que as mães sentem desde o útero até ao céu, mas sei que é mesmo assim e que, por muito que saibamos que somos boas mães, há sempre um insidioso complexo na parte de trás da alma que nos tolda o raciocínio.
Não podemos mostrar que nos vamos abaixo, que estamos à beira de um ataque de pânico, de nervos, ou de puro desespero por não conseguirmos gerir a nossa imperfeição.
Não podemos mostrar que somos simplesmente incapazes de fazer o jantar, porque nos apetece ficar a fitar um grão de poeira que se depositou na esquina da parede, ou que não estamos interessadas nos pequenos pulinhos ao pé coxinho que precisam de aplausos.
Não podemos mostrar que, depois de um dia cheio de emoções intensas e de trabalho que nos desgasta o cérebro, não temos mais cérebro para comandar sequer os músculos do nosso rosto para que sorria.
Não podemos mostrar que sentimos saudades de podermos simplesmente ficar tristes, ou doentes.
No meio de todo este turbilhão de culpas ancestrais que nos rege desde os primórdios dos tempos, tropecei nesta bela citação (sim, nem todas são do Einstein a falar de cachorrinhos) e que, de facto me amainou o desespero da culpa:
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
4 comentários:
Essa do comandar os músculos do rosto para que sorriam é mesmo das maiores violências a que nos sujeitamos como mães, é bem verdade.
Somos uma especie de super mulheres!
:)
Beijinho
Não sou mãe por isso não me posso pronunciar pela culpa que falas...
Contudo, enquanto filha, agradeço aos meus pais por me terem ensinados que não são perfeitos e me terem preparado assim para aceitar as minhas próprias imperfeições. Foram das suas maiores lições!
Não é por isso que os amo menos e não é por isso que a minha infância foi menos feliz ;-)
Beijinhos
Ana C. gosto tanto que abordes este tema! Parece incrível, mas pareces fazê-lo quase sempre quando estou em licença de maternidade... e por vezes preciso de um bom "reality-check"...
A diferença é que a culpa agora é outra... ou melhor, reveste-se de outra forma.
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