"Chega-se a um ponto da vida em que as coisas boas que ficaram para trás são muito marcantes, e nós percebemos que a única maneira de não as sepultar de vez é trazê-las à superfície"
Miguel Sousa Tavares
*Entrevista à revista Visão acerca do seu novo romance No teu Deserto
Chaves de acesso a outra dimensão
Há 5 dias
19 comentários:
A questão é que quando as trazemos à superfície, uma súbita solidão nos invade, porque o passado passou, e com ele muitas pessoas, locais e momentos que, por muito que queiramos, dificilmente são recuperáveis ;)
É verdade. O fim desse trazer à tona é sempre depressivo! :)
Mais vale chutar a bola para a frente, como se portugueses não fôssemos.
Lembro-me regularmente da minha Mãe. Mas se no principio era para chorar a falta que me faz, hoje ela está sepultada no meu coração e conversamos, de vez em quando. Gosto de lhe contar as minhas vitórias, gosto de ouvir os seus sábios conselhos. ;-)
OnlyWords não podemos ter medo da solidão, quando ela não é imposta, pois retempera-nos e faz-nos olhar para dentro.
Podemos não os recuperar, mas devemos aceitá-los como parte irremediavel daquilo que somos e de vez em quando trazê-los para perto de nós ;)
Melissa é como um parto necessário para se parir paz.
João Pedro tens uma perda em comum com a Melissa.
Fico contente por saberes trazer a tua mãe à tona quando mais precisas dela. Não deve ser fácil.
Penso que conviver com aqueles que já não estão cá e nos fazem tanta falta, é das tarefas mais duras.
Beijinhos
Mas não percebo. Se são marcantes, corre-se o risco de as sepultar? Se marcam, ficam lá para sempre... (ou fui eu que percebi mal?)
Precis penso que ele se refere à escrita. É escrever, ou correr o risco de esquecer.
Pôr cá para fora para lhes tornar a dar vida...
Esse Miguel era capaz de dar uma boa recordação. Tenho ideia disso.
:)
Sei que não tem nada a ver, mas adoro esta citação dele:
"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que podia ser meu para sempre." Miguel Sousa Tavares
Acho tão bonita... Nem eu diria melhor...
E tenho sem dúvida que ler a entrevista na Visão, que esta semana ainda nao tive tempo de comprar (Sim leio a visão religiosamente, eu sei se calhar é estranho nao me encharcar em revistas femininas, mas adoro a visão que se há-de fazer)
bjinho****
Maria Manuela mulher inesquecível, inesquecível :)
Querida Sílvia eu conheço muito bem a citação, acredita. Obrigada por teres lembrado.
Olá (muuuuito tímido)
Parece que o entupimento acabou... ou vivi uma aventura fantástica?!!
Já mandei vir este livro pela net... estou com boas expectativas...
Apercebi-me das boas novidades... parabéns Ana, estou em querer é que só te adiantas-te uns meses ... eheheheh
Concordo plenamente! (e mais n digo)
As coisas boas que nos aconteceram podem (devem) ser recordadas, como isso mesmo, como coisas boas, que vivemos mas que já passaram. Não voltam a acontecer.Não voltamos a viver aquilo. Não quer dizer que as sepultemos, porque fizeram parte da nossa vida. Este exercício é difícil.Mas muito sinceramente, não me parece ser muito bom trazermos sempre em carne viva o nosso passado. Afasta-nos do nosso presente que é afinal a nossa realidade. A experiência diz-me isto.Por isso não concordo muito com este pensamento do Miguel S. Tavares, apesar de gostar muito de ler os seus livros.
Carlos estás vivo????? Boa!
Também quero comprar o livro, cheira-me que vou gostar muito...
Kitty ainda bem que mais não dizes que é para não sair disparate :)
Mariinha penso que esta frase fora do contexto não se percebe tão bem. O que ele queria dizer é que se não escrevesse acerca de certas memórias, teria que sepultá-las, entendes?
Optou por escrevê-las e, na minha opinião, imortalizá-las através das letras...
Continuo sem perceber é o "teria que sepultá-las". E porquê? Bom, mas lá está, é fora do contexto...
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