Nas alturas em que não estou a pensar como é fascinante ter um pequeno ser a crescer dentro de mim, qual Alien o 8º passageiro, estou a pensar em como me sinto aterrorizada com tudo isto de voltar a ser mãe.
Sim, a minha filha mostrou-me o que é que significa a palavra amor e, em muitos sentidos, eu não seria esta Ana sem aquilo que ela me dá todos os dias.
Mas ter um filho também retira bastante, principalmente nos primeiros tempos, em que tudo é adaptação e reajustamento de cada ponteiro da nossa vida.
Ter um filho é a prova de fogo por excelência na vida de qualquer pessoa, de qualquer casal e eu ainda me sinto um bocadinho a arder, uma vez que me dediquei a tempo inteiro nos últimos 3 anos e meio da nossa vida a esta relação chamada maternidade.
Não sou daquelas mulheres que tem não sei quantos filhos de empreitada para despachar a coisa, sendo que a coisa, são crianças exigentes. Gosto de me dedicar a cem por cento, com calma, ao meu próprio ritmo. Por isso invejo imenso aquelas mães com um puto na anca esquerda, outro na anca direita, outro agarrado à perna, enquanto dão a comida a um quarto que berra em plenos pulmões.
E chego sempre à mesma conclusão. Há mulheres que nasceram para lamber as crias todas em simultâneo, há outras que nasceram com a capacidade de lamberem apenas uma de cada vez. Eu faço parte do último grupo.
E depois estou a curtir muito mais esta fase da Alice do que qualquer outra. Ela é a verdadeira companheira de viagem. Falamos, rimos, cantamos, ouvimos música. Nada a ver com a fase do berreiro e dos biberons em que tantas vezes me senti perdida, em busca daquele sentimento pleno que tanto falavam as outras mães.
Enfim, sei que quando chegar a altura me vou adaptar e não vai ser tão drástico como estou a pintar nesta fase hormonalmente sensível, mas neste momento, quando fecho a porta do quarto da Alice à noite e me deixo cair na cama em silêncio, só o pânico puro e simples me invade...
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
38 comentários:
Identifico-me na perfeição nessa tua categoria...e o desejo de ter outro filho é grande...mas só de pensar no acerto dos ponteiros, entro em pânico!...
nao posso falar por experiencia propria, mas posso dizer-te que vais conseguir, e que essas duvidas, toda a gente tem:)
Admiro essa vontade e capacidade de criar um Ser Humano, que é parte de nós! Eu gosto imenso de crianças (e acho que elas também gostam de mim, talvez pelas minhas parvoeiras), mas nunca tive a ambição de ser mãe. Acho que, como tu dizes, não nasci para lamber crias! Pode ser que lá para os 40 anos isto passe....ou não!
Gostava de repetir a experinecia da maternidade mas com 8 anos de diferenca comeco a colocar algumas das questoes que abordas. Voltar aos biberons e fraldas nao sei se me apetece, e que ate eles terem alguma autonomia demora bastante.
Apesar de todas essas dúvidas tenho a certeza que vais conseguir dissipar todas essas dúvidas quando vires que podes ser como essas mães com quatro putos aos berros atras delas eh eh..
bjinho***
Acho que só quem não ama é não tem esses sentimentos e esses medos... No fundo sabes que vais conseguir conciliar tudo. Um beijinho *
Descontrai porque com o segundo filho é tudo mais simples. Todas as mães o dizem (e eu assisto).
Já quis muito ser mãe e houve uma altura em que achava que o faria com uma perna às costas (e teria mesmo sido assim). Agora não acho, mas a idade já é mais para ter filhos com 10 anos para cima :-D
Olha,sabes o que é que eu acho? Que vai ser bom, porque vais com as expectativas muito ajustadas. Terrível é o choque de realidade do primeiro, em que estamos à espera de uma plenitude emocional hollywoodiana.
Vai ser bom.
E se for menos bom, a genta ajuda.
O que eu gosto de ver é que não perdes a noção da realidade e não encaras a maternidade como uma aventura cor de rosa que suplanta toda a restante vida de uma mulher. Enquanto conseguires manter os pés no chão dessa maneira, vais conseguir derrubar todos os medos.
Fear not my friend!
;)
PS - Mas entendo exactamente, exactamente mesmo o que sentes. Não me vou armar ao pingarelho agora e dizer que não me daria um mega-frio na barriga passar por tudo outra vez - até porque o meu blog está aí para desmentir qualquer tentativa minha de dourar a pílula da maternidade.
Tu sempre entendeste com uma exactidão brutal tudo que eu senti e vou sentindo nesta experiência maluca. Se quando o bicho pegar não conseguires o mesmo poder de "perspectivação", espero preencher bem a lacuna.
Acho que, sendo duas mulheres muito diferentes, somos mães parecidas.
Mamã do Raúl não imaginas como é bom saber que há mães por aí normais, mulheres como eu que não se sentem super-mulheres todos os dias ;)
Hannah obrigada pelas palavras animadoras. Eu sei que vou conseguir, se toda a gente consegue eu também consigo. Mas posso ter medo à mesma...
OnlyWords tu és daquelas pessoas que adoras as crianças..... Dos outros. AH AH AH
Sem um pingo de censura, acredita.
Sê mãe se e quando sentires que o queres mesmo ser. Não é uma brincadeira, nem um capricho não senhora ;)
Miepeee com 8 anos já pões a cria a bolir para ti. Ensinas a trocar fraldas, dar biberons, já pensaste nisso?
Síliva AHHHHHHHHHHHH
Tu não me rogues pragas. Putos aos berros e eu sem braços para acorrer a todos é um PESADELO!!!!!
