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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Em Continuação...

O mundo em que vivemos já não é o mundo de há 40 anos atrás, em que os putos ficavam com os avós, ou com as mães em casa, brincavam na rua à vontade, viam pouca televisão, na mão tinham uma bola em vez de um joy stick, comiam esporadicamente um bolycao e faziam a festa, não havia McDonalds, nem enchentes de pedófilos e outros animais selvagens à espreita em cada esquina, havia mais lojas de rua e menos shoppings e, por fim, havia escola a partir da instrução primária.
A emancipação da mulher foi uma das melhores coisas dos últimos anos, mas à falta de acompanhamento do equivalente masculino e de leis que apoiassem a igualdade de deveres e direitos, trouxe consigo uma enchente de aviários dispostos a ajudar nessa tarefa difícil de criar filhos e trabalhar em simultâneo.
Muitos desses aviários chamados creches, têm de facto princípios que vão além do lucro, mas muitos há que não têm.
Tal como nos compete a nós pais, colocar o cinto de segurança aos nossos filhos, alimentá-los com comida saudável, tratar para que estejam quentinhos no Inverno, zelar pela sua saúde, levá-los ao médico, às vacinas, ao parque, à praia, brincar com eles e guardá-los de todos os males. Não vejo porque não nos competirá também, interessarmo-nos pelo meio em que eles crescem fora da nossa casa, ou seja, as creches.
Por isso falei nas visitas surpresa nos infantários, ou nas câmaras. Não para espiarmos cada movimento, mas para dissuadir possíveis animais selvagens que andem à solta nos aviários.
Se eu deixo um bebé de 5 meses ao cuidado de desconhecidos e se na maior parte das vezes pago rios de dinheiro para que zelem por ele, tenho todo o direito do mundo a visitá-lo quando bem entender.
Tanta coisa com os hospitais amigos do Bebé, que promovem o estreitamento de laços entre mãe e filho, nos quais o bebé nunca sai de perto da mãe. Porque raio não se aplica a mesma lógica nos aviários?
Acreditem que se não formos nós a tomar nas nossas mãos a segurança dos nossos filhos, ninguém o faz por nós, ou pelo menos, não tão bem.
E aqui me têm indignada por esta e outras tantas histórias que oiço sobre abuso de crianças e que sinceramente me indignam muito mais do que uma tourada.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ser Mãe a Tempo Inteiro

E sobre a profissão mais mal paga do mundo (em termos monetários) deixem que vos diga:
Ser mãe a tempo inteiro ainda é muito pouco valorizado por muita gente, até mesmo pelo pai quando bate a porta de manhã e sai da rotina caseira.
Ser mãe a tempo inteiro exige mais de uma mulher do que muitas profissões das 9 às 5.
Ser mãe a tempo inteiro muitas vezes desgasta-nos por dentro e por fora, principalmente quando tentamos decifrá-los, desdobrá-los, entendê-los, adaptá-los a nós e nós a eles.
Ser mãe a tempo inteiro muitas vezes tira-nos a força anímica que precisamos para coisas mais criativas.
Ser mãe a tempo inteiro é um permanente exercício de altruísmo na sua forma mais pura.
Ser mãe a tempo inteiro muitas vezes tira-nos força para mostrarmos de formas românticas e intensas que continuamos a amar muito o nosso marido.
Ser mãe a tempo inteiro deixa-nos muitos dias à beira de um ataque de nervos e muitos outros à beira de outra coisa qualquer.
Ser mãe a tempo inteiro é tanta, mas tanta coisa mais do que é possível deixar aqui escrito e meu Deus como seria bom estar escrito num qualquer lugar a chave do sucesso, mas não está.
Somos nós que conquistamos o sucesso a pulso, um sucesso invisível que mais ninguém celebra ao nosso lado, pois só nós sabemos como foi chegar ali.
Se trocava os dias que passei a descobrir tudo isto por alguma coisa?
Não, nunca. Jamais diria que o tempo que passei com a minha filha foi desperdício, ou em vão, pois ela é simplesmente a parte melhor da minha vida.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um Ritmo Diferente

