(...) No fundo da nossa consciência colectiva nós acreditamos que o trabalho por si só não se justifica. Quem trabalha é fução, quem entrega com antecedência é ganancioso, quem se esforça é ambicioso. O trabalho só se aceita socialmente quando é absolutamente inevitável.
Um português que trabalhe e seja organizado só se tolera quando é muito pobre (para não ficar pobre toda a vida) ou quando é muito rico (porque não precisa de trabalhar). De resto ninguém trabalha para aquecer. O trabalho é um fado.
Éramos atrasados porque não estávamos para evoluir. Não nos corrigíamos porque não estávamos com paciência. Nunca nos esforçámos muito porque a vida era curta e dura e não valia a pena fazer como se não fosse. Fundámos um Império sobre estes conceitos. Em África e no Brasil vemos civilizações baseadas no nosso deixa andar (...)
Que saudades do Miguel Esteves Cardoso. Quem melhor escreveu sobre a alminha portuguesa com os seus defeitos que eram virtudes.
2 comentários:
Vim aqui parar e gostei do seu blog. Qt a Miguel Esteves Cardoso,(entendo-a) escreve no Público. Aproveito para desejar-lhe um 2009 mt luminoso.
Quando me refiro às saudades do MEC, quero simbolizar todo um tempo na minha vida em que a escrita dele era quase um culto. Infelizmente esse tempo passou e o MEC, apesar de continuar a escrever, perdeu um bocadinho da magia que tinha... Ou então fui eu que mudei, não sei.
Obrigada pela visita. Volta sempre!
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