Isto é muito parvo, eu sei que sim. Até porque, apesar de te conhecer pelo lado que mais me prende, que é o lado que se escreve, só te vi uma vez.
Mas desde que entraste para o hospital, para a tua 12ª (foda-se, 12ª????!!!!) operação, que tenho andado mais quieta, mais lenta. O meu coração reserva algumas batidas e recolhe-se, reflectindo. Tenho andado estranha.
No fundo, tenho andado para aqui à tua espera, sem saber muito bem o que fazer, o que te dizer e isto é muito parvo, eu sei que sim. Mas eu ando assim, porque as pessoas que nos dizem tanto, querem-se a dizer-nos coisas quase todos os dias.
E pronto, hoje voltaste a escrever e eu gostei de ver o teu blogue, ali do lado direito da tabela, actualizado.
Isto de ter quase 36 anos confere-me o poder da lamechice profunda e assumida, sim. Mas não quero saber, tal como não quero saber de estar numa fila de trânsito, com a janela aberta a ouvir a Turma do Balão Mágico, sem putos no carro que desculpem a minha escolha musical.
Sou lamechamente livre e ser livre em lamechice é dizer que gostamos de quem gostamos e que temos saudades de quem gostamos.
Senti a tua falta, Silvina.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 dia
5 comentários:
"Conheci" a Silvina através do seu blog e tenho acompanhado diariamente o seu percurso perante o cancro.
Dou por mim a pensar nela e a questionar-me como é possível preocuparmo-nos com quem não conhecemos pessoalmente, porque quem "não nos é nada", como a minha avó dizia.
Mas é possível sim, porque admiramos a sua capacidade, a sua fragilidade, mas ao mesmo tempo assertiva e feroz perante o que lhe está acontecer e com uma escrita que cativa, como só ela tem.
E assim, a Silvina ocupa-nos o coração, o pensamento e damos por nós a querer que o universo dê uma reviravolta e que nos possibilite ler um post dela, sobre a remissão daquele malfadado cancro.
É isso tudo!
Olá Ana!
Depois de ler, como muito agrado, devo dizer, o seu conto na colectânea Corda Bamba, onde também tenho uma participação, fiquei com o desejo de a felicitar e de conhecer o seu blogue.
Já li os três posts mais recentes e espero, com tempo, ler os mais antigos.
Felicidades e bons escritos.
Diamantino Rosa
Tenho estado no mesmo estado...
E isto de já se ter 30 também me confere o poder de apreciar lamechices deste género, hoje e sempre. Eu sei que ando mais calada, mas não por isso menos distante. é só a velocidade das coisas a acontecerem, que me tem deixado sem grandes reacções ao nivel da escrita...
Bisous lamechas*
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