Marina mais uma vez digo que adoro ler as outras mães. Nunca pensei que houvesse tanta gente normal como eu por aqui :)
Precis dizem que sim, mas eu não acho nada, pois já sei o que me espera :) Ah Ah Ah
Melissa eu sou uma velha nesse aspecto, pois tenho uma irmã mais nova com 18 anos de diferença da minha pessoa. Eu tive uma relação muito maternal com ela e já sabia o trabalho que ia ter...
Agora com a segunda gravidez como já sei o que me espera MESMO não aligeiro nada as coisas.
Mas eu sei que estarás aí para me ouvir se for caso disso :)
Ana. Esse fear not my friend deixou-me completamente preparada para tudo ;)
Eu sou muito consciente no que respeita à maternidade. Sempre soube que não era um capricho a realizar, mas sim uma tarefa para toda a vida cheia de coisas boas, mas também cheia de entrega e tudo o que isso implica...
Que belos instintos maternos!! Principalmente essa bela comparação entre o teu bebé e o Alien... eh, eh, eh!
Ainda hoje falei para a Banita acerca da maternidade e disse-lhe que acredito que há mulheres que nasceram para ser mães dedicadíssimas e assim é que tem de ser.
Quem, como tu, tem a capacidade de se questionar, de se assustar e de não se deixar "desaparecer" por trás dos filhos, será sempre uma excelente mãe, sem nunca deixar de ser uma mulher que vale por si só.
E isso é um verdadeiro talento teu. Mais um!
;)
Miúdo na anca esquerda, miúdo na anca direita...???:)
Isso cheira-me a ciganada.
Não queiras isso para ti, mulher:)
Miguel de tanta coisa relevante que podias ter reparado, detiveste-te nesse detalhe insignificante. Pffffff para ti ;)
Era só um teste para ver se estavam atentos...
Ana. eu não sou ditadora das maternidade e não pergunto a recém casados dia sim dia não para quando um Nenuco. Quem quer ser força, quem não sente esse ímpeto força também. Somos todas mulheres, cada uma com os seus desejos e ambições, mas nunca menos mulheres por não desejarmos as mesmas coisas, não é?
Muito obrigada pelas tuas palavras. A continuar assim ainda acredito que sou mesmo isso tudo que dizes ;)
PP fantasma já me estou a imaginar aos gritos no Shopping: Ó Salete sai daí, larga-me se não levas na tromba!!!!!! E tu adeslarga-me a perna seu ranhoso!!!!!!!
Medoooooooooooooooooooo
pensa que tens uma "companheira de viagem" para te ajudar nos bons e nos maus momentos...
;)
Inês tenho pensado muito nisso sim. Espero que ela reaja bem ;) Obrigada pelas tuas palavras.
Por mais dúvidas que tenhas sabes que és uma excelente mãe.
bj
Tudo isso vai passar. É natural agora nesta fase, que sintas certos receios. A Alice já está crescidinha, não te dá tanto trabalho, mas vais ver que naturalmente, mesmo com mais trabalho, com as fraldas e biberões de novo, tudo vai encaixar, num outro ritmo, é verdade, mas passa a ser normal.E depois já nem te lembras de como era a vida a três, porque deixas de conceber, sequer, a vida, sem ser a quatro.Um beijinho, acredita em mim. Vai ser assim. É como se fosse um pedacinho de vida que nos faltava.Tudo passa a ficar perfeito e completo.
Sabes uma coisa, foi mais dificil para mim o primeiro filho, que agora o segundo. Com o segundo simplificamos mais, estamos mais relaxadas e com o primeiro temos a mania da perfeição.A Leonor que tem quase dois anos é uma verdadeira "peste", mas a Francisca ainda mais companheira se tornou.
Ps- eu só não ando com uma pela mão e outra na anca, porque a Leonor é mais independente que o pai dela!!!
Eu posso dizer-te que o segundo filho nos vem surpreender na proporção do caos que se instala. E que os momentos difíceis em que vemos que a primeira cria nos primeiros tempos da segunda sofre um pouco com a adaptação a que tem que se sujeitar, são compensados a dobrar quando os vemos juntos e sentimos como a relação entre irmãos se consolida. Eu vivi a maternidade de uma maneira mais plena nesta segunda vez. Sem tanto stress, sem tantas mariquices. Tentei dar espaço para que tudo se ajustasse, mesmo quando isso significa dar um passo atrás e lembrar-me uma e outra vez que não posso controlar tudo.
E agora, quando penso como era a vida "a três" vejo como estávamos incompletos e nem dávamos por isso.
Maria Manuela eu gostava de conseguir dizer isso de peito cheio todos os dias ;)
Mas é sempre bom ouvi-lo de alguém...
Mariinha fala a mãe de dois, não é?
Obrigada pelas tuas palavras. Eu sei que é tudo uma questão de adaptação e assim que a fase inicial passar tudo vai ser normal e pacífico...
JS adoro ouvir as palavras de mães de dois, será que a Alice vai ser a minha companheira e a/o que vier uma peste?????
O que é certo é que o amor se multiplica sempre...
Beijinho
C ADOREI o presente que me deixaste aqui em forma de palavras. Muito, muito obrigada, acredita que me tocou bastante :)
Terás sempre a Alice para te "ajudar", tambem....
Companheiraça como ela é, vai amar dividir um bocadinho essa responsabilidade contigo...
Beijo graaaaaande
Boa sorte!dois filhos já faz parte dogrupo das heroínas!!!
Ora cá está a desculpa/motivo para não ter mais um filho nos prx dois anos, sou Pai de lamber uma só cria de cada vez!?
Não que tenha capacidade para mais, mas para já, quero dedicar-me a 100% na B. e também porque não me apeteçe.
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