Eu sabia que muita coisa ia mudar quando decidi ser mãe. Muita coisa para melhor, outra para simplesmente diferente. De entre tudo o que ficou diferente no meu dia-a-dia, aquilo que mais me marcou foi o ritmo dos passeios.
Passear, ver montras, ir comprar um par de sapatos, dar uma volta no shopping, ou na rua das lojas nunca mais foi o mesmo.
Senão vejamos, um percurso que demorava 5 minutos a fazer agora percorro-o em 20 minutos. Ela pára em todo o lado, delicia-se com um banco de jardim mais exótico, com alguma coisa que vê numa montra, com um cão sarnento e abandonado que deambula pelas ruas, ela detém-se quando vê um McDonalds e diz-me sempre que está cheia de fome (treta absoluta, ela só quer o brinquedo do HappyMeal que nem gosta de comer), ela dá pequenos saltinhos vagarosos, ora com os dois pés, ora a pé coxinho. Mas andar ao meu ritmo não, simplesmente não o faz, não sabe, não consegue, não está no seu mapa mental andar depressa.
Por isso quando vejo a livraria que quero alcançar a poucos metros de distância sei que vou demorar uma eternidade a atravessar as suas portas e uma dupla eternidade para voltar a sair.
Se há dias em que esbanjo paciência, outros há em que suo em bica, em que só quero despachar-me de uma vez por todas. Mas em ambas as situações é-lhe perfeitamente indiferente o meu estado de espírito, ela só anda ao seu próprio ritmo e eu, tenho que abrandar o meu, custe o que custar...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dinheiro Mal Gasto

Cada vez estou mais convencida que o dinheiro gasto em brinquedos é praticamente todo atirado à rua, pelo menos cá em casa.
Penso que há pais que compram para compensar a ausência, outros porque não sabem dizer que não, outros que não descolam da imagem de si próprios a brincar com os playmobil, ou legos, horas a fio (eu própria) e estão convencidas que com os filhos será o mesmo (estúpida ilusão).
A minha filha não tem muitos brinquedos, mas os poucos que tem não lhes dá grande importância.
Gosta de papel, lápis de côr, auto-colantes, filmes e pouco mais.
O grande fetiche dela é pôr o cesto da roupa suja à sua frente, fingir que é o balcão de uma loja e chamar-me:
- Ó Senhora, venha cá à loja! Senhora!
E lá vou eu sempre com a mesma deixa:
- Bom dia, o que é que tem hoje para me vender?
E ontem saiu-se com esta:
- Ora bem, tenho um bacalhau, um arroz, umas cuecas e uma bufa.
Mas onde é que ela foi desencantar estes artigos? Na loja do Chinês?????

sábado, 15 de agosto de 2009

O Caminho da Maternidade

O que mais odeio neste meu estado de bomba hormonal em contagem decrescente é ter menos paciência para a Alice, pois ela é a que menos contribuiu para me deixar assim.
Sei que não sou perfeita, que tenho momentos melhores, outros piores e ela já aprendeu a conhecer-me também, mas quando decidi que ia enveredar por este caminho da maternidade, foi com plena consciência de que ia pôr no mundo alguém que não tinha pedido para existir.
Não foi um capricho, uma carência biológica, um ir na maré. Foi uma decisão com os dois pés na terra e o coração nas mãos. Uma decisão de peso que iria mudar o rumo dos meus passos para o resto da vida e eu sabia disso.
Com ela chegou tudo o que não sabia possível e uma capacidade quase infinita de me reinventar todos os dias. Em vez de um grunhido mal humorado às 7 da manhã quando a voz dela me acorda, sai-me um sorriso ensonado e forçado.
Em vez de um grito zangado quando quero simplesmente ficar sozinha, um pedido para que me deixe só mais cinco minutos antes de ir ter com ela.
Por tudo isto me tiro a mim própria do sério com este meu novo estado de impaciência crónica. Simplesmente porque ela não merece menos de mim, nem metade de mim.
Não merece uma mãe diferente só porque decidi empreender mais uma vez este caminho.
Sei que vai passar. Quando este calor infernal se for embora, também eu vou ficar mais leve. Mas até lá, apenas posso assegurar-lhe que a amo imensamente e que a culpa deste meu estado emocional não é dela... É do PAI!!!!!