Ainda me lembro do primeiro VHS que tivemos em casa. Um bajoulo da Grundig, que me provocou arrepios de emoção, quando penetrou no interior da nossa casa.
Seria possível? Poderíamos nós ver filmes sem ir ao cinema, rever outros tantos no aconchego do lar, meter pause, para a frente, para trás, as vezes que nos apetecesse?
Lembro-me do ritual de ir ao Video-Centro que tinha aberto ao fundo da rua e passar horas a escolher os filmes para o fim de semana, ou para aquela tarde de férias. Percorria as filas de títulos, emocionada por tantas possibilidades.
Nos primeiros tempos de namoro com o Hugo, lembro-me perfeitamente do ritual de irmos alugar filmes para o fim de semana e de como era bom andarmos pelo Block-Buster, ou pelo minúsculo clube de vídeo deste sítio onde moro, onde uma rapariga sem o menor gosto para filmes, me aconselhava sempre os filmes errados e eu, gaja bem educada e tímida, quando os devolvia, dizia sempre que tinha gostado muito.
Pensava muitas vezes que, quando tivesse filhos, os levaria a escolherem filmes, a correrem entre as prateleiras infantis e a vibrarem, tal como eu vibrei durante tantos anos.
Mas a internet chegou e, feliz ou infelizmente, o ritual do clube de vídeo foi desaparecendo. Fechou o Block-Buster, o Video-Centro passou para um contentor e o pequeno clube de vídeo do sítio onde moro, passou a abrir só a partir das 5 da tarde e ontem, quando passei por lá de carro, apercebi-me que tinha fechado também esta pequena ilha resistente de fantasia para alugar.
E pronto, tenho saudades.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
2 comentários:
O videoclube do nosso bairro sobrevive heroicamente! Fazemos questão de lá ir de vez em quando aliviar a consciência, e sim, a dona também tem um gosto de merda.
Querida Ana, todos os clubes de vídeo que conhecia, já encerraram. Ficam as memórias gostosas ;)
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