terça-feira, 10 de junho de 2014

Dos Desgostos de Amor em 2009 e Sempre

Hoje, ao andar para trás no tempo deste blogue,dei de caras com o post que teve mais buscas no Google e que mais pessoas conduziu a este humilde-a-puxar-para-o patético blog. Hoje, ao andar para trás neste espaço um bocadinho esquizofrénico, que nunca seguiu uma linha a direito e que tenho deixado ao abandono por tantos motivos que não mereciam a minha negligência, retomo a leitura das minhas parvoíces e sai-me este post na rifa. Não sei se ainda é aquele que traz mais gente através do Google, pois simplesmente deixou de me importar os feeds e estatísticas de coisa nenhuma, mas sei que é capaz de ter feito algumas pessoas sentirem-se menos sós, por isso aqui fica ele de novo, 5 anos depois e com banda sonora a acompanhar.

Os Desgostos de Amor
Se me perguntarem do que mais tenho saudades no passado não é dos desgostos de amor.
De cada vez que os vejo bem lá atrás, enterrados às três pancadas, bem fundo, ou apenas à superfície sorrio pela paz, pelos dias sem atritos do presente.
Ainda lembro quando a dor me toldava a vida inteira, consumindo-me como uma espécie de sombra que me perseguia em cada música, filme, café, rua, perfume. Nada me trazia o esquecimento, nenhuma conversa era suficientemente anestesiante, nenhum filme suficientemente poderoso, nenhum livro ultrapassava o desgosto sentido bem nas entranhas de mim. Encarar os outros um martírio, explicar o que se passava uma tortura.
Nada, rigorosamente nada me esvaziava daquilo que me enchia o que precisava de espaço. Queria respirar e doía, queria conversar sobre outra coisa qualquer, mas na minha voz apenas habitava o desabafo, queria olhar um espaço em branco, mas tudo se preenchera com a sua imagem.
Os desgostos de amor consomem muito de nós e nada os aplaca além de um dia atrás do outro. Só mesmo o tempo, por muito lugar comum que possa soar, nos dá outra perspectiva de tudo.
Os desgostos de amor são como uma morte ao contrário, como ter que aprender a viver sem alguém que está vivo e ao nosso lado. Enterrar uma pessoa que vive é das tarefas mais hercúleas que se podem dar ao coração e o meu não tem a menor saudade de se sentir magoado



3 comentários:

Vanita disse...

Uau :)

Melissa disse...

O post com mais visitas no meu blog é sobre Atrovent :/

esqueci a ana (ex-ana) disse...

Muito bom!
(já não sei como encontrei este blogue mas não foi por este post...e tenho pena)