Há uns anos atrás, escrevi um post sobre desgostos de amor, e é incrível como, passado tanto tempo (blogosfericamente falando), continuam a pingar comentários nesse pequeno texto.
Imagino sempre alguém insone, repleto de dores de corpo e de espírito, sem fome, ou com vontade de comer até rebentar. Alguém recentemente só e sem aquele ânimo que nos impele a partilhar as dores com os outros, porque as dores e os momentos lembrados a dois, as memórias, as fotografias que nos olham e que ainda não apetece rasgar, as viagens, os dias e as noites, foram nossos e não deles, dos que poderiam escutar-nos, mas sem compreender de verdade.
Um desgosto de amor é sempre nosso. Só nosso e estupidamente solitário.
Por isso, tenho que amar o Google e lamentar-me por, no tempo em que sofri por amor, não ter podido, com um simples clique e um motor de pesquisa, sentir-me menos só.
A todos os que vierem aqui parar por terem googlado "desgostos de amor", saibam que eu já estive nesse tramado labirinto e consegui encontrar a saída. E, agora que olho para trás, não tenho saudades nenhumas de ter sofrido por amor.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
7 comentários:
Invejo-te. as palavras que mais levam ao meu estaminé são atrovent + ventilan.
Nunca googlei "desgostos de amor", mas agora que falou vou ler esse tal post, porque é sempre bom juntar força reserva para quando a dor chegar.
E que bom que se recuperou.
Beijos!
Palpita-me que também poderá ser algum estudante de psicologia à procura de material para fazer um qualquer trabalho...
Lá estou eu a ser desmancha prazeres...
Mulheres, eu não vi as palavras chave que trazem aqui as pessoas, até porque o meu navegador, ou computador, ou o que for está pré historicamente ultrapassado e eu mal consigo publicar no blogue, sem precalços.
Chegam-me comentários ao mail, só isso. O último foi de uma rapariga a sofrer e não era estudante de psicologia, i think :)
Por acaso, gosto de pensar que a minha maior dor foi um desgosto de amor, não quero revisita-la nem por nada, mas gosto de saber que passei por isso. E que sobrevivi.
Preferia não saber, ao contrario, o que leva as pessoas ao meu blogue. Normalmente começa com apanhada e acaba numa posição sexual que nunca pratiquei.
Houve uma pessoa que chegou até mim com a busca de "espreme-los". Quem é que busca "espreme-los"?
E podiamos não ter o google mas tinhamos diários com folhinhas cheirosas, o consolo era o mesmo.
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