O que é que passa pela cabeça das mulheres, vestidas com largos vestidos, tipo bibe, sapatos que parecem meias e ganchinhos na cabeça, para imaginarem que conseguem cativar as crianças com histórias sobre a mitologia e o cosmos?
Eu, fã assumida da Casa das Histórias da Paula Rego, hoje vi-me apanhada numa destas histórias (supostamente infantis) por acidente, pois que passava pelas galerias e fui abordada, a fim de ficar a ouvir com os miúdos, a história que seria contada.
Assim fiz, até porque o público era escasso e tive uma certa pena da tal pipi-dos-sapatos-redondos.
Como é óbvio, o António, com dois anos, não consegue ficar quedo e mudo a escutar sobre a filosofia e o cosmos e os deuses e Deus e Zeus. A Alice já consegue disfarçar a seca, mas um puto de dois anos, precisa de mais esforço para ser cativado.
Depois de alguns: Mããããe e Oláááá! A atrofiada rapariga contadora de fábulas esotéricas, decide pedir-me que saia com ele, pois que não consegue sobrepor-se ao ruído.
Queria aqui dizer-lhe que regressasse à instrução primária e relembrasse as coisas que a cativavam nessa altura. Não é um exercício assim tão difícil.
Voz de lesma+Zeus+partir ovos crus e dizer que é a formação do universo não são a forma mais directa para o cosmos infantil, sim?
O facto de se vestir como uma criança, não a aproxima das crianças. Acredite.
E agora vou ali morder uma almofada e dar chapadas na minha própria cara, por não a ter mandado de volta para o pipi-de-sua-mãe e já volto.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
1 comentário:
É. Incrível como alguns "profissionais" da criancinhas acham que eles devem ser tipos bibelôts e ficar quietos e caladinhos!
(já desactivei a verif. de palavras OK?)
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