embora sem casamento, tratou-se de um divórcio tal a forma negativa como acabou. Não ficou nem uma réstia de amizade. Passaram-se já mais de 10 anos e não sei como seria rever ou mesmo falar com a pessoa em causa.
Ana, gostava muito de comentar este post, mas sinto-me imprópria para o fazer...
Só quero dizer que há relacoes e relacoes, finais e finais, sentimentos e sentimentos, por isso já fui capaz de manter lindas amizades pós-relacao e noutras fui forcada a ter a tal relacao de circunstancia (amizade NUNCA!! Jamais!!).
Já perdi muitos anos em relacoes falhadas e projectos destruídos. Nao quero recordar. Sorry
Hoje sou feliz, mas consciente que esta relacao vai durar o que tiver que durar. Quando acabar (se acabar), dificilmente vamos conseguir ser amigos.
Para quem nao queria comentar... Nao está mal...
Marshmallow é engraçado ler tantas experiências diferentes. Contigo não ficou amizade. Às vezes é muito dificil mesmo ser-se amigo de quem já se amou.
Tenho pena que as coisas não tenham resultado, mas por vezes precisamos de errar umas tantas vezes até acertarmos...
Tasha eu falo daqueles namoros de juventude. Mas é claro que a questão da amizade, ou não, aplica-se a todas as ex-relações. Eu sou da opinião que quando amaste mesmo aquela pessoa, mesmo que as coisas terminem a bem, uma amizade é muito complicada, estranha até. Ponto final é ponto final.
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