segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Já não há super heróis, mas...



Numa época em que tudo está errado na política . Em que ministros tiram cursos a domingos, ou com equivalências de experiência de vida.
Numa época em que tudo sobe, menos o emprego, os salários e os níveis de realização pessoal.
Numa época em que o sentido patriótico nos é exigido até à medula, mas em que bandeiras são hasteadas de cabeça para baixo com calma e descontração naturais,
ele chegou.
Sensual, de sorriso inteligente e poder de moderação sem igual, ele veio para nos fazer esquecer a miséria e a injustiça.
Ele não luta, foge. Ele não tem 1/5 de testículo de coragem, mas tem dois testículos mirrados.
Ele não comunica, usa o estranho, porém heróico, dever de reserva.
Apesar de não usar da sua capacidade vocal para transmitir serenidade ao povo, esbanja a visão da sua cavidade oral, para degustar alimentos.
Ele não suaviza corações destroçados com o seu carisma e beleza invejáveis, mas é pródigo em lições de economia de mercado, debitadas com distante sapiência.
Ele não suscita empatia, simpatia, proximidade, humildade, mas suscita uma espécie de vazio previsível e reconfortante, pois sabemos com o que contar: Dele não sairá nada.
No entanto, é isto que temos. É isto a quem pagamos o ordenado e um polícia à porta para toda a vida.
É isto.
E a mim, perante a visão deste super herói a discursar para a elite, a fugir do povo e a calar-se por dever, só me ocorre gritar:
VIVA O REI!
É o que eu digo sempre: O Cavaco vai conseguir lançar-me nos braços da monarquia.
E fica aqui o desejo interior e secreto de que tenha sido um monárquico a sabotar a posição da bandeira na festa privada do 5 de Outubro.

3 comentários:

Naná disse...

Sinceramente e depois de ter visto as imagens, acho que isto foi empolado até à exaustão. O que vi foi duas pessoas confusas cada uma a puxar por uma corda. Havia 50% de possibilidade de ter sido içada correctamente.
É claro que nos dias que correm, todo o simbolismo que encerra a bandeira virada de patas ao ar é sinónimo de andarmos todos do avesso em que andamos.
No entanto, nesta história o que lamento foi que apesar do erro inicial (perfeitamente natural em que duas alminhas que içam bandeiras uma vez quando o rei faz anos... lá está a alusão monárquica!) e após um reparo dum funcionário autárquico tenham mesmo insistido no erro e não o tenham corrigido prontamente...

Ao ler este post, após dois ou três parágrafos "Ele não luta, foge." associei esta frase à música das Três Tristes Tigres, do Meu Anjo da Guarda. Acho que era uma excelente reedição da letra :)

gralha disse...

Eu, não fui ;)

(o pior é que, um bocado no seguimento do teu raciocínio, há cada vez mais adeptos de heterodoxias e extremismos, desde a extrema-esquerda à extrema-direita)

Ana. disse...

Confesso que não me sinto capaz de exprimir uma opinião sobre este senhor e a corja que o rodeia com a elegância que me é habitual! Por isso, para não dizer asneiras que fariam corar um estivador, grito apenas:
VIVA O REI!!