Ermelinda, a quinta de 9 irmãos, enviuvou cedo e ficou com três filhos nos braços. Aos 21 anos teve que regressar a casa dos pais, onde ficou numa pequena assoalhada, juntamente com os três filhos. Dormiam os quatro num pequeno colchão. Os pais eram gente pobre, carregados de carências afectivas e monetárias, mas acolheram-nos.
Dois anos mais tarde, Ermelinda conhece Tancredo e pensa ter encontrado o amor.
Tancredo era soldador numa pequena fábrica metalúrgica e mal ganhava para o seu próprio "comer", mas decidiram casar e foi já de bucho cheio que Ermelinda assinou os papéis no registo civil.
À saída do registo, o casal é atropelado. Tancredo perde um braço e o seu trabalho de soldador. Ermelinda dá à luz um par de gémeos, que nascem tolhidos pela prematuridade e com graves problemas respiratórios.
No hospital, Ermelinda apaixona-se por Joaquim, o senhor da limpeza e volta para casa dos pais. Tancredo não lhe perdoa a traição e com o braço saudável, atinge-a com ácido no rosto, deixando-a para sempre desfigurada. Joaquim não suporta viver com uma mulher marcada e foge.
Ermelinda chega a casa dos pais com os cinco filhos e de bucho novamente cheio. Arranjam-se como podem no pequeno colchão...
Esta é uma história de ficção, mas qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência.
E eu agora pergunto:
Porque porra é que um fadinho dramático, uma história de vida miserável, vem sempre acompanhada de várias levas de putos?
Ora deixa cá engravidar mais um bocadinho, xa cá ver onde é que cabe mais um.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
3 comentários:
Tás a ver o Goucha?
Um programa surrealmente surreal que dá de manhã, com a mítica Maya. Inspirou-me.
Querida Ana, fiquei a pensar... e tens razão! Esta tua história é do "caixão-à-cova" como se diz por aqui, mas realmente porque há sempre um rancho de crianças, envolvidas???
Hummm...
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