domingo, 20 de maio de 2012

Não que eu precise de falar sobre o Kevin, mas...

Partiu com a desvantagem da actriz. Não nutro particular simpatia por esta mulher assexuada e estranha, sempre igual nas suas representações. Sempre baça e melancólica e neurótica e cheia de batalhas interiores angustiantes e, portanto, perfeita para este papel. Mas enfim, face às sugestões e ao zum-zum em redor do filme, lá me dispus a ver e não gostei. Sim, entendi as mensagens todas que era suposto entender e tudo aquilo que não foi dito (mais valia ter lido o livro), mas que estava subentendido. Também houve muita coisa que foi dita, como a mãe ter dito ao filho que podia estar em França, a ser feliz, em vez de estar ali com ele, que foi forte sim, mas nada que me batesse na tola, nada que me fizesse vibrar alguma corda. Não me disse a ponta de um corno, não me tocou, não me fez pensar, não me deu um murro no estômago. Nada. Zero. Limitou-se a arrancar-me vários bocejos. Foi só chato, muito negro, muito neurótico, muito fundo sem retorno. Daquele fundo sem luz. Teria sido um grande filme de terror, isso sim, se tivessem apontado para aí as baterias.

27 comentários:

Melissa disse...

Não gostar da Tilda, pá!

Ana C. disse...

A Tilda não existe. Na realidade ela é uma aparição etérea e fantasmagórica.

Melissa disse...

... É a grande cena dela!

gralha disse...

Ignorando o teu post com todas as minhas forças porque quero ver isso hoje à noite.

triss disse...

Eu também quero ver o filme caramba, tenho fé que te tenhas enganado (logo te direi).

Ana C. disse...

Meninas vejam. Isto nos filmes o melhor é tapar os ouvidos e olhos, porque, regra geral, nunca é como os outros dizem :)

Melissa disse...

Eu simplesmente adorei! Passámos dois dias a falar do filme cá em casa.

Melissa disse...

(Mas é etéreo, dream-like, negro, não dá tréguas, essas coisas todas).

Ana C. disse...

Melissa, mas falaram do quê? A sério?

Ana C. disse...

psicopata nasce. mãe-que-quer-ser-perfeita-mas-que-tem-filho-que-caga-na-fralda-até-aos-20. mãe que detesta ter que criar aquele puto, mas que não admite em voz alta, excepto num momento. Psicopata cresce. Psicopata mata. mãe culpada e amargurada, deixa que lhe dêem estalos, pois que merece e pois que fica mal gritar e mandar tudo para o caralho. Ai tantos clichés da sociedade actual em que vivemos, ai que profundo, ai que dimensão. Bocejooooooo.

Ana. disse...

Fogo,Cê!Bota spoiler nisso!

Vou vê-lo entre hoje e amanhã à noite, porque fiquei curiosa com as palavras da Mel.
Gosto da Tilda, acho-a uma actriz do caraças, mas naquele modo calmo, contido e negro.
A ver vamos...

Melissa disse...

Eh pá, eu achei muito, muuuuuito mais profundo do que isso, Casaca. Coisa que o filme não é é superficial e cliché. Acho que é um exercício bem feito sobre sacrifício, culpa e amor. Mas não sou spoiler como tu, sua spoiler! Então calo-me.

Ana C. disse...

Tirei a caguice toda e ficou isto. Acho que é um bom resumo :) Eu sou spoiler e com bastante orgulho. Qual é a piada de se falar sobre um filme, se não se pode falar do filme?

Ana C. disse...

Eu não disse que era superficial. Os clichés nada têm de superficial, muitos deles são bem profundos. Mas não deixam de ser clichés.

Melissa disse...

Sua azeda!

Ana C. disse...

Mas lá está. Isto é só o que eu sinto. Duas pessoas a olharem para o mesmo filme não sentem as coisas da mesma maneira.

Ana C. disse...

Quanto ao não dar tréguas. A mim deu-me bastantes tréguas, principalmente nas partes que fiz fast foward.

Ana. disse...

Mas isso é bom, Cê, as pessoas não verem as coisas da mesma maneira!
No outro dia vi o aclamadíssimo Hugo, que na altura dos Oscares fez furor. Uns diziam que era o melhor filme ever, outros que não valia um cu.
Vi e gostei, mas não entra sequer no meu top 25!! (sim, tenho tops vastíssimos!!)

;)

Ana C. disse...

O Hugo é seca :)

Maffa disse...

posso só perguntar uma coisa para ver se temos o mesmo gosto de filmes e para me ajudar a decidir se vejo o Kevin ou näo??

- Gostaste do "Black swan"?

Ana C. disse...

Maffa, eu deste Kevin não gostei mesmo. O Black Swan, enfim, não achei o estrondo que toda a gente dizia que era e confesso que não sou fã de filmes com pessoas esquizofrénicas com asas de cisne, mas pelo menos não tive vontade de fugir :)
Não gostei, nem desgostei, viu-se...

Anónimo disse...

Realmente há um lado positivo em não ter uma salinha de cinema a menos de 50 km's... não entro nestas "discussões".
Vi foi o Casanova e o Hidalgo no fim-de-semana. Já viram? Esses posso comentar, até porque já sei os diálogos de cor, das 236 vezes que os vi.
Eu sou do tempo em que via 2 ou 3filmes por semana, morando 2 ruas abaixo do Monumental... ao que uma pessoa chega. Realmente!!!

Ana C. disse...

ouvirdizer, quem disse que eu vou ao cinema. Padeço do teu problema e vivo a poucos minutos das salas de cinema. E eu costumava ir todas as semanas, mais do que uma vez. Se não podes caçar com cão, caça com gato :) A internet é um mundo de possibilidades.

Maffa disse...

OK
obrigada!
acho que passo o Kevin entäo...
eu detestei o Black Swan... Maluqueira humana prefiro nem saber e viver na inocência.

gralha disse...

Cê, só posso concluir que és mesmo uma mãe perfeita e os teus filhos pequeninos anjos do céu, se isto não te beliscou ;) Nem consigo ir dormir, e estou a pé desde as 6h15. Estou em picadinho.

Ana C. disse...

gralhómetra, é raro um filme tirar-me o sono, a menos que seja um bom filme de terror, que me impeça de ir fazer xixi a meio da noite.
Precisamente por saber que não existem mães, nem filhos perfeitos, é que esta personagem amargurada com o seu psicopata, muito longe dos putos traquinas, mimados e chatinhos normais, não me disse nada.
O gajo era psicopata, gralha. Nada do que aquela mãe pudesse ter feito o tornaria num miúdo diferente.
Andar a tirar analogismos e descobrir simbologias e cenas escondidas, não é a minha parte preferida nisto do cinema, mas é a de muitas outras pessoas, sei disso. A não ser que esteja a ver um filme baseado nos livros do Dan Brown, cheio de símbolos escondidos...

triss disse...

Ana C. de facto gostos não se discutem, e tu partiste com uma grande desvantagem... eu gostei mas perturbou-me muitíssimo.