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terça-feira, 18 de agosto de 2009

As Mamãs

Ontem lá fui eu a mais uma consulta, desta vez (e porque a minha médica em Agosto só atende lá) no British Hospital, que de British só tem o nome mesmo.
E enquanto o meu poiso habitual pulula de grávidas que acariciam o ventre em êxtase e sorriem face a qualquer mal estar, aqui esperavam a sua vez com os respectivos papás, grávidas determinadas, ferozes donas da verdade universal sobre todos os truques da maternidade. Pareciam conhecer-se umas às outras e olhavam-me de lado, como quem diz: Olha esta é nova! Olha vem sozinha, será mãe solteira?
E lá foi a Ana ouvindo as mamãs, quanto mais não fosse para se entreter na espera.
- Eu não vou dar chupeta ao meu, acho que depois é pior para pegar na mama.
- Achas? Eu ouvi dizer é que não se deve dar nunca biberon, que depois habituam-se a chupar na tetina e não querem a mama.
- Eu quero dar mama pelo menos até aos 7, 8 meses.
Além de me soar tudo um bocadinho a conversa de vaquinhas numa leitaria, sorri pela ingenuidade que ambas acalentavam no peito (literalmente). Tantas certezas, tantas verdades incontestáveis impingidas às pré-mães em cursos, livros da especialidade. Tanta segurança.
Enquanto as ouvia debitar só um pensamento me percorria por dentro: Que esteja tudo bem com ele, o resto trilharei com grande flexibilidade, sem leis universais, sem certezas programadas.
Sei que essas leis não estão compiladas num Código, obedecendo a artigos. Essas leis fazem-se no dia a dia, após cada noite em claro em que se fica a conhecer mais um bocadinho aquele minúsculo ser. Essas leis são diferentes para cada filho, para cada mãe, mas não necessariamente certas, ou erradas. São simplesmente as que melhor se encaixam.
Isto da maternidade não é senão um constante encaixe até se encontrar a melhor posição.